Com a chegada do outono, as folhas ganham tonalidades alaranjadas e as temperaturas começam a cair, um fenômeno intrigante se manifesta na vida amorosa de muitos: a “cuffing season”. Embora possa parecer apenas uma expressão da cultura popular, essa temporada de buscas por parceiros para o inverno se revela como uma estratégia pautada em aspectos comportamentais humanos, conforme explica Logan Ury, diretora de ciência comportamental da plataforma de relacionamentos Hinge e especialista formada em Harvard. Segundo Ury, o conceito de “cuffing season” é muito real e se traduz em comportamentos que se intensificam durante esse período do ano.
O que acontece com as emoções no outono?
O outono traz uma mudança nas dinâmicas sociais e nas emoções das pessoas. Durante os meses mais quentes, a vida tende a ser agitada, repleta de viagens e atividades sociais. Contudo, com a queda das temperaturas, surge uma necessidade maior de conexão e afeto. Ury destaca que, conforme o inverno se aproxima, a busca por companhia se torna uma prioridade. Essa necessidade é alimentada pelo desejo humano de ter alguém ao seu lado em um período em que a solidão e o frio podem ser mais intensos.
Mas, como encontrar um amor verdadeiro na era digital se não houver uma abordagem estratégica? Ury, autora do livro “Como Não Morrer Sozinho”, alerta que um erro comum entre os solteiros é priorizar a quantidade de encontros em detrimento da qualidade das conexões. Em suas pesquisas, Hinge concluiu que aqueles que interagem com oito ou menos pessoas ao mesmo tempo têm mais chances de encontrar um parceiro adequado. Isso levanta a questão: como podemos nos destacar em um mar de possíveis candidatos?
Hinge e o conceito de “Your Turn Limits”: Como gerenciar conexões de forma eficaz
Para ajudar os usuários a não se sentirem sobrecarregados, a Hinge introduziu uma funcionalidade inovadora chamada “Your Turn Limits”. Essa ferramenta incentiva os solteiros a gerenciar suas interações, limitando as conversas ativas a oito. Antes de iniciar novos contatos, os usuários são encorajados a responder ou encerrar as conversas que já possuem. Ury explica que essa abordagem é fundamentada em sua pesquisa, que comprova que conversar com menos pessoas aumenta a probabilidade de sair com alguém e desenvolver um relacionamento significativo.
Diante dessa nova dinâmica, é importante entender que o primeiro encontro pode ser um momento decisivo no futuro de um relacionamento. Ury sugere que, em vez de optar por um tradicional encontro em uma cafeteria, as pessoas devem escolher atividades que revelem suas paixões e interesses. A conversa, por sua vez, é um pilar fundamental para a construção de laços mais profundos. Ela sugere que os solteiros evitem perguntas superficiais como “Como foi seu final de semana?” e, em vez disso, optem por questões mais instigantes, como “Qual foi a última coisa que você aprendeu?” ou “Quando foi a última vez que você se surpreendeu?”. Esse tipo de questionamento não apenas ajuda os indivíduos a se destacarem, mas também evita diálogos repetitivos e pouco envolventes.
O convite à intencionalidade nos relacionamentos
Ury enfatiza a importância da intencionalidade nos encontros, encorajando os indivíduos a estabelecerem conexões genuínas. A ideia é que, ao se destacarem através de conversas significativas e experiências autênticas, as chances de criar um vínculo duradouro aumentem consideravelmente. O que levaria alguém a se contentar com o superficial quando o potencial para aprofundar uma relação é tão vasto?
Concluindo, a “cuffing season” não deve ser encarada apenas como uma tendência passageira, mas sim como uma oportunidade para refletirmos sobre o que realmente desejamos em um relacionamento. À medida que as folhas caem e o frio se aproxima, é hora de abrir o coração e permitir que o amor, com suas nuances e surpresas, entre em cena. Afinal, quem não gostaria de ter alguém especial para aquecer as longas noites de inverno?