Segurança em Missoula ajuda na investigação do desaparecimento de Jermain Charlo
Em uma nova tentativa de angariar informações sobre o misterioso desaparecimento da jovem Jermain Charlo, a polícia de Missoula, Montana, revelou recentemente imagens de câmeras de segurança que mostram a última vez que a mulher foi vista. A gravação, divulgada exclusivamente para o programa “48 Hours”, oferece um olhar mais profundo sobre os eventos que cercaram sua saída intrigante em 2018. Jermain Charlo desapareceu nas primeiras horas do dia 16 de junho de 2018, e as investigações realizadas desde então não conseguiram trazer novos desdobramentos. A importância desse vídeo reside não apenas na relevância das imagens a respeito do caso, mas também na esperança renovada de que isso possa levar a novas pistas e testemunhos que ajudem a resolver esse mistério.
Últimos movimentos e o contexto do desaparecimento de Jermain Charlo
O vídeo mostra Jermain em uma rua movimentada no centro de Missoula, pouco antes da meia-noite do dia 15 de junho, onde é acompanhada por um homem, identificado pela polícia como Michael DeFrance, seu ex-namorado e pai de seus dois filhos. O relacionamento entre Charlo e DeFrance era caracterizado por altos e baixos, culminando em uma separação definitiva em 2017, que deixou tensões entre eles. No entanto, mesmo após a separação, DeFrance foi apontado como a última pessoa a ter visto Jermain antes de seu desaparecimento. De acordo com DeFrance, ele deixou Jermain perto de um mercado de alimentos, por volta da 1 da manhã, momento em que ela teria mencionado que encontraria uma amiga chamada Cassidy, mas cuja existência nunca foi confirmada pelas autoridades. As investigações subsequentes revelaram que Jermain mantinha uma nova relação com um homem chamado Jacob, que estava fora da cidade no final de semana em que ela desapareceu. Jacob informou à polícia que tentou contatar Jermain antes de 1 da manhã, mas o telefone atingiu a caixa de correio, o que significou para ele um sinal estranho, pois a ligação foi cortada abruptamente.
As investigações mostraram ainda que o telefone de Jermain teve sinais registrados entre 2 e 10 da manhã de 16 de junho, aproximadamente 22 quilômetros de distância do centro de Missoula, na área conhecida como Evaro Hill, que faz parte da Reserva Flathead. Jermain era membro das tribos Confederated Salish e Kootenai e frequentemente se sentia atraída pela natureza e pelos animais, com o sonho de estudar na Institute of American Indian Arts. Apesar de ser uma questão de grande relevância, a comunidade indígena compõe apenas 6% da população de Montana, no entanto, essa mesma população representa 24% dos casos de desaparecimento registrados no estado, uma realidade alarmante que destaca a vulnerabilidade de muitas mulheres indígenas.
A busca incessante por justiça e respostas
Após seis anos sem notícias, a desaparição de Charlo continua sendo investigada como um homicídio sem corpo, uma abordagem que muitas vezes é adotada em casos onde permanecem poucas pistas viáveis, mas as autoridades acreditam que ainda é possível obter informações valiosas. As buscas em Missoula e na Reserva Flathead têm sido frequentes, mobilizando a comunidade e várias organizações em busca de respostas. Um dos líderes comunitários, Jen Murphy, trouxe à tona a importância de visibilizar o caso de Jermain em uma campanha que colocou seu retrato em outdoors nos arredores de Missoula, destacando a necessidade urgente de atenção a casos de pessoas desaparecidas, especialmente entre as comunidades indígenas.
Murray expressou que as buscas são emocionalmente desgastantes, enfatizando a dificuldade de não deixar nenhuma área sem ser investigada. Ela compartilhou sobre os desafios de realizar buscas em terrenos difíceis, onde um simples movimento em falso poderia significar não encontrar evidências que poderiam ser cruciais. O desaparecimento de Jermain se inscreve em uma rede ainda mais abrangente de casos de mulheres indígenas desaparecidas e assassinadas, um fenômeno que ainda precisa de visibilidade e ação das autoridades e da população.
A misteriosa conexão com o telefone e o papel de Michael DeFrance
Outro ponto intrigante no caso é o destino do telefone de Jermain, que DeFrance afirmou ter em suas posses após o desaparecimento dela. Ele declarou que tentou acessar as informações do aparelho e, em seguida, disse tê-lo descartado em Idaho. O local exato onde ele afirmou ter se livrado do celular foi investigado pela polícia, mas nenhuma evidência foi encontrada. Esse aspecto levanta mais questionamentos sobre a veracidade de suas declarações e aumenta o escrutínio em torno de sua figura, mesmo que até o momento ele não tenha sido nomeado formalmente como suspeito pela polícia. A falta de novas informações e a ausência de pessoas que se apresentem para ajudar na investigação têm sido aspectos frustrantes para a equipe de investigação e para a família de Jermain.
Atualmente, a busca por informações sobre o caso continua e a família de Jermain Charlo mantém a esperança de que um dia a verdade sobre seu desaparecimento seja revelada. Os detetives estão dispostos a receber qualquer pista ou informação que possa esclarecer o que realmente aconteceu naquela fatídica noite. A expectativa é que a recente divulgação das imagens de segurança traga um novo ânimo à investigação, culminando em descobertas que possam finalmente responder à pergunta angustiante que ressoa entre os que conhecem e amam Jermain Charlo: O que realmente aconteceu com ela?