No mundo moderno dos automóveis, a tendência de telas sensíveis ao toque grandes tem gerado uma nova dinâmica nas interações entre motoristas e veículos. Entretanto, muitos ainda sentem falta dos dias em que a maior parte das interações ocorria por meio de botões físicos. Em um painel na TechCrunch Disrupt 2024, o diretor de software da Rivian, Wassym Bensaid, expressou uma opinião provocativa sobre o uso de botões nos carros. Para ele, este recurso é considerado uma “anomalia” e, de fato, um “bug”. Bensaid argumentou que a forma ideal de interação com o carro seria através de comandos de voz, embora reconheça que os assistentes de voz atuais apresentam falhas significativas.
Bensaid se mostrou otimista em relação ao potencial do ambiente automotivo para a inteligência artificial, mencionando que semanalmente dirige um veículo de engenharia equipado com um assistente de voz avançado, embora não tenha revelado muitos detalhes sobre qual tecnologia está sendo testada. Ele ressaltou, ainda, que a Rivian está em parceria com outras empresas que ainda não podem ser discutidas publicamente. De acordo com Bensaid, o grande objetivo é fazer com que os comandos de voz se tornem o principal meio de interação com o veículo. Ele observou que, embora a possibilidade de interações por meio de voz seja promissora, desafios como latência e alucinações em assistentes de IA ainda precisam ser resolvidos antes que a relevância dessas ferramentas possa ser totalmente realizada.
O executivo acredita que o carro, por ser um espaço rico em recursos, deve contar com a possibilidade de interações simplificadas, mesmo que isso implique em priorizar informações que podem estar a uma ou duas opções de menu de distância. Visando tornar essa realidade palpável, Bensaid comentou sobre a grande crença que ele e sua equipe depositam na habilidade dos assistentes de voz alimentados por inteligência artificial para compreender e executar solicitações complexas de motoristas. Como um exemplo prático, ele mencionou um comando simples, como “estou com fome”, ressaltando que o assistente deve ser capaz de direcionar rapidamente o motorista a um restaurante próximo que ele gostaria de visitar.
Embora essa ideia não seja algo completamente novo no mercado automotivo — fabricantes como a Mercedes-Benz têm se esforçado por anos para oferecer uma experiência de controle por voz integrada, com resultados variados — Bensaid se mostrou confiante de que a Rivian pode transformar a forma como os comandos de tela são realizados, tornando todas as funcionalidades disponíveis por meio de voz. Esta visão futurista, no entanto, ainda enfrenta desafios práticos para se concretizar.
Uma questão que suscita debate significativo entre os desenvolvedores da Rivian é a integração do CarPlay da Apple. Bensaid expressou que, apesar das discussões internas sobre essa possibilidade, ele acredita que utilizar CarPlay seria uma forma de “preguiça”. Para ele, a verdadeira oportunidade reside em integrar aplicativos específicos, como o Apple Music, ao invés de permitir que o CarPlay domine toda a tela. O executivo argumenta que, ao adotar essa abordagem de integração, a Rivian poderá oferecer uma experiência mais refinada e holística, ao invés de uma simples substituição da interface.
Assim, a postura da Rivian diante da evolução das interações em veículos destaca não apenas um desejo de inovação, mas também um compromisso em abordar e resolver as questões que afligem os assistentes de voz atuais. À medida que a tecnologia avança e as expectativas dos consumidores aumentam, a busca por soluções que unam conveniência, segurança e eficiência se torna cada vez mais fundamental. Em um futuro próximo, poderemos testemunhar um novo paradigma de interação dentro dos veículos, que pode muito bem redefinir a nossa experiência ao volante.