Com apenas uma semana desde a sua estreia, o filme Venom: The Last Dance já está dando o que falar no mundo das bilheteiras. Embora a produção da Sony, inserida no universo Marvel, tenha conseguido superar a arrecadação de outros dois filmes considerados fracassos, a sua performance geral no box office revela a fragilidade da franquia nesta fase. “Venom” e “Venom: Let There Be Carnage” foram lançados com sucesso anterior, arrecadando mais de 856 milhões e 506 milhões de dólares, respectivamente. Entretanto, Venom 3 parece estar enfrentando dificuldades, arrecadando apenas 51 milhões de dólares em seu primeiro final de semana nos cinemas dos Estados Unidos.
As críticas sobre “Venom: The Last Dance” têm sido predominantemente negativas, uma situação que também foi vivenciada pelos filmes anteriores da saga, mas o público continuou a acolher as produções estreladas por Tom Hardy de maneira mais calorosa. É interessante notar que, apesar das resenhas desfavoráveis, a audiência usualmente parece ter uma preferência maior por esses filmes do que os críticos. A questão que fica no ar é se, desta vez, o fiel público dos anti-heróis de Sony será capaz de salvar o filme das garras de um possível insucesso.
Bilheteiras em comparação:
Ainda que as expectativas iniciais fossem altas, o cenário atual indica que “Venom: The Last Dance” pode se tornar o filme de menor arrecadação da trilogia. Até o momento, a produção já conseguiu gerar uma receita global de cerca de 184 milhões de dólares, que inclui a arrecadação doméstica e internacional. O fato curioso, e que pode ser um consolo para a Sony, é que esse valor já supera os totais obtidos por outros dois filmes de super-heróis considerados bombas. A saber, “Morbius”, lançado em 2022, arrecadou apenas 167 milhões, enquanto “Madame Web”, que estreou no início de 2024, conseguiu apenas 100 milhões de dólares a nível mundial.
É inegável que o universo cinematográfico do Homem-Aranha enfrentou sérios desafios em sua trajetória. A tabela comparativa evidencia que a franquia ainda tem valores que a separam de um completo desastre, visto que mesmo “Venom 3”, conforme mencionado, ainda se encontra com uma arrecadação superior a títulos que alcançaram público muito mais amplo e que, ironicamente, desiludiram muitos fãs, resultando em recepções péssimas por parte da crítica e da audiência.
As razões do fracasso comercial:
Um dos questionamentos mais intrigantes que emerge nesse contexto é o que causou essa queda significativa na arrecadação. Seria o multiverso que não cativou a audiência? Ou seria a escolha de um vilão como Knull, que não é tão reconhecido quanto outros antagonistas do universo Marvel, como os que apareceram nos filmes anteriores? O fato é que a falta de conexões com o MCU pode ter tido um impacto no interesse do público, que atualmente pode estar mais inclinado a consumir conteúdos que apresentem essas intersecções multiversais.
A Sony, com o seu universo próprio do Homem-Aranha, precisa encontrar um novo caminho para atrair os espectadores de volta. E o fracasso de “Morbius” e “Madame Web” pode ter deixado marcas profundas e influenciado diretamente na maneira como o público vê os novos lançamentos, refletindo um desgaste de interesse nesse franchise — um verdadeiro dilema montanha-russa em um parque que já foi o cenário de tantas vitórias. Não é coincidência que os filmes de maior sucesso da Marvel, desde Vingadores: Ultimato, tenham sido aqueles que proporcionaram experiências emocionais profundas e a possibilidade de cruzamentos de universos.
Uma franquia em busca de redenção
Enquanto “Venom: The Last Dance” luta por sua própria sobrevida financeira, a comparação com filmes que superaram as expectativas, como as produções de Deadpool e Wolverine, coloca em evidência uma realidade que a Sony pode não ignorar por muito tempo. A esperança de crescimento financeiro na era do multiverso parece irrefutável e os números falam por si: o novo filme ainda não atingiu a meta de superar “The Marvels”, que obteve 206 milhões de dólares em sua breve passagem pelos cinemas em 2023.
Concluindo, é um momento de reflexões sobre o futuro do universo cinematográfico da Sony, que precisa se reinventar se quiser recuperar a paixão de seu público. Enquanto isso, “Venom: The Last Dance” permanece uma incógnita emocionante: poderá o filme reverter a situação e estabelecer um novo padrão que assegure a continuidade da trilogia ou veremos a queda livre de um dos maiores ícones deste universo cinematográfico? Uma coisa é certa, os personagens de Tom Hardy ainda têm um vasto apelo, mas a dinâmica do mercado e das críticas pode ser um jogo traiçoeiro para aqueles que não se adaptam.