A evolução recente da tecnologia tem gerado debates acalorados sobre o papel da inteligência artificial (IA) nas empresas do futuro. Em uma apresentação no evento TechCrunch Disrupt 2024, o ator e investidor Ashton Kutcher, cofundador da Sound Ventures, destacou a inevitável transformação das empresas em “empresas de IA”. Durante o painel, Kutcher foi acompanhado por seus colegas Guy Oseary e Effie Epstein, e juntos compartilharam sua visão sobre o que procuram em fundadores e startups, além de como acreditam que as empresas que se baseiam em IA fundamental se tornarão as mais valiosas da história. Com um olhar otimista, Kutcher assegurou que “não haverá uma única empresa no mundo que, de alguma forma, não estará usando IA no futuro”.
A afirmação de Kutcher não é apenas uma observação casual, mas sim refletiva de uma tendência crescente no mundo dos negócios. As tecnologias de IA e aprendizado de máquina estão se tornando cada vez mais integradas aos processos de várias indústrias. Desde empresas de ensino até indústrias de saúde e finanças, a adaptação da IA é uma realidade palpável. O ator destacou que independente do tipo de IA — seja open-source, como algumas noções de software livre, ou sistemas fechados como Anthropic, OpenAI ou World Labs — “esses elementos estarão na base de tudo que será construído no futuro”.
No entanto, o que torna a fala de Kutcher ainda mais intrigante é sua crença de que, apesar da convergência entre as empresas fundadoras de IA, não é necessário haver um “vencedor” nesse espaço. “Muitas vezes, você pode se tornar inteligente demais e acreditar que pode escolher o vencedor, mas pode não haver um”, afirmou ele. Essa perspectiva sugere um ecossistema vibrante onde várias empresas podem prosperar simultaneamente, sem a necessidade de monopolizar o mercado. A diversidade de soluções em IA pode beneficiar diferentes segmentos da sociedade, levando a uma verdadeira revolução no modo como interagimos com a tecnologia.
A resistência ao avanço da IA, por outro lado, também foi abordada por Kutcher. Ele fez um paralelo com o medo que envolvia a introdução de tecnologias como computadores pessoais e automóveis. “Acho que muitas pessoas tinham medo dos computadores pessoais quando eles foram lançados, assim como do carro e da revolução industrial”, lembrou Kutcher. Para ele, o que está por vir com a inteligência artificial deve ser encarado com entusiasmo, já que possui o potencial de permitir que os humanos realizem tarefas mais complexas e inovadoras do que nunca. De acordo com ele, “estamos todos nos tornando capazes de fazer muito mais do que conseguimos fazer historicamente”.
A Sound Ventures, sob a liderança de Kutcher, está realizando apostas altas em IA. No ano passado, a empresa lançou um fundo de investimento de $265 milhões voltado para empresas de modelos de linguagem de grande escala, como OpenAI, Anthropic e Hugging Face. Essa disposição de investir em múltiplas empresas demonstra a confiança de Kutcher e sua equipe no potencial transformador da tecnologia. “Não retiramos dinheiro do OpenAI, que agora vale $157 bilhões”, revelou ele, sublinhando o otimismo em relação ao futuro do setor.
Além das discussões sobre investimentos e tendências, o painel também teve espaço para conselhos práticos aos empreendedores. Kutcher destacou a importância das relações humanas na construção de empresas de sucesso. Ele aconselhou os fundadores a não se concentrarem excessivamente em criar apresentações ou “decks” elaborados para apresentar suas ideias. “Não lembramos do deck do OpenAI… É sobre as pessoas e as competências que estão construindo a empresa, a tese de mercado e os insights que fazem a diferença”, disse, reforçando que “parar de gastar tanto tempo com o deck” pode liberar espaço para um foco mais produtivo em aspectos essenciais do negócio.
Em conclusão, Ashton Kutcher, com sua visão fascinante sobre o futuro próximo moldado pela inteligência artificial, nos fornece uma nova perspectiva sobre as revoluções tecnológicas. À medida que as empresas se integram cada vez mais na era digital, a ideia de que cada negócio se tornará uma “empresa de IA” parece mais plausível a cada dia. A mensagem clara é de que, independentemente do receio que possamos ter sobre o futuro, as oportunidades que a tecnologia apresenta são promissoras e devem ser exploradas com audácia e inovação.