O conflito no Oriente Médio continua a escalar de maneira alarmante, especialmente em relação a Israel e ao Hezbollah, com suas consequências se refletindo diretamente no setor de saúde libanês. Uma análise realizada pela CNN destaca que os bombardeios militares israelenses ocorreram em uma perigosa proximidade de pelo menos 19 hospitais no Líbano, desafiando as normas internacionais que protegem as instalações médicas durante conflitos armados. Este cenário tem gerado pânico entre estudantes, profissionais de saúde e a população em geral, que se vê cada vez mais fragilizada e vulnerável em um momento de crise severa.

Na noite de 21 de outubro, uma explosão devastadora na cidade de Beirute abalou os alredores do Hospital Universitário Rafik Hariri, o maior do país, com incontáveis relatos de pessoas feridas e traumatizadas. “Eu estava atendendo um paciente quando a bomba explodiu. Eu caí sobre ele, impressionado com o estrondo”, recordou um enfermeiro do estabelecimento, que relatou a densidade da fumaça que tornava difícil até mesmo visualizar seus colegas de trabalho. De acordo com o ministério da saúde libanês, a detonação resultou em pelo menos 18 mortes, incluindo quatro crianças, e deixou cerca de 60 feridos, em uma construção situada a apenas 70 metros do hospital.

Desde 23 de setembro, quando Israel deu início a um bombardeio aéreo generalizado no Líbano, as forças israelenses causaram danos a 34 hospitais e mataram 111 profissionais de emergência, além de atingirem 107 ambulâncias, conforme dados divulgados pelo ministério da saúde libanês. As operações, marcadas por bombardeios noturnos incessantes, têm como alvo principalmente as regiões do sul do país e os subúrbios ao sul de Beirute, onde a presença do Hezbollah se faz mais forte. A análise da CNN sublinha que cerca de 20% dos hospitais registrados pelo ministério da saúde no Líbano já foram danificados por ataques aéreos em um período de apenas um mês.

As forças de defesa israelenses (IDF) justificam suas ações como cumpridoras da lei internacional, acusando o Hezbollah de operar a partir de áreas civis, como hospitais e clínicas, usando-as como escudos humanos. Entretanto, o ministro da saúde do Líbano, Dr. Firass Abiad, discorda dessa narrativa, afirmando que Israel está “armando” o acesso à saúde e traçando um paralelo com a situação na Faixa de Gaza, onde hospitais foram abertamente atacados sob acusações de serem vinculados ao Hamas. “As instituições de saúde deveriam ser santuários. Está claro que isso é premeditado, que essa é uma política de Estado que Israel está seguindo”, insistiu Abiad.

Uma pesquisa realizada pela CNN sobre mais de 240 ataques aéreos no Líbano revelou que pelo menos 24 hospitais estavam localizados dentro de uma zona de perigo de 500 metros, enquanto a análise apontou que o exército israelense lançou bombas em uma chamada “faixa letal”, de 340 metros, em pelo menos 19 hospitais. A análise da CNN levou em consideração apenas os ataques verificados por imagens públicas ou que foram mencionados em ordens de evacuação militar israelense entre 23 de setembro e 23 de outubro, resultando em uma estimativa que possivelmente é conservadora, dado o número de ataques estimados em mais de mil por organizações de monitoramento de crises.

A severidade da situação é tão crítica que profissionais de saúde no Líbano expressam seu temor em buscar atendimento médico. O Dr. Abiad afirmou que muitos pacientes deixam os hospitais por medo de serem alvos de bombardeios. “Uma vez que você ataca tão perto da área, significa que as pessoas agora têm medo de vir ao hospital”, observou. “Algumas pessoas preferem ir para casa a receber tratamento porque estão preocupadas em serem atacadas nas instituições de saúde”. Este clima de terror se reflete também nas palavras do coordenador especial da ONU para o Líbano, que declarou que os primeiros socorros, incluindo pessoal de saúde e paramédicos, têm sido severamente afetados e que o número de ataques contra as instalações de saúde e seus trabalhadores é alarmante.

A crise na saúde libanesa é exacerbada por constantes ataques a ambulâncias e equipes de primeiros socorros associadas à infraestrutura civil do Hezbollah. Desde o início da ofensiva militar israelense, pelo menos 12 socorristas da Defesa Civil libanesa e 16 paramédicos da Cruz Vermelha Libanesa foram mortos. Além disso, desde 23 de setembro, oito pessoas foram mortas dentro das dependências de quatro hospitais, levando a várias instalações a fecharem suas portas.

Num cenário global onde a medicina deveria ser um porto seguro, a realidade é de um setor de saúde em colapso, enfrentando a devastadora realidade de bombardeios e ataques sistemáticos. Com os hospitais e instituições de saúde protegidos pela lei internacional humanitária, tal κατάσταση se revela como uma violação flagrante das normas que deveriam garantir a proteção dos mais vulneráveis durante um conflito. Neste contexto, ficou claro para muitos observadores que o Líbano se encontra, novamente, em um ciclo vicioso de guerra que traz à tona memórias agonizantes de tragédias passadas.

À medida que as tensões entre Israel e Hezbollah se intensificam e as consequências desse conflito se fazem sentir, o apelo por um diálogo pacífico e pela proteção dos direitos humanos torna-se mais urgente. Para os libaneses, a esperança de um futuro sem tiros e sem a constante ameaça de ataques aéreos parece um desejo cada vez mais distante. O que resta agora é torcer para que as vozes clamando por paz e dignidade sejam ouvidas, e que a saúde e a segurança da população libanesa sejam restabelecidas.

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