A plataforma de streaming Peacock, parte do conglomerado NBCUniversal da Comcast, apresentou resultados financeiros animadores no terceiro trimestre de 2024, destacando um crescimento significativo em sua receita e uma redução nos prejuízos. O serviço, que se beneficiou da cobertura das Olimpíadas de Paris, anunciou uma perda de $436 milhões, o que representa uma diminuição em relação aos $565 milhões de prejuízo registrados no mesmo período do ano anterior. Embora essas perdas tenham se ampliado em comparação ao segundo trimestre deste ano, quando o prejuízo foi de $348 milhões, a perspectiva é promissora, com a expectativa de uma recuperação gradual na saúde financeira da plataforma.
De acordo com os dados divulgados, a receita da Peacock cresceu 82% em relação ao ano anterior, alcançando impressionantes $1,5 bilhões. A empresa também registrou um aumento significativo em sua base de assinantes, que saltou de 33 milhões para 36 milhões até o final de setembro. Essa reação positiva pode ser amplamente atribuída ao impacto das Olimpíadas de Paris, que atraíram um elevado número de espectadores e incentivaram novos assinantes a experimentarem o serviço.
A Comcast destacou a coletividade de esforços que possibilitaram um desempenho robusto durante as Olimpíadas, com uma média de 31 milhões de espectadores diários, o que significa um crescimento de 82% em relação aos Jogos Olímpicos de Verão de 2021. A empresa também registrou uma receita incremental de $1,9 bilhões relacionada ao evento esportivo, com $1,43 bilhões vindos de anúncios e $473 milhões provenientes da distribuição doméstica. Com um desempenho sem precedentes, agosto de 2024 foi considerado o melhor mês da história da Peacock, que viu um aumento significativo na participação de uso da televisão nos Estados Unidos.
Entretanto, não são apenas boas notícias para a Peacock. Embora a plataforma tenha crescido, a Comcast também anunciou a perda de assinantes em outros setores. O número de assinantes de vídeo caiu em 365 mil, somando mais de 12,83 milhões, ao mesmo tempo que a base de usuários de banda larga desacelerou, com uma perda de 87 mil, totalizando 31,98 milhões. A receita do segmento de mídia da Comcast, por outro lado, aumentou 36,5% no terceiro trimestre, alcançando $8,23 bilhões, impulsionada por um aumento na receita de anúncios e distribuição.
Além disso, a Comcast relatou que a receita de seu segmento de estúdios cresceu 12,3% no terceiro trimestre, devido ao desempenho marcado nos cinemas de Despicable Me 4 e outras produções. Isso incluiu novos lançamentos e uma maior receita com licenciamento de conteúdos, além de um aumento na receita de distribuição associada ao sucesso de suas produções cinematográficas. Apesar do aumento na receita, o EBITDA ajustado para o segmento de estúdios caiu 9,0% como resultado do aumento nos custos operacionais, especialmente relacionados à programação e produção.
Com a conclusão das Olimpíadas, a PepsiCo e a Comcast projetam que 2024 representará uma virada em sua trajetória financeira. O CFO da Comcast, Jason Armstrong, já mencionou anteriormente que 2023 representou o pico nas perdas anuais da Peacock, e que espera-se uma melhora significativa nos resultados financeiros para 2024, uma afirmação que ecoa o otimismo de muitos analistas de mercado.
Ainda assim, o futuro do streaming continua a apresentar desafios para muitos em Hollywood, à medida que as empresas buscam equilibrar investimentos em programação e serviços de streaming, mesmo quando as receitas não são garantidas. Contudo, a Peacock parece ter encontrado um caminho de crescimento através de suas inovações e atração de assinantes, especialmente em períodos de grande visibilidade e engajamento, como os Jogos Olímpicos.
Com um mercado tão dinâmico e competitivo, será interessante observar como a Peacock se posicionará nos próximos anos e se as promessas de recuperação se concretizarão conforme a Comcast antecipou. O que parece certo é que o ambiente das plataformas de streaming não é apenas uma corrida por assinantes, mas também por qualidade de conteúdo e audiência — fatores que, sem dúvida, farão a diferença no futuro próximo.