Shan Yee Ng admite culpa ao tentar transportar animais em kayak
No cenário preocupante do contrabando de espécies protegidas, uma mulher oriunda da China, identificada como Wan Yee Ng, de 41 anos, manifestou sua culpa em tribunal na última sexta-feira. O episódio ocorreu quando ela buscava introduzir ilegalmente 29 tartarugas da espécie Eastern Box Turtle, uma espécie protegida, através de um lago em Vermont rumo ao Canadá. A prisão de Ng aconteceu na manhã do dia 28 de junho, quando as autoridades a interceptaram em uma propriedade locada em Canaan, prestes a embarcar em um kayak inflável, carregando uma mochila pesada contendo os animais.
As informações contidas no relatório de um agente da Patrulha de Fronteira revelam que, antes de sua prisão, a polícia montada canadense havia alertado os agentes sobre a presença de dois indivíduos, incluindo um homem que supostamente seria seu esposo, que estavam remando na direção dos Estados Unidos. O desvio da lei, que aliava uma prática criminosa à apreensão de uma espécie em extinção, possuía nuances econômicas, uma vez que cada tartaruga pode ser vendida no mercado clandestino da China por valores que chegam a mil dólares.
O pesado conteúdo da mochila que Wan Yee Ng utilizava foi rapidamente examinado pela equipe de segurança. Dentro dela, as autoridades descobriram 29 tartarugas-vivas, cada uma delas envolta em meias, um esforço claramente realizado para facilitar o transporte e esconder suas identificações reais, tanto como espécie protegida quanto como potencial entrada de animais no comércio ilegal. Além disso, as investigações levaram à apreensão do seu telefone celular, do qual foram extraídas comunicações que confirmavam sua intenção de contrabandear as tartarugas para o Canadá, com o objetivo final de vendê-las a um alto preço em Hong Kong.
A decisão de Ng de se declarar culpada veio em resposta a uma acusação específica de exportação não autorizada e envio de 29 tartarugas da espécie Eastern Box Turtle para fora dos Estados Unidos, em desobediência às normas legais que visam a proteção de espécies nativas e ameaçadas. De acordo com o acordo judicial obtido, a mulher, que reside no Canadá e possui origem em Hong Kong, enfrentará um julgamento no mês de dezembro. A pena máxima que Ng poderá cumprir é de até 10 anos de reclusão, além de uma possível multa que pode chegar a 250 mil dólares.
A questão do contrabando de animais silvestres, especialmente espécies ameaçadas, não é um fenômeno isolado e reflete uma grave crise de conservação. Estima-se que o comércio ilegal de vida selvagem move trilhões de dólares anualmente em todo o mundo, prejudicando enormemente a biodiversidade e agravando a extinção de várias espécies. Os casos de contrabando de tartarugas e outros répteis são particularmente preocupantes, pois não apenas ameaçam a sobrevivência dessas espécies, mas também afetam ecossistemas inteiros que dependem da saúde populacional desses animais.
A dedicação das autoridades na fiscalização e no combate ao contrabando dessas espécies evidencia o compromisso com a legislação ambiental e a preservação da fauna nativa. As ações de vigilância na fronteira e a colaboração entre as agências de proteção ambiental e as polícias locais se mostraram cruciais para inibir e responsabilizar aqueles que tentam explorar a vida selvagem em busca de lucros financeiros. O caso de Wan Yee Ng deve servir como um alerta para a necessidade de um controle ainda mais rigoroso e de campanhas de conscientização sobre a importância da preservação de diversas espécies ao redor do mundo.