A próxima terça-feira, marcada por eleições importantes nos Estados Unidos, representa mais do que a escolha de representantes. Este pleito é um divisor de águas que pode determinar o futuro ambiental do planeta. Com as mudanças climáticas agora uma realidade inegável, os eleitores americanos se veem diante de uma decisão crucial sobre qual caminho deve ser seguido em relação a um dos maiores desafios globais: a crise climática. Com o cenário atual, as consequências do aquecimento global se fazem sentir a cada dia, e a escolha entre os candidatos pode influenciar diretamente as políticas ambientais e as futuras ações em relação à energia limpa.
Historicamente, a frase de Mark Twain sobre o clima ressoa com forte relevância, uma vez que, apesar de todos se queixarem das condições climáticas adversas, poucos parecem dispostos a agir. Mais de um século após a publicação de “As Aventuras de Tom Sawyer”, os efeitos da poluição proveniente da queima de combustíveis fósseis se manifestam de maneira alarmante, alterando o clima e intensificando desastres naturais. Com o aquecimento global cada vez mais evidente, fenômenos como inundações devastadoras e tempestades mais intensas têm se tornado rotina, levando a um aumento significativo na preocupação dos cidadãos. Estima-se que até 2050, 1,2 bilhão de pessoas podem se tornar refugiadas climáticas, enquanto mais de um milhão de espécies enfrentam o risco de extinção, uma triste realidade que ninguém pode ignorar ao votar.
As consequências do colapso ecológico são sentidas por todos, mesmo por aqueles que estão distantes dos desastres naturais. O aumento dos custos com alimentos e seguros, assim como nas cadeias de suprimentos, são evidências palpáveis da crise climática que permeia a sociedade. Enquanto os cidadãos observam seus impostos contribuírem para esforços bilionários que buscam conter o aumento da temperatura global, sobra uma pergunta: o que fazer diante dessa realidade desafiadora? A luta por um futuro sustentável se intensifica e, mais do que nunca, as escolhas eleitorais têm implicações diretas e duradouras.
A diferença entre os candidatos é uma das mais significativas da história recente. O atual cenário político apresenta uma divergência radical em suas estratégias para enfrentar a crise climática. Enquanto um dos candidatos se compromete a implementar ações decisivas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o outro desqualifica essa crise como uma “farsa”. Dentro desse contexto polarizado, surgem propostas concretas, como a conversão da usina Sherco, em Minnesota, de um sistema movido a carvão para a energia solar, mostrando que a transição energética não é apenas uma possibilidade, mas uma necessidade urgente.
A ciência ambiental, representada por figuras como a vice-presidente Kamala Harris, enfatiza a gravidade da situação climática, alertando que eventos climáticos extremos continuam a aumentar. A aprovação de leis climáticas abrangentes, já implantadas pelo atual governo, é um passo em direção à transição para energias limpas e ao apoio à economia sustentável, com incentivos para a compra de equipamentos que reduzam os custos de energia dos cidadãos. Nesse cenário, a expectativa de crescimento de empresas de tecnologia limpa e o aumento do uso de incentivos federais por americanas e americanos para adquirir veículos e eletrodomésticos mais eficientes são reflexos de um avanço que pode ser comprometido caso haja uma reversão de políticas.
Do outro lado do espectro político, um possível segundo mandato do ex-presidente Donald Trump promete uma volta a políticas que favorecem a exploração de combustíveis fósseis, podendo reverter de forma acelerada os avanços conquistados na área climática. Especialistas temem que a lógica de retrocesso nas regulamentações ambientais cause danos irreparáveis e enfraqueça a liderança dos Estados Unidos em negociações climáticas globais. O que está em jogo, portanto, não é apenas uma decisão política local; trata-se de validar ou desmantelar um futuro sustentável, tanto para o país quanto para o planeta.
Enquanto as escolhas eleitorais se aproximam, figuras proeminentes como Bill Gates levantam questionamentos sobre a continuidade das ações climáticas em caso de uma administração Trump, em um momento em que os investimentos em energia renovável estão se expandindo, especialmente em estados governados por republicanos, como o Texas. O dilema é claro: a vitória de uma visão progressista pode consolidar um caminho em direção à sustentabilidade, enquanto uma vitória conservadora, de acordo com especialistas, pode reverter os avanços e oferecer oportunidades a outras nações.
Portanto, a próxima terça-feira deve ser encarada com a seriedade que a questão requer. O mundo observa enquanto os cidadãos americanos terão a oportunidade de decidir o futuro que desejam não só para seu país, mas para o planeta. Cabe aos eleitores refletirem sobre a significância de seu voto. “O voto é como uma pistola”, disse Twain em outro momento. Embora possa parecer que raramente utilizamos tal poder, em momentos cruciais, seu valor se torna inestimável. E neste momento histórico, o destino da Terra pode muito bem depender da escolha que será feita nas urnas.