No dia 28 de outubro de 2024, a cidade de Kharkiv, na Ucrânia, foi alvo de um ataque aéreo devastador por parte das forças russas, resultando na destruição significativa do edifício Derzhprom, um dos marcos mais emblemáticos da cidade. Construído na década de 1920, esse edifício é considerado um exemplo notável da arquitetura construtivista soviética e é frequentemente referido como o primeiro arranha-céu da antiga União Soviética. O ataque foi realizado por volta das 21 horas, horário local, e deixou seis pessoas feridas, somando-se aos treze feridos em um ataque aéreo anterior que ocorreu na madrugada.
Além do bombardeio em Kharkiv, a cidade de Kryvyi Rih também sofreu um ataque, onde um míssil russo atingiu um prédio residencial de três andares, resultando na morte de uma pessoa e em pelo menos onze feridos. A escalada das hostilidades e a continuidade dos ataques a alvos civis levantam questões sobre a crescente gravidade do conflito, que já se estende por mais de dois anos e meio. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não hesitou em condenar a agressão e expressou sua indignação através das redes sociais. Em sua mensagem, ele sublinhou que cada tentativa de diálogo com Vladimir Putin, presidente da Rússia, apenas aumenta a confiança do líder russo, que já é considerado um criminoso de guerra por vários países.
Zelensky enfatizou a necessidade de uma resposta coletiva para forçar um cessar-fogo e culminar em um acordo pacífico. Ele comparou os encontros com Putin a uma forma de aprovação tácita às ações agressivas da Rússia, sugerindo que enquanto houver diálogo amigável, o Kremlin continuará sua trajetória de violência. “Em vez de acolhê-lo, precisamos forçá-lo à paz através da nossa determinação coletiva”, escreveu Zelensky, expressando assim um apelo à união e à resistência da comunidade internacional.
As imagens capturadas pela agência de notícias Reuters mostram parte do edifício Derzhprom totalmente em ruínas, com janelas estilhaçadas e cenas de destruição que refletem a intensidade do ataque. Oleh Syniehubov, governador da região de Kharkiv, descreveu o bombardeio como um ataque brutal a um símbolo icônico da cidade, mencionado que vários andares do edifício foram completamente destruídos. O governador também compartilhou informações sobre feridos em Chuhuiv, uma cidade vizinha, onde um sistema de lançamento de múltiplos foguetes foi utilizado, deixando ao todo oito pessoas feridas. Segundo autoridades locais, o ataque afetou uma instalação médica e danificou um prédio de apartamentos, exacerbando a insegurança e o medo entre os residentes da região.
O edifício Derzhprom, que atualmente se encontra na lista “tentativa” de Patrimônios da Humanidade da UNESCO, foi concluído em 1928, quando Kharkiv era a capital da Ucrânia soviética. Sua arquitetura e importância cultural tornam o ataque ainda mais alarmante, não apenas pelo impacto imediato sobre os cidadãos, mas também pela perda de um patrimônio histórico incalculável. A destruição do Derzhprom representa não somente uma violação das normas de guerra que protegem bens culturais, mas também uma estratégia de intimidação que visa desmoralizar a resistência ucraniana.
Os ataques incessantes às cidades ucranianas e o consequente aumento de vítimas inocentes evidenciam a crueldade do conflito em curso. À medida que a guerra avança e mais locais emblemáticos são alvo de destruição, a comunidade internacional observa com crescente preocupação. A situação em Kharkiv e outras áreas afetadas exige ação decisiva e um comprometimento renovado das nações ao redor do mundo em apoiar a Ucrânia, tanto em termos humanitários quanto em medidas de ajuda militar. O clamor por justiça e a necessidade de paz se tornaram mais urgentes do que nunca, enquanto o povo ucraniano continua a enfrentar as consequências devastadoras da invasão russa.
A tragédia se desenrola em meio a um panorama já sofrido, e a pergunta que paira no ar é: até quando a comunidade global permitirá que esses ataques continuem? O tempo de agir é agora, e as vozes pela paz e pela preservação dos inocentes devem ressoar mais alto do que nunca.