uma nova crise diplomática está se formando entre o canadá e a índia, após alegações de que um alto funcionário do governo indiano estaria por trás de uma campanha voltada para desestabilizar o movimento sikh separatista no canadá. a situação se intensificou quando o vice-ministro de relações exteriores do canadá, david morrison, declarou em uma reunião do parlamento que o ministro do interior indiano, amit shah, teria ordenado uma série de ações violentas e atos de intimidação contra sikh separatistas em solo canadense. este cenário não apenas revela um aumento das tensões entre os dois países, mas também levanta questões cruciais sobre a soberania, a diplomacia e os direitos humanos.
detalhes da alegação e implicações para as relações bilaterais
as declarações de morrison surgiram após um contato com um jornalista do washington post, que foi o primeiro a relatar as acusações. ao responder à pergunta sobre o envolvimento de shah, morrison confirmou que ele estava, de fato, relacionado às alegações. embora não tenha revelado como o canadá obteve essas informações, o primeiro-ministro justin trudeau mencionou anteriormente que há evidências credíveis ligando agentes do governo indiano ao assassinato do ativista sikh canadense hardeep singh nijjar, ocorrido em junho de 2023 em british columbia. as autoridades canadenses afirmaram que já compartilharam essas evidências com as autoridades indianas, mas o governo da índia negou repetidamente a veracidade das informações, classificando as alegações como absurdas.
em meio a esse tumulto, a embaixada da índia em ottawa não respondeu de imediato aos pedidos de comentários sobre as acusações contra shah. na sequência de um incidente significativo em 14 de outubro, o canadá expulsou o alto comissário indiano e outros cinco diplomatas, afirmando que eles eram figuras de interesse em múltiplos casos de coercão, intimidação e violência, visando desestabilizar a campanha por um estado sikh independente chamado khalistan.
rápido aumento das tensões: outros países também acusam a índia
críticas semelhantes também foram feitas por outros países. o departamento de justiça dos estados unidos anunciou, em meados de outubro, a apresentação de acusações criminais contra um funcionário do governo indiano, vikash yadav, em conexão com um suposto plano frustrado para assassinar um líder separatista sikh que reside em nova york. essa estratégia, conforme indicaram promotores dos estados unidos, pretendia abrir caminho para uma sequência de outros assassinatos politicamente motivados tanto nos estados unidos quanto no canadá.
na mesma linha, a conselheira de segurança nacional de trudeau, nathalie drouin, informou ao comitê que o canadá possui evidências indicando que o governo indiano coletou informações sobre cidadãos indianos e canadenses através de canais diplomáticos e proxies, repassando esses dados ao governo em nova déli. de acordo com drouin, as intenções do governo indiano estão ligadas a uma rede criminosa associada a lawrence bishnoi, atualmente preso na índia, mas com conexões cuja extensão inclui homicídios, planos de assassinato e outros crimes violentos no canadá.
relação complicada e possíveis caminhos a seguir
antes da transparência nas alegações tornar-se pública, drouin admitiu que houve tentativas de colaborar com o governo indiano para exigir responsabilidades. um encontro aconteceu com o conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro indiano, ajit doval, em cingapura, mas ao perceber que o governo indiano não estava disposto a cooperar nas medidas propostas de responsabilidade, foi decidido tornar pública a situação. entre as solicitações estava a renúncia da imunidade diplomática para as figuras de interesse, incluindo o alto comissário em ottawa, algo que drouin considerou improvável.
os desafios políticos não são insignificantes, com a força policial real canadense tendo tido que se manifestar publicamente para #{compreensão poderosa de}# por que se fez necessário abordar investigações em andamento, dado o aumento nas ameaças à segurança pública. como resposta à escalada das tensões, o governo indiano também reagiu expelindo seis diplomatas canadenses.
o impacto do caso nijjar e suas consequências para os ativistas sikhs no canadá
o assassinato de nijjar, que ocorreu quando ele estava em seu caminhão após deixar o templo sikh que liderava em surrey, briçons columbia, trouxe à tona as questões de segurança da comunidade sikh no canadá, bem como suas demandas por justiça e por um espaço seguro para expressar suas visões políticas. nijjar, um cidadão indiano naturalizado no canadá que administrava um negócio de encanamento, era um proeminente defensor de um estado sikh independente, e o caso de seu assassinato ainda permanece ativo, com quatro nacionais indianos acusados e aguardando julgamento.
um caminho incerto pela frente para as relações entre canadá e índia
neste contexto de acusações mútuas e esforços para desestabilizar movimentos políticos, as relações entre canadá e índia enfrentam um momento decisivo. à medida que ambas as nações lutam para navegar por estas águas turbulentas, a situação destaca a complexidade dos desafios de segurança internacional, diplomacia e a forma como a política interna de um país pode influenciar suas relações exteriores. as consequências das ações tomadas por cada parte ainda são incertas, mas a necessidade de diálogo e resolução pacífica é mais importante do que nunca.