O mundo dos animes frequentemente apresenta tramas que giram em torno de personagens com habilidades subestimadas, particularmente em histórias onde curandeiros são frequentemente considerados fracos. Tal é o caso do novo anime ‘o curandeiro que foi banido de seu grupo, na verdade, é o mais forte’, disponível na Crunchyroll. Inicialmente, a série foi recebida com um certo ceticismo por críticos e fãs, que temiam ser mais uma repetição dos clichês comuns desse gênero. Contudo, os primeiros episódios começaram a sugerir que a narrativa poderia enclausurar algo mais original, e o quarto episódio confirmou essa expectativa ao introduzir reviravoltas inesperadas que divergem do esperado.
Em primeiro lugar, é importante notar que, como muitos animes que se encaixam nos subgêneros de ‘curandeiro fraco’ e ‘banido do grupo’, o enredo apresenta certas convenções típicas, onde o herói geralmente é expulso por ser considerado inútil. No entanto, assim que se vê separado de seu grupo, o protagonista frequentemente descobre que suas habilidades foram mal interpretadas, revelando-se mais poderoso do que se imaginava. Exemplos contemporâneos que seguem esse padrão incluem ‘tamer de bestas’ e ‘raides de labirinto do tanque mais forte – um tanque com uma habilidade rara de resistência 9999 foi banido do grupo do herói’. Apesar de o protagonista Laust também se mostrar surpreendentemente forte, a razão por trás de seu poder é bastante distinta das narrativas típicas.
No quarto episódio, Laust é derrubado antes de ser envolto por uma aura sobrenatural, que o ajuda a obliterar um adversário enquanto ainda está inconsciente. Essa nova habilidade, no entanto, não parece ter conexão direta com suas habilidades rudimentares como curandeiro; ao contrário, uma energia que emana de sua cabeça sugere uma origem demoníaca, uma reviravolta que não era esperada por ninguém, nem mesmo pelos fãs mais ávidos do gênero. Este elemento, além de criar uma nova camada ao personagem, também gera uma sensação de mistério sobre suas verdadeiras capacidades e o que elas implicam para sua jornada.
Embora o quarto episódio tenha elevado a complexidade da série, os três episódios anteriores também se esforçaram para se afastar do estereótipo do poder subestimado. Neles, fica implícito que as habilidades curativas de Laust realmente eram fracas, mas ele havia treinado arduamente para aprimorar suas outras capacidades, visando se tornar um membro mais valioso em qualquer grupo. Isso levou os espectadores a questionar, ao final de cada episódio, se o título ‘o curandeiro que foi banido de seu grupo, na verdade, é bastante útil’ não seria mais apropriado.
Outro aspecto que acrescenta originalidade à série é a relação especial entre Laust e seus companheiros. Normalmente, os animadores escolhem narrativas em que o protagonista é um herói que recebe ajuda de outros, mas neste caso, a dinâmica é invertida. Laust não apenas se torna uma inspiração para a ajudante que se junta a ele sem perceber que é a mesma que ele havia salvo em um passado distante, mas essa conexão íntima gera camadas de complexidade nas interações entre os personagens. Ele é constantemente motivado a ajudá-la, sem saber que a pequena que um dia protegeu agora é sua parceira.
Diante desses novos desenvolvimentos e da maneira como a história se desenrola, ‘o curandeiro que foi banido de seu grupo, na verdade, é o mais forte’ se mostra como muito mais do que um simples isekai inundado de clichês. À medida que os episódios avançam, cresce a expectativa sobre como essa combinação de elementos narrativos tradicionais e inovações criativas pode se desdobrar. O espectador, ao invés de se deparar com uma simples repetição de fórmulas conhecidas, se vê em uma narrativa que provoca reflexão sobre o que realmente significa ser poderoso e como as relações pessoais podem encorajar um crescimento inesperado e um valor oculto dentro de cada um. O desfecho dessa história intrigante ainda é indeterminado, mas o que se observa até agora é um traço de originalidade que promete entreter e surpreender ao longo da série.