O filme animado “Sing”, lançado em 2016, tem se demonstrado um verdadeiro fenômeno, não apenas nas bilheteiras, onde arrecadou impressionantes $634 milhões mundialmente, mas também nas telas de streaming, onde continua a conquistar o coração do público. Recentemente, “Sing” voltou a brilhar no ranking global da Netflix, alcançando a quarta posição na lista dos filmes mais assistidos em língua inglesa, em um momento em que muitos esperavam que ele caísse completamente do Top 10. Esse ressurgimento ilustra um contraste interessante com uma tendência moderna, onde muitos lançamentos de animação, mesmo de estúdios renomados como a Pixar e a Walt Disney Animation Studios, têm enfrentado dificuldades para se destacarem nos cinemas.

A relação entre animação e bilheteira tem se tornado cada vez mais complexa. Um exemplo notável é o filme “Encanto” da Disney, que, apesar de ter atingido a marca de $261,3 milhões em arrecadação, enfrentou desafios para ser considerado lucrativo devido ao seu orçamento de aproximadamente $150 milhões. No entanto, a fortuna do filme se reverteu após sua chegada ao Disney+, onde conquistou popularidade mundial, especialmente com a música “We Don’t Talk About Bruno”, que se elevou ao topo das paradas. Em contrapartida, outros filmes de animação surgiram com aberturas modestas, mas acabaram se tornando grandes sucessos, como “Elemental” e “Migration”, que estão se destacando nas premiações de melhor animação.

“Sing”, da Illumination, tem uma trajetória diferente a partir de sua estreia em 2016. O filme apresenta uma coleção de animais antropomórficos que participam de uma competição de canto para salvar o teatro do coala Buster Moon, dublado por Matthew McConaughey. A produção se destacou pelo seu sucesso estrondoso, conseguindo gerar uma sequência em 2021 e gerando expectativa para um terceiro filme no franchise, que ainda incluirá curta-metragens e atrações em parques temáticos. O filme foi bem recebido pela crítica, mantendo uma classificação de 71% no Rotten Tomatoes.

A recente resurgência de “Sing” na Netflix se deve parcialmente ao lançamento de um curta especial para o Halloween, intitulado “Sing: Thriller”, que foi disponibilizado em 16 de outubro. Este curta foi capaz de impulsionar a exibição do filme original, resultando em mais de 5,9 milhões de visualizações e somando 10,7 milhões de horas assistidas na plataforma. Por uma curiosidade interessante, a trajetória da audiência de “Sing” na Netflix foi menos previsível do que a de outros lançamentos animados recentes. O filme, que havia sido retirado da plataforma em 2019, conseguiu retornar e rapidamente escalar posições no ranking de visualizações.

Com todo esse sucesso, podemos observar que o impacto de “Sing” se estendeu além de suas exibições individuais, refletindo uma quebra no padrão típico que muitos filmes seguem, que é uma subida e descida nas paradas de visualização. Tal fenômeno indica que o impacto de “Sing” no mercado é verdadeiramente relevante e que o público continua a se conectar profundamente com seus personagens e enredo. Para efeito de comparação, “The Garfield Movie”, outra animação de 2024, teve uma passagem muito mais rápida pelo ranking da Netflix, tendo sua estadia reduzida a apenas três semanas, onde rapidamente subiu, mas depois caiu do Top 10.

Esse desempenho excepcional de “Sing” na Netflix sugere que a franquia Iluminação tem um futuro promissor diante de sua crescente popularidade. O retorno ao Top 10 global da Netflix bem como as reações positivas indicam que o público está pronto para mais. Embora a sequência “Sing 2” tenha arrecadado menos do que o esperado, somando apenas $408,4 milhões em relação a seu orçamento de $85 milhões, é importante ressaltar que o filme foi lançado em um período de dificuldades para a indústria cinematográfica, impactada pela pandemia no final de 2021.

O cenário para um novo filme da série “Sing” parece mais promissor, especialmente com o sucesso sustentado do original nas plataformas de streaming. À medida que a popularidade de “Sing” ressurge, as expectativas para a próxima parcela da franquia estão em alta. Um reflexo disso é a forma como o público tem respondido positivamente ao personagem e à narrativa que estabelecem um forte vínculo emocional com os espectadores, independente da idade. Assim, podemos concluir que a saga de “Sing”, com seus desafios e conquistas no mercado, ainda tem muitos atos por vir, e os fãs já estão ansiosos por mais melodias e emoções encantadoras na tela grande. A animação, apesar das suas volatilidades na bilheteira, continua a se reafirmar e a manter seu espaço nos corações dos espectadores, tanto nas salas de cinema quanto nas plataformas digitais, mostrando que histórias bem contadas sempre encontram um caminho para brilhar.

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