Com a proximidade do dia da eleição nos Estados Unidos, a ansiedade e a frustração ganharam novos contornos entre a população. Uma pesquisa recente indica que até 70% dos americanos relatam sentir-se sobrecarregados com o ambiente político tumultuado que permeia a contestada disputa entre os candidatos presidenciais Kamala Harris e Donald Trump. Essa inquietação é palpável em todos os cantos da sociedade americana, e especialistas em saúde mental estão alertando sobre os perigos dessa situação, destacando a importância de gerenciar o estresse eleitoral.
O impacto da divisão política na saúde mental dos cidadãos
À medida que a data do pleito se aproxima, muitos cidadãos se veem consumidos pela ansiedade. De acordo com Dr. Christopher Fisher, diretor de psiquiatria de adultos ambulatoriais no Northwell Zucker Hillside Hospital, seu consultório tem visto um aumento significativo no número de pacientes apresentando “cada vez mais ansiedade, preocupação e medo”, além de um sentido crescente de desespero pelas narrativas negativas que permeiam a mídia. Em seu relato, Fisher enfatiza que a retórica utilizada nas discussões eleitorais pode abalar os fundamentos ideológicos e princípios que sustentam a sociedade, aumentando ainda mais o nível de estresse entre os indivíduos.
Estratégias para lidar com a ansiedade eleitoral
Portanto, como lidar com essa avalanche de estresse e ansiedade que vem à tona durante este período eleitoral? Dr. Fisher sugere algumas táticas práticas que podem ajudar os cidadãos a manter a sanidade mental enquanto navegam por esse cenário tenso. Primeiramente, ele sugere limitar a quantidade de informação consumida diariamente, afirmando que os indivíduos devem atuar como “gatekeepers” — guardiões das informações que recebem. Definir horários específicos para checar atualizações sobre as eleições pode ser uma forma eficaz de evitar o fluxo constante de notícias perturbadoras, especialmente conforme a data de votação se aproxima.
Além disso, Fisher aconselha os americanos a terem cuidado com a forma como se envolvem em conversas delicadas. Caso alguém sinta a necessidade de participar de discussões controversas, ele recomenda que, se a pessoa não estiver emocionalmente preparada, é perfeitamente aceitável expressar essa condição para outros. Essa configuração de limites pode ajudar a reduzir as respostas emocionais intensas, proporcionando espaço para diálogos mais construtivos.
Desconexão digital para um melhor equilíbrio emocional
Outro aspecto valioso que Dr. Fisher menciona é a desconexão dos dispositivos eletrônicos. Ele sugere que, especialmente em tempos de tensão política, as pessoas devem evitar dormir com os smartphones ao lado. Manter esses aparelhos fora do alcance durante a noite serve como um “barreira” que impede a tentação de verificar as redes sociais ou notícias assim que se acorda ou antes de dormir. Fisher traça uma analogia interessante, comparando a necessidade de recarregar nossos dispositivos com a importância de reabastecer nossas mentes e emoções com momentos de paz e solidão.
Redescobrindo hobbies e interesses pessoais
Fisher também enfatiza a importância de retornar a hobbies criativos como um meio de distração e alívio do estresse. Ele sugere que atividades como jardinagem, caminhadas ao ar livre ou a simples companhia de animais de estimação devem ser preservadas no calendário, mesmo quando a vida fica agitada. Entre outras recomendações, ele aconselha agendar encontros com amigos, devotar momentos a atividades de leitura que não seja política e até iniciar uma nova série de televisão como uma forma de desconectar-se das preocupações atuais.
Conecte-se com aqueles em quem você confia
Num momento em que a tensão política está em seu pico, a construção de uma rede de apoio emocional torna-se essencial. Dr. Fisher sugere que, no dia da eleição e nos dias subsequentes, o ideal é ficar ao lado de pessoas que servem como âncoras de estabilidade. A solidão, combinada à dependência dos dispositivos móveis, tende a aumentar a vulnerabilidade ao estresse. Se você já votou ou tem certeza de seu candidato, Fisher sugere que é um sinal claro para fazer uma pausa e revisar o que é controlável em sua vida, enquanto se desliga de aspectos fora de seu controle.
À medida que a eleição de 5 de novembro se aproxima, é fundamental que os cidadãos adotem práticas que assegurem que a ansiedade e a frustração não os consumam. O equilíbrio entre envolver-se nos eventos atuais e ao mesmo tempo manter uma saúde mental sólida é uma habilidade necessária em tempos de tumulto. Nas palavras de Dr. Fisher, é hora de “recarregar”, buscar o apoio social e priorizar o autocuidado. Com esses passos, é possível enfrentar qualquer eleição, independentemente do contexto político, de forma mais saudável e equilibrada.