tragédia em Deir al-Balah enquanto civis buscam abrigo em meio ao conflito
No último dia 26 de outubro, um ataque aéreo israelense na cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, causou a morte de pelo menos 28 palestinos, além de ferir dezenas que buscavam abrigo em uma escola adaptada como refúgio. A Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina foi responsável por confirmar o número de mortos e feridos durante o incidente, que abalou a comunidade local e internacional. A escola Rafidah, que abriga deslocados devido ao prolongado conflito na região, foi o local onde a tragédia ocorreu, resultando no ferimento de ao menos 54 pessoas. As autoridades hospitalares locais corroboraram a contagem de mortos, enquanto a população se deparava com os horrores do ocorrido.
O exército israelense, em resposta ao ataque, divulgou uma nota afirmando que o alvo da operação era um grupo de “terroristas” que supostamente operava dentro de um centro de comando e controle localizado na estrutura da escola. O comunicado incluiu afirmações de que foram adotadas “diversas medidas” para garantir a proteção dos civis durante a ação, uma declaração que não pôde ser verificada independentemente pela CNN. Imagens registradas no local mostraram crianças sendo transportadas em ambulâncias, marcadas pelo sangue, acompanhadas de gritos e choro. Notavelmente, uma menina estava deitada no chão do hospital, vestindo apenas roupas íntimas, tremendo e coberta de sangue, com queimaduras graves em seu corpo. A angústia da menina é evidente em sua pergunta a médicos: “Eu vou morrer? O que aconteceu?”
A força do ataque destruiu as paredes da escola, deixando os cômodos cobertos de escombros carbonizados. Respondentes de emergência e sobreviventes lucrosam nas ruínas, incansavelmente procurando por corpos entre os destroços. Ayman Abou Khousa, um palestino deslocado que se abrigava na escola, relatou que o ataque foi uma completa “surpresa”, e que ele ainda está à procura de seus familiares sob os escombros, demonstrando a angústia e a desolação da população local. “Estamos morrendo a cada dia,” lamentou Khousa em entrevista, expressando sua frustração com a falta de apoio internacional. “O mundo nos vendeu… todos os dias vocês, jornalistas, vêm aqui e nos filmam. Vocês estão filmando-nos há um ano,” completou, destacando que os habitantes de Gaza ainda são forçados a buscar por seus mortos com as próprias mãos.
Outro homem que trabalhava na recuperação de corpos ressaltou que os sobreviventes procuram por seus entes queridos “em pedaços”, uma realidade devastadora onde os restos mortais são recolhidos de maneira desumana, em lençóis e cobertores. Iftekhar Hammouda, outra mulher que também se abrigava na escola, questionou a lógica do ataque, afirmando que apenas pessoas deslocadas, na sua maioria mulheres, estavam presentes: “Por que estão atacando a escola? Não há Hamas aqui.” Ela apelou ao mundo, perguntando: “Para onde as pessoas podem ir? A onde devemos fugir? Eles nos atacam em nossas casas, em nossas barracas, nas ruas e nas escolas.”
Este ataque representa mais um episódio trágico em um padrão alarmante de ataques a instituições educacionais em Gaza. No mês anterior, um ataque semelhante a um complexo escolar nas proximidades da cidade de Gaza resultou na morte de pelo menos 22 pessoas, principalmente mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas. Israel justificou sua ação alegando que visavam combatentes do Hamas que estavam se abrigando no local. Além disso, em agosto, mais de 90 pessoas foram mortas em um bombardeio israelense que atingiu uma escola e uma mesquita em Al-Tabi’in, no bairro Al-Daraj, onde também estavam refugiados. A confirmação da ação por parte dos israelenses incluiu a alegação de que haviam atacado um posto de comando do Hamas, resultando na morte de diversos combatentes.
Atualmente, Israel reativou suas operações militares em partes da Faixa de Gaza, alegando que está mirando esforços do Hamas de se reorganizarem, enquanto ordena evacuações massivas de vários bairros na região. Este recente ataque acontece em um contexto em que o ministério da saúde de Gaza anunciou um número alarmante de mais de 42.000 mortos na região desde o início do conflito, que se intensificou após os ataques do Hamas em 7 de outubro. Além disso, Israel se encontra em meio a uma incursão terrestre no Líbano, ponderando também a possibilidade de um ataque ao Irã. A situação permanece incerta e tensa, enquanto a população de Gaza clama por ajuda humanitária e um fim para o ciclo de violência que parece interminável.