A recente decisão da icônica banda britânica Oasis de cancelar aproximadamente 50 mil ingressos da sua esperada turnê de reunião na Grã-Bretanha traz à tona uma questão delicada que afeta fãs de diversos artistas ao redor do mundo: a revenda abusiva de ingressos. A turnê, que promete reaquecer a cena musical com os sucessos dos anos 90, encontrou um vilão em sua trajetória, que são os revendedores que adotam práticas de especulação, comprando ingressos a preços normais e os revendendo por valores exorbitantes. Segundo declarações feitas por representantes da Live Nation e SJM, empresas promotoras do tour, o cancelamento se faz necessário para preservar o acesso justo dos fãs às apresentações.
A turnê do Oasis, anunciada em agosto deste ano, foi recebida com grande entusiasmo, mas, ao mesmo tempo, resultou em um fenômeno que muitos já conhecem muito bem: a dificuldade de conseguir ingressos a preços justos. De acordo com dados divulgados, quando os ingressos foram disponibilizados, 1,4 milhões de entradas estavam disponíveis, mas surpreendentes 10 milhões de fãs de 158 países se apressaram para garanti-los. Com a alta demanda diante da limitada oferta, não demorou para que os ingressos começassem a ser revendidos – em alguns casos, a preços que chegavam impressionantes até US$ 7.294 em sites como Viagogo, uma plataforma de revenda de ingressos.
O Oasis não se apresenta desde 2009, quando o conflito entre os irmãos Gallagher, Liam e Noel, culminou no fim da banda. Após anos de hiato, a expectativa era alta para os shows, que prometem unir gerações e oferecer um espetáculo que muitos fãs esperam há anos. No entanto, a questão da revenda tem gerado frustração, e muitos fãs acabaram se sentindo excluídos da oportunidade de ver a banda ao vivo. A despeito de serem informados de que poderiam comprar e revender ingressos apenas pelo Ticketmaster ou pelo Twickets, a realidade da revenda não autorizada prejudicou a experiência de muitos.
Com a revelação de que cerca de 4% dos ingressos foram comprados e revendidos em plataformas não autorizadas, somando 50 mil ingressos que agora estão sendo cancelados, a ação visa proteger os fãs que legítimamente desejam assistir ao retorno do grupo. A decisão de cancelar esses ingressos foi, portanto, tomada sobre a alegação de que a revenda em sites não oficiais quebra as normas do evento. Para aqueles cujos ingressos foram cancelados, existe a promessa de reembolso integral, bem como a orientação para que, se houver qualquer dúvida sobre a cancelamento errado de ingressos, os fãs entrem em contato com seu agente de bilhetes pertinente.
Além disso, os promotores do tour reforçam a segurança e as opções para os fãs, instando-os a evitar a compra em sites não autorizados, já que há o risco de fraudes e cancelamentos. “Todos os envolvidos na turnê continuam a incentivar os fãs a não adquirirem ingressos em websites não autorizados, pois alguns destes podem ser fraudulentos e outros, sujeitos a cancelamento”, diz a nota emitida pelos representantes do tour. Para quem deseja revender ingressos, é recomendada a utilização do Ticketmaster ou da plataforma oficial Twickets, que garantem a compra com valores justos.
Legalmente, a revenda de ingressos é permitida no Reino Unido, desde que os mesmos tenham sido adquiridos de forma legal. Algumas plataformas, como a Viagogo, disseram que pretendem continuar permitindo a revenda dos ingressos do Oasis, reafirmando sua conformidade com as regulações vigentes. No entanto, a resposta de algumas plataformas de revenda levanta questões pertinentes, onde as ações dos promotores em cancelar ingressos são vistas como um ataque aos fãs que optaram por usar mercados seguros e regulamentados. Na visão de representantes da Viagogo, isso representa um comportamento claramente anti-consumidor e retaliativo.
Os fãs do Oasis agora se perguntam como se comportar diante dessa reviravolta e, com a turnê “Oasis Live ‘25” marcada para ter início em 4 de julho de 2025, eles ainda têm esperança de garantir seus lugares nos shows que acontecerão em locais como Cardiff, Manchester, Londres, Edimburgo e Dublin, além da perna norte-americana que começará em 24 de agosto de 2025, em Toronto. Somente o tempo dirá se essas medidas ajudarão a equilibrar o acesso à iniciativas musicais de grande porte e garantir uma experiência justa e acessível para todos os amantes da música.