A franquia Alien é uma das mais emblemáticas na história do cinema, famosa por sua habilidade em mesclar ficção científica com horror. Com a chegada de Prometheus em 2012 e sua continuação, Alien: Covenant em 2017, muitos fãs se perguntaram se as origens do Xenomorfo realmente precisavam ser reveladas. Recentemente, no entanto, parece que a franquia está voltando suas raízes com Alien: Romulus, que promete um retorno à forma, além do anticipado *Alien: Earth*, que colocou um Xenomorfo na Terra muito antes do primeiro filme. A trajetória de Prometheus, que, de certa forma, introduziu uma narrativa rica e complexa, ficou em grande medida eclipsada por suas sequências que apostavam mais na continuidade da história de Alien, em detrimento de um enredo mais aprofundado sobre os Engenheiros e o papel da humanidade. Vamos analisar como esse desvio de foco pode ter perdido oportunidades de criar um mundo mais vasto e intrigante.
Prometheus: uma abordagem ousada com profundas questões existenciais
Quando Ridley Scott decidiu voltar à franquia Alien com Prometheus, esperança e expectativa estavam nas alturas. O filme trazia a ideia de explorar as origens do Xenomorfo, mas rapidamente expandiu para perguntas mais amplas sobre a vida, a criação e o lugar da humanidade no universo. Essa intrincada narrativa fazia mais do que contar uma história de terror; ela incitava o público a questionar a própria existência. Essa ousadia, entretanto, se mostrou divisiva. Embora muitos apreciassem a nova direção, a complexidade das questões levantadas sobre os Engenheiros e a busca por criadores deixou muitos espectadores confusos. Por isso, ao passo que Prometheus tentava fazer uma contribução filosófica ao legado da franquia, Alien: Covenant voltou para uma narrativa mais tradicional de sobrevivência, que trazia de volta os elementos clássicos da série.
A transformação em Alien: Covenant: do mistério à conveniência
Alien: Covenant sofreu uma transição clara, abandonando a profundidade de Prometheus em favor de um roteiro que se sentia mais como uma sequência do que um verdadeiro desdobramento da narrativa anterior. O filme focou em um grupo de personagens em uma situação de horror, enfrentando um Xenomorfo que, em sua forma mais tradicional, reinava sobre o enredo. Os intrigantes elementos de mistério que Permenius estabeleceu foram despojados em favor de uma narrativa Blitzkrieg que se sentia familiar para qualquer entusiasta da franquia. No retrospecto, é evidente que Cloverfield não seguiu o potencial que Prometheus havia criado, o que levantou a pergunta: até que ponto essas duas narrativas poderiam ter coexistido de maneira mais satisfatória?
O que poderíamos ter ganhado: visões expandindo o universo Alien
A ironia desse retrocesso é que Prometheus tinha todos os ingredientes para se desdobrar em uma narrativa ricamente elaborada, que possivelmente poderia ter dado início a uma nova franquia própria, desligando-se do legado de Alien, mas mantendo uma conexão provocante. Se Prometheus tivesse sido tratado como uma entidade isolada, as discussões sobre suas complexidades poderiam ter sido mais bem recebidas. Ao evitar comparações constantes com os anteriores filmes da franquia, o filme poderia ter explorado completamente as ideias que Ridley Scott tinha em mente, criando um universo ainda mais vibrante e expansivo.
O futuro da franquia Alien: Romulus e a nova esperança
Com a confirmação do filme Alien: Romulus, muitos fãs estão esperançosos sobre como a narrativa poderá se desenrolar. A expectativa é que esse novo projeto traga uma inovação necessária à franquia, possivelmente revisitando alguns dos temas introduzidos em Prometheus, mas de uma maneira que capture o interesse do público atual. Enquanto isso, Alien: Earth está sendo preparado, enfatizando um retorno à forma que a franquia realmente precisa. Um futuro promissor está se desenhando, mas apenas o tempo dirá se conseguirá resgatar a profundidade e a reflexão filosófica que Prometheus deixou em aberto.
Conclusão: o legado de Prometheus e a necessidade de narrativa em evolução
O grande dilema da narrativa da franquia Alien reside na sua capacidade de inovar e evoluir ao longo das décadas. Prometheus deveria ter sido o ponto de partida de uma nova jornada ao invés de uma simples adição ao lore existente. O que os fãs ainda buscam é uma história que transcenda o mero terror e aborde questões mais amplas da humanidade, da vida e do universo. Um frankenstein que, mesmo dentro de uma estrutura narrativa familiar, pode ainda contar histórias que nos desafiem a questionar o que sabemos. Com a próxima fase da franquia prometendo uma nova via, o legado de Prometheus ainda pode ser ressuscitado como uma reflexão sobre onde estamos e para onde vamos.