A história de Tamara Coleman, uma mulher que viu sua vida mudar em questão de meses por conta de uma doença rara e potencialmente fatal, ilustra a importância do diagnóstico precoce e dos avanços na medicina. No início de 2022, Tamara começou a experimentar episódios de falta de ar, algo completamente novo, já que nunca teve histórico de asma. O que deveria ser uma vida tranquila e devotada a cuidar dos netos e manter um lar ativo se transformou em uma luta diária contra sintomas que afetavam sua qualidade de vida.

Aos 50 anos, esta mãe de seis filhos e ex-proprietária de uma creche viu sua saúde se deteriorar rapidamente após uma queda em 2018, que lhe rendeu uma cirurgia nas costas e a forçou a se aposentar cedo. Com a limitação das suas atividades diárias, ela começou a notar outras complicações, como ganho de peso e dores físicas que tornavam até as tarefas mais simples um desafio. Em abril de 2022, após uma intensa dor e inchaço nos pés, a família decidiu levá-la ao pronto-socorro do Yale New Haven Hospital, onde foi diagnosticada com hipertensão pulmonar crônica tromboembólica (CTEPH), uma condição rara que ocorre em até 3.000 novos casos por ano nos Estados Unidos.

Dr. Prashanth Vallabhajosyula, cirurgião cardíaco do Yale Medicine, explica que a CTEPH se desenvolve quando coágulos sanguíneos nos pulmões obstruem os vasos sanguíneos e causam sérios danos ao coração. Mesmo com medicamentos para dissolver os coágulos, muitos pacientes ficam com restos de coágulos que podem levar a um quadro severo, colocando a vida em risco. A CTEPH pode aumentar a pressão arterial no pulmão quase três vezes, forçando o lado direito do coração a trabalhar de forma excessiva, frequentemente resultando em falência cardíaca. Essas complicações tornam o diagnóstico precoce crucial; no entanto, muitos casos permanecem sem identificação devido aos sintomas vagos e à falta de informações sobre a doença entre médicos de cuidados primários.

Normalmente, a hipertensão pulmonar inicia-se com uma embolia pulmonar provocada por coágulos que se formam nas pernas e se deslocam para os pulmões. Muitos pacientes passam por esse processo sem a consciência do risco que correm. O diagnóstico acurado exige a colaboração de uma equipe multidisciplinar que realiza uma série de testes complexos, como ecocardiogramas e cateterismos cardíacos, para avaliar a gravidade da condição. Durante essas avaliações, os médicos se deparam com desafios significativos, incluindo a dificuldade em remover coágulos incrustados nas artérias pulmonares, uma operação que exige habilidades cirúrgicas específicas e é realizada apenas por alguns especialistas qualificados.

Embora o procedimento padrão de tratamento para a CTEPH seja uma cirurgia chamada tromboendarterectomia pulmonar, muitos pacientes hesitam em se submeter à operação inicialmente. Tamara, por exemplo, sentia-se nervosa e apreensiva com a ideia da cirurgia. Após várias conversas com o Dr. Joseph e o Dr. Vallabhajosyula, ela finalmente decidiu seguir em frente, e a cirurgia foi agendada para fevereiro de 2023. A operação, que durou cerca de seis horas, foi um sucesso e trouxe resultados surpreendentes imediatamente. Ao acordar na sala de recuperação, a primeira reação de Tamara foi de gratidão, aliviada por estar viva e por sentir que sua saúde havia mudado significativamente.

Estudos indicam que a tromboendarterectomia pulmonar tem uma taxa de sucesso de 96%, com muitos pacientes relatando melhorias significativas em seus sintomas logo após a cirurgia. Até mesmo os que apresentavam quadros mais avançados da doença encontraram alívio substancial. A recuperação não é imediata, requer hospitalização de uma a duas semanas, mas muitos pacientes se veem de volta às suas atividades normais em poucos meses, embora a adoção de medicação anticoagulante se torne uma parte permanente de suas vidas. Tamara, um ano após a cirurgia, não apenas superou a falta de ar, mas também se reconectou com sua família e está vivendo momentos preciosos com seus oito netos.

Com sua nova perspectiva de vida, Tamara recomenda que todos fiquem atentos às mudanças em seus corpos e que consultem um especialista ao perceber sintomas incomuns. Sua história não é apenas um testemunho da luta contra uma condição debilitante, mas também um lembrete poderoso sobre a importância do cuidado contínuo e da atenção à saúde. “Se algo mudar, preste atenção. É um sinal de que seu corpo está pedindo ajuda”, aconselha. A alegria que ela sente ao passar tempo com seus netos e aproveitar a vida novamente é um testemunho que ressoa a muitos. “É uma coisa linda e eu sou muito grata por cada dia”, conclui.

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