a discussão sobre as diferenças entre as gerações que compõem a força de trabalho contemporânea nunca foi tão relevante, especialmente em um momento em que a geração z começa a moldar o futuro no ambiente profissional. durante o evento disrupt 2024, promovido pela TechCrunch, especialistas em recursos humanos e startups se reuniram para discutir o que realmente distingue esses jovens trabalhadores de suas predecessoras. a conversa girou em torno de como as práticas de contratação e retenção de talentos precisam se adaptar a essa nova realidade.
o que torna a geração z única no ambiente profissional
durante a conversa, algumas percepções intrigantes foram compartilhadas. Heather Doshay, da SignalFire, e Roger Lee, da Comprehensive.io, discutiram como a geração z, que começou a entrar no mercado de trabalho há alguns anos, é fortemente influenciada por fatores antecedentes, como a pandemia, a incerteza econômica e os cortes em massa na indústria de tecnologia. segundo Doshay, essa geração apresenta um nível de lealdade no trabalho bem diferente, com uma média de permanência em um emprego de apenas 1,1 anos, em contraste com as gerações anteriores que costumavam passar décadas na mesma empresa. isso representa um desafio significativo para empregadores que buscam reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo. “isso desafia você a fazer melhor”, comentou Doshay, enfatizando a necessidade de criar estratégias eficazes de retenção que sejam adequadas aos anseios dessa geração.
Lauren Illovsky, da Capital G, complementou o discurso, ressaltando que, enquanto os millennials enfrentaram críticas no passado, agora eles próprios criticam a geração z. “adoro a geração z também. eu acho que há uma apreciação pelo quanto eles empurram os limites e forçam você a pensar”, destacou Illovsky. essa dinâmica, segundo ela, pode ser encarada de duas formas pelos empregadores: reclamando ou tentando ver o mundo através de uma lente diferente que permita entender o que a geração z realmente valoriza e pode oferecer.
transparência como um valor essencial e as implicações do ageísmo
um dos pontos mais destacados por Roger Lee foi a importância da transparência para a geração z. “jovens falam abertamente sobre seus salários e podem até postar vídeos no TikTok contando experiências de demissão”, observou. isso sugere que as empresas precisam se adaptar e encontrar maneiras de serem mais transparentes com seus funcionários, pois essa prática pode diferenciá-las no mercado diante daquelas que perpetuam a cultura de sigilo em relação a salários e benefícios.
durante a conversa, foi inevitável abordar o polêmico vídeo viral de Keith Rabois, que declarou não contratar pessoas com mais de 30 anos. embora nomes não tenham sido mencionados, a discussão sobre ageísmo nas empresas se destacou. Illovsky e Doshay argumentaram que ter um workforce diversificado em termos de idade é crucial para garantir um conjunto de habilidades variadas e robustas. Doshay lembrou que, além disso, é ilegal discriminar alguém com base na idade, e que excluindo trabalhadores acima dos 30, muitos do público provavelmente não estariam entre os contratáveis. “e desde quando 30 é a barreira?”, acrescentou Lee de forma bem-humorada, levantando um ponto que ressoou com muitos presentes na discussão.
o futuro das contratações: adaptando-se às gerações
é claro que adaptabilidade é a palavra-chave para as empresas que desejam sobreviver e prosperar em um mercado de trabalho em transformação. o futuro da contratação requer não apenas reconhecer as particularidades da geração z, mas também incorporar princípios de diversidade e inclusão que abrangem a idade, habilidades e experiências de forma holística. as empresas que ignorarem essas mudanças correm o risco de perder talentos valiosos e, assim, comprometer sua competitividade. o diálogo no evento enfatizou que o papel da liderança não é apenas ter a visão, mas também ser capaz de ouvir e se adaptar às necessidades de uma força de trabalho cada vez mais diversa e consciente. enquanto a geração z continua a se destacar, fica claro que as organizações do futuro precisam ser mais que apenas um local de trabalho; devem se tornar espaços que promovam um ambiente de crescimento, compreensão e inovação.
portanto, as empresas que desejam reter talentos da geração z devem ter em mente que, mais do que uma questão geracional, trata-se de entender e atender às expectativas de uma nova cultura profissional que respira transparência, inclusão e adaptabilidade. o que você, como empresário ou líder, está disposto a fazer para garantir que sua empresa não apenas sobreviva, mas também prospere nesse novo cenário?