Em recente participação no Festival de Cinema de Roma, Johnny Depp, o icônico ator de 61 anos, revisitou suas experiências durante o aclamado e conturbado julgamento de difamação que travou com sua ex-esposa Amber Heard. Ao promover seu mais novo filme como diretor, intitulado Modi: Three Days on the Wing of Madness, Depp comentou sobre a comparação da situação de sua vida a uma “novela”, que havia feito anteriormente no Festival de Cinema de San Sebastián, na Espanha. Em uma conversa com a Hollywood Reporter, Depp refletiu sobre os desafios e as lições que a vida trouxe durante este período tumultuado.
Durante a entrevista, ele se lembrou detalhadamente dos momentos difíceis, mas também dos hilários, que ocorreram ao longo desse processo. “Posso me sentar aqui a cada segundo e pensar em todas as peças publicadas contra mim, como todos estavam contra mim… Tudo isso é uma encenação sem fim”, afirmou Depp, trazendo à tona sua percepção sobre as reações que recebeu do público e da mídia. Em meio a essa maré de negatividade, ele se esforçou para encontrar um espaço de aprendizado, destacando: “Tudo que experienciamos, seja ao ganhar um picolé ou ao passear com seu cachorro, você aprende algo ao longo do caminho.” Depp demonstra uma abordagem positiva diante dos desafios, rechaçando qualquer resquício de ódio, afirmando que “o ódio requer cuidado” , e para ele, carregar tal bagagem não vale a pena.
O ator, que esteve fora do foco das produções cinematográficas de Hollywood nos últimos seis anos, se tornou um exemplo do que muitos consideram uma reabilitação de imagem. O estrondoso caso judicial com Amber Heard culminou em um acordo em que Heard pagou a Depp um milhão de dólares em um processo de difamação, após um júri se posicionar majoritariamente a favor do ator. Esta decisão trouxe um novo capítulo à vida de Depp, que atualmente se aventura em diferentes projetos artísticos. Recentemente, ele estrelou o filme francês Jeanne du Barry, além de estar trabalhando em uma colaboração com o renomado cineasta Terry Gilliam, refletindo, assim, um retorno ao mundo do entretenimento e das artes.
Além de sua carreira cinematográfica, Johnny Depp está se dedicando a exposições de arte, como uma peça em exibição em Nova York intitulada A Bunch of Stuff, que ilustra seu talento nas artes visuais. Em relação à sua experiência em Hollywood, Depp expressou seu descontentamento com estruturas narrativas previsíveis da indústria, e enfatizou a importância de acrescentar sua própria essência e criatividade nos projetos que realiza. “Sinto muito, mas eu precisava chegar lá e fazer uma grande mudança…”, acrescentou, sinalizando sua determinação em trazer inovação ao cinema.
Outro ponto alto de sua participação no Festival de Cinema de Roma ocorreu quando Depp foi homenageado com um prêmio de contribuição vitalícia à sétima arte, um reconhecimento que valida seus anos de dedicação ao cinema. Esta premiação foi uma ótima oportunidade para Depp relembrar momentos emblemáticos de sua carreira, incluindo sua colaboração com Al Pacino, que originalmente desejava dirigir o filme em questão desde os anos 90, mas que finalmente encontrou Johnny Depp a convite para atuar como diretor após duas décadas.
A reflexão de Depp sobre sua vida e carreira durante esse período, bem como suas novas empreitadas artísticas, não apenas humaniza a figura do ator, mas também apresenta um exemplo de resiliência e aprendizado. Através de sua jornada, Johnny Depp ensina que mesmo em meio ao caos, é possível encontrar beleza e ensino, e que, em vez de carregar o peso do ódio, é mais produtivo se permitir aprender e crescer com as experiências vividas.