Virginia McCullough furtivamente matou seus genitores e viveu com os corpos por anos, revelando uma trama de manipulação

A recente sentença imposta a Virginia McCullough, uma mulher de 36 anos do Reino Unido que cometeu crimes brutais contra seus próprios pais, chocou tanto a comunidade local quanto o público em geral. Em 11 de outubro, Virginia foi condenada a um mínimo de 36 anos de prisão por assassinato, após confessar ter envenenado seu pai, John McCullough, e agredido mortalmente sua mãe, Lois McCullough. O desdobramento desse trágico caso começou a ser investigado quase um ano antes pela polícia de Essex, quando a saúde preocupante do casal levou um médico a alertar as autoridades após um longo período de faltas a consultas e não renovação de receitas médicas. A situação culminou em uma investigação que revelou muito mais do que apenas a ausência dos pais.

A investigação inicial se deu quando o médico dos McCullough expressou preocupação com o bem-estar deles, principalmente pela ausência recorrente em consultas médicas. Em setembro do ano anterior, a polícia de Essex iniciou um caso de desaparecimento, que rapidamente os levou a Virginia, a única filha do casal, que residia com eles na casa em Great Baddow. Ao ser abordada pelas autoridades, Virginia inicialmente descontruiu a situação ao afirmar que seus pais estavam viajando, enganando assim não apenas a polícia, mas também amigos e familiares. Essa fachada foi mantida durante a pandemia da COVID-19, que possibilitou uma maior privacidade no caso e dificultou a descoberta das mentiras que Virginia tecia.

Entretanto, à medida que a suspeita aumentava, a casa do casal McCullough foi examinada pelas autoridades. Em uma reviravolta chocante, Virginia confessou prontamente aos policiais sobre a localização dos corpos de seus pais. As gravações de câmeras corporais, que foram compartilhadas pela BBC, mostram Virginia guiando os agentes sobre onde encontrar os corpos. O corpo de seu pai foi localizado em um “mausoléu caseiro”, enquanto o da mãe estava envolto em um saco de dormir dentro de um guarda-roupa no andar de cima. Durante a abordagem policial, Virginia afirmou aos agentes que estava ciente de que sua captura era inevitável, expressando uma certa tranquilidade ao dizer que talvez a prisão lhe trouxesse paz.

Investigações subsequentes revelaram que os assassinatos ocorreram no verão de 2019. A análise post-mortem constatou a presença de medicamentos prescritos nos corpos de Lois e John, sendo que apenas John foi confirmado como vítima de envenenamento. Virginia se entregou à polícia afirmando ter triturado as instalações medicamentosas, acrescentando-as às bebidas do pai. Temendo que sua mãe descobrisse o que havia ocorrido, Virginia também resolveu sedá-la antes de executar a fatal agressão que a ceifou. Ela utilizou um martelo e posteriormente a esfaqueou várias vezes, comparando a violência do ato a alguém tocando xilofone de forma desajeitada.

O padrão de comportamento de Virginia se agrava ainda mais ao se entender seu real motivo: o desejo por dinheiro. Segundo a polícia, ela manipulou e abusou da boa-fé de seus pais por um longo período, acumulando dívidas em cartões de crédito em nome deles e gastando suas pensões após os assassinatos. O superintendente detetive Rob Kirby, da polícia de Essex, comentou sobre a enormidade da manipulação e engano perpetrados por Virginia, descrevendo suas ações como bem planejadas e realizadas com a intenção de autopreservação e benefício pessoal. Segundo Kirby, a profundidade da traição e da fraude que Virginia cometeu elevou os níveis de horror e choque para todos envolvidos, incluindo aqueles que a consideravam parte da família.

Após a sentença, a família de Lois e John, que tinham 71 e 70 anos na época de suas mortes, respectivamente, expressou sua dor ao fazer uma declaração pública. Eles relataram estar devastados pela perda de seus pais, cujas vidas foram interrompidas de maneira cruel. Em meio à dor, a família se comprometeu a recordar os momentos felizes que compartilharam com os McCullough e pediu privacidade enquanto ainda está lidando com a trágica ausência deles. A tragédia da história de Virginia McCullough não é apenas um conto de um crime horrendo, mas um lembrete sombrio dos perigos que podem habitar os relacionamentos mais próximos, e a extensão a que o ser humano pode ir em busca de satisfação de interesses egoístas.

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