A Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos, conhecida como FEMA, enfrenta um cenário de calamidade sem precedentes, tendo que lidar simultaneamente com desastres naturais severos nas últimas semanas. Com um gasto impressionante de cerca de $9 bilhões em um período de pouco mais de uma semana, a organização se vê diante de uma situação que demanda respostas urgentes e efetivas às consequências desastrosas provocadas por furacões e outras catástrofes climáticas. Após uma nova injeção de aproximadamente $20 bilhões concedida pelo Congresso, a FEMA rapidamente esgotou quase metade desse valor, resultando numa situação onde a necessidade de novos recursos financeiros se torna cada vez mais iminente para atender às exigências de recuperação das comunidades afetadas.
O PANORAMA DAS DESPESAS DO FEMA EM TEMPOS DE CRISE
Em uma coletiva de imprensa, a administradora da FEMA, Deanne Criswell, informou que, após sair de um período de foco em necessidades imediatas em 1º de outubro, a agência já havia desembolsado cerca de $9 bilhões das novas alocações. O rápido ritmo de gastos está atrelado não apenas aos danos causados pelos furacões Helene e Milton, que atingiram o país consecutivamente, mas também às consequências de uma série de desastres naturais que afetaram diferentes partes dos Estados Unidos ao longo do ano. O remanescente da verba disponível no fundo de alívio de desastres da FEMA é de $11 bilhões, levantando preocupações sobre a necessidade de novas aprovações orçamentárias para atender à demanda crescente.
A FEMA, que já havia enfrentado a exaustão de recursos financeiros anteriormente neste ano, teve acesso a um orçamento de $20 bilhões por meio da abertura de seu orçamento do ano fiscal de 2025. Em um tempo de extrema necessidade, essa verba antecipada permitiu à agência iniciar rapidamente a recuperação financeira para comunidades afetadas em estados como Texas, Califórnia e Novo México. De acordo com Criswell, entre $7 bilhões a $8 bilhões foram destinados a reembolsar estados por desastres anteriores, enquanto o restante foi alocado para a recuperação e resposta aos novos impactos dos furacões Helene e Milton.
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA FEMA E A NECESSIDADE URGENTE DE NOVO FINANCIAMENTO
O impacto devastador dos desastres climáticos foi amplificado pelo número crescente de fenômenos meteorológicos extremos em 2023. Até o momento, o país contabiliza cerca de 23 a 24 desastres com custo superior a $1 bilhão, segundo o climatologista Adam Smith, do NOAA. Essa cifra inclui, entre outros, os furacões Debby, Helene e Milton, e provavelmente continuará a crescer com a inclusão de tempestades severas ocorridas durante o verão. Além dos furacões, as Califórnias e outros estados do oeste enfrentam incêndios florestais contínuos, enquanto precipitações torrenciais e inundações têm devastado diversas áreas da nação.
Criswell mencionou que o panorama atual de desastres é o mais complexo que a FEMA já enfrentou, refletindo um aumento contínuo em eventos extremamentes severos. As temporadas de tornados, que foram particularmente intensas e frequentes neste ano, somam-se aos altos níveis de inundações e incêndios. A alta intensidade e a frequente ocorrência de desastres climáticos têm exigido um nível de resposta que supera o já elevado histórico da agência.
O FUTURO FINANCEIRO DA FEMA: O QUE ESPERAR
A necessidade de um novo financiamento emergencial para a FEMA começa a se tornar evidente, à medida que o impacto econômico de Helene e Milton é estimado na faixa de bilhões de dólares. Embora ainda seja cedo para determinar exatamente quanto mais poderá ser solicitado ao Congresso, a avaliação dos danos e das necessidades por parte dos estados e municípios ocorrerá ao longo de um período que se estende por semanas ou meses. Criswell esclareceu que a agência está constantemente avaliando o saldo disponível em seu fundo de recuperação e deve solicitar mais recursos de forma antecipada, dependendo dos resultados dessas avaliações. A pressão para que novos recursos sejam alocados cresce, especialmente considerando a proximidade das reuniões do Congresso após as eleições de novembro.
Além disso, a temporada de furacões que se estende até o final de novembro ainda pode trazer novas ameaças, complicando ainda mais a situação de recursos da FEMA. As estatísticas recentes mostram um aumento alarmante na frequência e severidade dos desastres naturais nos últimos anos. Em 2022, o país registrou um número recorde de 23 desastres que custaram pelo menos $1 bilhão mesmo antes de setembro, marcando um crescimento significativo em relação à década anterior, quando levava cerca de três meses entre eventos dessa magnitude.
CONCLUSÃO: UMA SINA DE ALARME PARA O FUTURO
A catastrófica série de desastres naturais que a FEMA tem enfrentado ao longo deste ano oferece uma visão alarmante sobre o futuro das respostas a incidentes climáticos nos Estados Unidos. O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, aliado às limitações orçamentárias da agência, exige um planejamento estratégico e direcionamento de recursos que se torne cada vez mais eficaz. Espera-se que o Congresso, ao adentrar no seu próximo período legislativo, priorize a alocação de recursos destinados à FEMA e às comunidades devastadas, garantindo que a resposta a emergências se mantenha à altura das exigências atuais. Enquanto isso, as consequências dos desastres em múltiplas frentes continuarão a colocar à prova os limites da capacidade de resposta e recuperação da agência.