A história de Destiny Pinto é um poderoso exemplo de como um desafio pode ser transformado em uma oportunidade de inovação e impacto social. Diagnóstica com artrite reumatoide em 2021, Pinto foi forçada a repensar sua abordagem artística enquanto estudava design na universidade. Com determinação, ela conseguiu moldar sua experiência pessoal em um empreendimento que une funcionalidade e estilo, criando peças que atendem não apenas a necessidade estética, mas também às demandas práticas de pessoas com condições especiais.
mudanças impactantes na vida de uma designer
Quando Destiny foi acometida pela artrite reumatoide, sua perspectiva sobre a arte e o design mudou drasticamente. Segundo ela, a condição afetou sua capacidade de realizar trabalhos que demandavam habilidades manuais, obrigando-a a explorar novas técnicas que poderiam se adaptar à sua nova realidade. “Eu tinha que pensar de novas formas de produzir meus trabalhos e, assim, comecei a me ensinar a criar virtualmente, o que se tornou muito mais fácil para as minhas mãos”, relata Pinto, destacando como a tecnologia a ajudou a superar limitações físicas.
Durante seu terceiro ano na universidade, nasceu um projeto inovador que integrava a costura de roupas tradicionais com equipamentos médicos assistivos, propondo uma nova forma de ver as necessidades de quem utiliza esses dispositivos. “Decidi reimaginar as roupas que utilizo, como luvas de compressão e outros acessórios, redesenhando-os de uma maneira mais fashion e personalizada”, explica a designer, maquinando em como seu trabalho se relaciona com a vida de seu círculo social, inclusivamente ao criar uma bolsa para ostomia pensada para uma amiga.
o desafio da aceitação e o engajamento da comunidade
O caminho para a aceitação de seu trabalho não foi linear. Os primeiros modelos e protótipos eram despretensiosos e até um pouco bagunçados, mas Pinto perseverou. “Quando comecei, nossas primeiras fotos para o Instagram não alcançavam muitas pessoas, mas aqueles que se conectaram eram exatamente aqueles com interesse em design assistivo ou que enfrentavam condições de saúde específicas. Eu segui adiante, impulsionada por esse propósito e desejo de ajudar”, reflete.
Hoje, os projetos de Pinto evoluíram para incluir dispositivos como bengalas, adesivos para diabetes e bombas de insulina personalizadas. “Os pais frequentemente me procuram para criar desenhos que ajudem seus filhos a se sentirem mais seguros e únicos em ambientes escolares, onde bullying pode ser uma preocupação constante. Eles desejam que as peças reflitam os personagens ou hobbies que as crianças amam, ajudando a tornar a experiência de usar dispositivos médicos mais fácil e menos constrangedora.” Isso, segundo ela, teve um impacto positivo tanto para as crianças quanto para os pais, que se sentem apoiados em suas necessidades.
uma nova abordagem no design assistivo
Pinto avança no uso da moda virtual para moldar designs que tradicionalmente seriam difíceis de obter. “A aprendizagem de design virtual me permitiu criar itens como pernas protéticas com mais facilidade, algo que eu não teria acesso de outra forma”, considera. A designer também conseguiu se conectar com uma variedade de clientes e colaboradores, explorando como cada peça pode ser adaptada para atender às suas necessidades, respeitando as tendências atuais.
Um dos aspectos mais empolgantes para ela tem sido a incorporação de técnicas de drapeado, permitindo maior liberdade criativa. “Recentemente, trabalhei com um modelista que veio de Gana, onde eles têm uma rica tradição de tecidos e estilos. Conversando sobre suas experiências culturais e identidade de gênero, pude criar peças que se alinhavam com sua visão, o que foi incrivelmente recompensador”, compartilha Pinto.
um futuro brilhante e inspirador no design
A recepção ao trabalho de Pinto tem sido calorosa e positiva. “O feedback tem sido incrível e avassalador de uma maneira muito boa. Estou aproveitando ao máximo essa fase de exploração e experimentação, enquanto aguardo projetos emocionantes que estão por vir”, diz a designer, infectando o ambiente com otimismo.
Mais do que apenas criar roupas e dispositivos, Pinto enfatiza o impacto que essa jornada teve em sua própria vida. “Esse projeto não só me ajudou a lidar com minha condição, como também me permitiu validar minha experiência. Estou ansiosa para expandir essas criações, facilitando o acesso a designs que ressoem com outras pessoas que vivenciam desafios semelhantes”, conclui.
Assim, a história de Destiny Pinto ilustra a interseção da arte e da necessidade funcional, mostrando que a criatividade, quando aliada à experiência pessoal, pode não apenas gerar estilo, mas também um sentido profundo de conexão e apoio dentro da comunidade. Em um mundo onde a moda frequentemente ignora as necessidades especiais, sua abordagem inovadora e sensível promete abrir novas portas para a inclusão e a expressão pessoal.