A insensatez de ignorar os riscos associados ao uso de lentes de contato em ambientes aquáticos pode ter consequências devastadoras, como demonstrado pelo caso recente de Brooklyn McCasland, uma mulher de 23 anos que ficou cega de um olho devido a uma infecção ocorrida enquanto nadava. Durante uma viagem para Alabama com amigos no mês de agosto, Brooklyn contraíu a infecção conhecida como acanthamoeba keratitis, uma condição que afeta a córnea e pode levar à perda permanente da visão. Segundo a explicação fornecida pela Cleveland Clinic, trata-se de um parasita que pode causar danos sérios ao olho.

Inicialmente, Brooklyn não percebeu a gravidade da infecção. Em sua relato no GoFundMe, plataforma que ela criou para angariar fundos para suas despesas médicas, McCasland revela que o quadro inicial se assemelhou a outras infecções comuns, levando-a a ser tratada com esteroides e várias gotas oculares. Esse atraso no diagnóstico teve um papel crucial na evolução da infecção, como ela lamenta. Com a dor cada vez mais intensa, Brooklyn passou a frequentar oftalmologistas a cada dois dias e foi encaminhada a diferentes especialistas, na busca por respostas sobre o sofrimento e a perda gradual de visão que enfrentava. “Eu estava sentindo a dor mais intensa que já experimentei e, eventualmente, fiquei completamente cega do olho direito”, desabafa.

Quando finalmente recebeu o resultado diagnosticado, McCasland soube que se tratava de acanthamoeba keratitis, e os médicos a advertiram que poderia ficar permanentemente cega ou até perder o olho se não iniciasse o tratamento imediatamente. Ela explica que o tratamento é raro e, na maioria das vezes, os colírios necessários para a cura são fabricados apenas no Reino Unido. Contudo, a sorte esteve ao seu lado, pois o consultório médico em Dallas tinha algumas amostras disponíveis, permitindo que o tratamento começasse de imediato. Brooklyn agora precisa administrá-los em seus olhos a cada trinta minutos, ressaltando a lentidão do processo de recuperação.

Refletindo sobre sua situação, McCasland expressa alívio por finalmente saber o que está enfrentando e por poder iniciar o tratamento adequado. “Se eu soubesse que ao nadar com lentes de contato poderia evitar toda essa dor, eu não teria feito isso”, disse com sinceridade. Infecções por acanthamoeba são incomuns, com cerca de 1.500 casos anuais nos EUA, mas contact lenses users representam alarmantes 90% desses. Como salientado pela Cleveland Clinic, o uso prolongado das lentes de contato, o armazenamento inadequado e a limpeza deficiente, assim como o uso enquanto se nada ou se toma banho, são fatores que aumentam significativamente o risco de se contrair o parasita. Além disso, o National Library of Medicine evidencia que o uso de lentes de contato pode causar pequenas abrasões na córnea, que são a etapa inicial chave para a infecção por acanthamoeba.

Infelizmente, a batalha de Brooklyn contra a infecção ainda não acabou. Em uma atualização em sua campanha no GoFundMe, ela compartilhou que uma recente visita ao médico revelou que seu estado não melhorou substancialmente – embora não tenha piorado. “Há uma possibilidade de que eu precise de um transplante de córnea uma vez que consigamos eliminar a infecção. Isso pode levar meses, mas sou grata por saber exatamente o que está acontecendo”, afirmou. Brooklyn espera que sua experiência ajude a alertar outras pessoas sobre os perigos de nadar com lentes de contato.

A preocupação com infecções oculares é um tema que merece atenção, especialmente no verão, quando as pessoas frequentemente se envolvem em atividades aquáticas. O caso de Brooklyn serve como um importante aviso sobre os riscos ocultos associados ao uso inadequado de lentes de contato. É essencial que aqueles que usam lentes estejam cientes das práticas recomendadas para evitar complicações sérias, como as que atingiram a jovem texana. Sua história também ressalta a importância da conscientização e da prevenção em saúde ocular, uma questão que muitas vezes é deixada em segundo plano por aqueles que buscam praticidade e conforto no uso de lentes.

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