A recente declaração de Assaf Rappaport, co-fundador e CEO da startup de segurança em nuvem Wiz, gerou alvoroço na comunidade tecnológica e financeira. Durante a edição anual da TechCrunch Disrupt, Rappaport revelou que recusar uma proposta de $23 bilhões da Google foi “a decisão mais difícil da sua vida profissional.” Entretanto, o executivo acredita firmemente que a empresa está apenas no começo de seu potencial e estima que a Wiz poderá um dia alcançar uma avaliação de $100 bilhões, um marco que poderia posicioná-la como líder global em segurança em nuvem.

Rappaport destacou que a perspectiva de se tornar uma empresa bilionária é uma possibilidade real, uma vez que, segundo ele, “a segurança em nuvem é o futuro.” Ele fez uma afirmação desafiadora ao dizer: “Acredito que tomamos a decisão correta.” Essa confiança vem acompanhada de uma análise cuidadosa do mercado, onde a segurança em nuvem é vista como uma área em rápido crescimento, superando outras categorias importantes como segurança de endpoints e redes. Rappaport acredita que a empresa que dominar o setor de segurança em nuvem atingirá um valor de mercado superior a $100 bilhões.

Embora esteja seguro de sua decisão, o CEO admitiu que o processo de rejeitar a proposta de aquisição não foi simples. Ele pensou não apenas em sua própria posição, mas também nas implicações para os investidores e colaboradores da Wiz. “Fiquei super nervoso,” confessou Rappaport. “A decisão, em uma empresa saudável com um relacionamento sólido com investidores, sempre cabe aos fundadores.” Na época, a Wiz, uma jovial startup com apenas quatro anos de vida e composta por ex-oficiais militares israelenses, já tinha uma avaliação privada de $12 bilhões.

Desde a sua fundação, a Wiz conseguiu levantar $1 bilhão de investidores, com contribuições significativas de nomes notáveis como Andreessen Horowitz, Lightspeed Venture Partners e Thrive Capital. Essa injeção de capital levou a Startup a ser intitulada como “o maior unicórnio em cibersegurança do mundo.” O CEO também se dirigiu aos funcionários da Wiz em um e-mail, expressando que “dizer não a ofertas tão humilhantes é difícil, mas com nossa equipe excepcional, sinto-me confiante em fazer essa escolha.”

Embora a proposta da Google tenha sido a mais expressiva, Rappaport confirmou que a Wiz recebeu outras ofertas, embora nenhuma com tal magnitude. Ao ser questionado se a Amazon estava entre esses potenciais compradores, ele apenas comentou que “não é uma posição única” para startups na situação da Wiz estarem em discussões com outras empresas.

Nos últimos anos, a Wiz teve um crescimento vertiginoso e, neste mês, a startup anunciou que alcançou $500 milhões em receita recorrente anual, com planos de dobrar esse número para $1 bilhão até 2025, segundo Roy Reznik, co-fundador e VP de R&D da empresa. Reznik defendeu que alcançar essa meta é um pré-requisito para uma oferta pública inicial (IPO), uma promessa feita aos funcionários após a recusa da proposta da Google.

Quando perguntado sobre a estratégia da Wiz em fusões e aquisições (M&A), Rappaport indicou que a empresa é, em geral, avessa a riscos, mesmo após realizar duas aquisições no ano passado — as startups Gem e Rafft. Ele ressaltou que “ter dinheiro não significa que você precisa ser ativo” e que, com um quadro de 1.500 funcionários, “quase toda aquisição traz uma cultura tremenda que pode afetar a cultura da Wiz.” Essa declaração ratifica a preocupação do CEO com a integridade e a ética organizacional, priorizando a harmonia interna em vez de um crescimento apenas por números.

Em suma, a escolha de Rappaport e dos fundadores da Wiz reflete uma visão arrojada e de longo prazo que pode não apenas beneficiar a empresa, mas também o setor de segurança em nuvem como um todo, que está em plena ascensão. Diante de decisões tão significativas, a pergunta que fica no ar é: até onde a Wiz poderá ir ao desbravar este caminho de crescimento com base em um valor fundamental tão sólido?

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