O recente trabalho da atriz Anna Kendrick, que fez sua estreia como diretora no filme “Woman of the Hour,” traz à tona não apenas sua habilidade artística, mas também sua forte consciência social. A atriz resolveu não lucrar com o projeto, decidindo destinar todo o seu pagamento para organizações dedicadas ao combate à violência, como a RAINN (Rede Nacional contra Violação, Abuso e Incesto) e o Centro Nacional para Vítimas de Crimes Violentos. Esta decisão reflete um compromisso profundo com causas sociais, algo que é cada vez mais necessário em uma sociedade marcada por desigualdades e injustiças.
No podcast Crime Junkie AF, Anna Kendrick compartilhou sua experiência à frente desse projeto, revelando que desde o início, o foco não estava na realização de um empreendimento lucrativo. “Este nunca foi um projeto para ganhar dinheiro para mim. Todos os recursos foram, na verdade, destinados apenas a fazer o filme,” afirmou Kendrick, dando um tom de sinceridade e altruísmo a sua atuação na produção. A evolução da sua perspectiva veio conforme o filme se aproximava da exibição no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Isso a fez perceber que o dinheiro se tornaria uma parte fundamental das discussões, um aspecto que ela não havia considerado inicialmente.
Em suas palavras, a atriz refletiu sobre a responsabilidade que veio com a possibilidade de lucro: “Fui de ‘Deixe-me saber quando o filme acontecer’ para ‘Oh Deus, sou responsável por isso,’ e então tudo virou uma questão de conseguir fazer o filme — quase não conseguimos cumprir o prazo para entrar no TIFF”. Essa jornada também trouxe à tona questionamentos éticos sobre sua participação financeira na produção: “Eu me perguntei: você se sente mal em relação a isso? E sim, eu me senti.” Diante desse dilema, a escolha de não lucrar e reverter os ganhos para instituições beneficentes tornou-se a decisão mais fácil. “Então eu não estou ganhando dinheiro com o filme,” ressaltou Kendrick, enfatizando o papel crucial das doações. “O dinheiro está indo — ou já foi — para a RAINN e o Centro Nacional para Vítimas de Crimes Violentos. É uma área complicada, mas isso parecia ser o mínimo que eu poderia fazer.
<p"o 18="" filme="" que="" estreou="" na="" plataforma="" netflix="" no="" dia="" de="" outubro,="" narra="" a="" história="" real="" cheryl="" bradshaw="" e="" seu="" encontro="" com="" o="" serial="" killer="" rodney="" alcala="" durante="" um="" episódio="" do="" programa="" "the="" dating="" game"="" nos="" anos="" 70.="" nessa="" trama,="" escolhe="" alcala,="" que,="" apesar="" parecer="" participante="" comum,="" estava="" auge="" período="" crimes.="" começa="" explorar="" série="" assassinatos="" setenta,="" destacando="" interação="" entre="" ele="" bradshaw,="" interpretada="" por="" kendrick.="" daniel="" zovatto="" assume="" papel="" notório="" ficou="" conhecido="" como="" "o="" assassino="" game".
Em outra análise sobre a história de Alcala, o roteirista Ian McDonald ponderou sobre as semelhanças e diferenças entre ele e outros assassinos em série, como Ted Bundy. “As pessoas o comparam a Ted Bundy, mas Bundy era muito bom em fingir ser um bom moço, enquanto Rodney Alcala não fazia nem mesmo essa tentativa. O mais interessante sobre ele é a maneira como as pessoas ao seu redor ignoraram seus comportamentos inadequados, permitindo-lhe escapar impune por tanto tempo. Isso se refere, às vezes, à polícia, ao próprio programa ‘The Dating Game’ ou simplesmente ao sistema judiciário em geral,” comentou McDonald.
O processo da produção do filme foi um grande esforço colaborativo. Em um giro inesperado na jornada de Kendrick, ela não estava planejando assumir a direção, mas, após algumas considerações, decidiu se apresentar como diretora, deixando claro que sua prioridade era que os produtores acreditassem que essa era a melhor decisão. Após garantir o cargo, Kendrick contou com o conselho de Paul Feig, um cineasta experiente, durante a produção. “Estava cercada por pessoas incrivelmente talentosas e solidárias, que foram realmente as responsáveis por não deixar tudo desmoronar o tempo todo,” refletiu a atriz em uma premiere do filme em Los Angeles.
Ian McDonald também elogiou Kendrick por sua contribuição significativa ao projeto, afirmando que ela foi essencial para que o filme se concretizasse, especialmente em momentos difíceis durante a produção: “Ela viu o filme exatamente como eu vi, e suas sugestões foram inteligentes e incisivas. O mais importante é que suas observações tornaram o roteiro mais próximo do que eu queria, e não menos. Ela teve um olhar fresco e conseguiu identificar aspectos que, ao longo dos anos, eu havia me tornado cego.” Desta forma, a colaboração entre a atriz e o roteirista resultou em uma produção que não somente se esforçou para contar uma história poderosa, mas o fez de uma maneira que ressaltou temas de responsabilidade social.
Ainda que Kendrick tenha começado sua trajetória no filme apenas como atriz, sua habilidade de liderar e sua paixão por abordar temas relevantes mostram que o entretenimento pode ser uma ferramenta poderosa para gerar discussões significativas e promover a mudança social, nos lembrando de que, às vezes, as histórias contadas nas telas são um espelho da realidade que nos cerca. A missão de Anna Kendrick agora transcende o entretenimento, colocando-a como uma defensora das causas sociais e como uma inspiração para outras figuras do entretenimento que buscam utilizar suas plataformas para o bem maior.