Em um recente episódio do podcast “Open Book with Jenna”, a apresentadora Jenna Bush Hager e a renomada autora Ann Patchett trouxeram à tona um assunto que tem preocupado educadores e amantes da literatura: o aumento significativo das proibições de livros nas escolas. Segundo um relatório da PEN America, as proibições de livros dispararam mais de 200% durante o ano letivo de 2023-2024, levantando questões sobre liberdade de expressão e o impacto do acesso à literatura na formação das novas gerações.

A revelação chocante sobre proibições em escolas de Cook County, Flórida

No episódio que foi ao ar no dia 31 de outubro, Patchett compartilhou uma experiência pessoal ao descobrir que dois de seus livros foram proibidos em Cook County, na Flórida. Surpreendida ao pesquisar sobre o tema, a autora revelou que, nesse condado, mais de 700 obras havia sido banidas, incluindo clássicos da literatura como “Madame Bovary” e “Paraíso Perdido”, além de um thriller da década de 1970 intitulado “Coma”, de Robin Cook. O que mais chamou a atenção de Patchett foi a facilidade com que qualquer pessoa, mesmo sem uma conexão direta com a escola, poderia solicitar a proibição de um livro. “O que acontece é que uma pessoa que não tem nenhuma ligação com a escola, sem filhos na instituição, pode simplesmente ligar e dizer: ‘Quero que este livro seja banido’”, explicou ela. Este processo alarmante, segundo a autora, muitas vezes resulta em um número elevado de proibições originadas a partir de uma única pessoa, tornando a luta para reverter tais decisões algo complexo e desgastante para os autores e defensores da literatura.

O impacto emocional das proibições na relação pai e filho

Jenna Bush Hager, que é conhecida por seu amor pela leitura, também compartilhou as experiências de sua própria família à luz dessa questão. Mãe de três crianças, Hager ressaltou a importância da leitura no fortalecimento das conexões familiares. Em uma oportunidade anterior, a apresentadora havia postado uma foto de sua filha, Mila, de 11 anos, mergulhando em um livro da autora Jenny Han, o que gerou uma série de reações entre seus seguidores. “Mila adora os livros da Jenny Han, e eu também. Ela lê e devora cada obra”, contou Hager. “Ao compartilhar essa imagem, percebi que poderia estimular minha filha a explorar a literatura em nosso lar e, assim, incentivar diálogos abertos sobre os temas que surgem nas histórias.” Essa troca de ideias é, segundo Hager, fundamental, não apenas para a educação, mas também para uma melhor compreensão entre pais e filhos.

A literatura como ferramenta de conexão e reflexão

No decorrer da conversa, Hager também mencionou sua relação com seu pai, o ex-presidente George W. Bush, destacando como a literatura pode servir como ponte para fortalecer laços familiares. A apresentadora relatou que recebeu uma mensagem de seu pai mencionando um livro que ele estava lendo, “Todas as Cores da Escuridão”, expressando como esses momentos de troca de ideias são valiosos. “Livros iniciam conversas. Eles geram discussões importantes entre pais e filhos. É assim que nos conectamos”, afirmou Hager, enfatizando a necessidade de se falar mais abertamente sobre temas que podem, a princípio, parecer difíceis de abordar.

Reflexão sobre a leitura e o potencial de escrita

Patchett, por sua vez, refletiu sobre seu próprio crescimento e como sua infância conturbada, marcada por constantes mudanças de escola devido à relocação da família, impactou sua relação com a leitura e a escrita. “Sempre estava chegando a uma nova escola e, por isso, não frequentava as aulas como deveria e isso me afastou da leitura”, compartilhou Patchett. Mesmo assim, esses desafios a motivaram em sua jornada de escritora. “Quando as pessoas me perguntam por que eu sabia que queria ser escritora desde tão jovem, às vezes me pergunto se não era apenas o desejo de poder finalmente escrever”, ponderou, revelando a profundidade de sua relação com a literatura, que serviu tanto como refúgio quanto como inspiração.O episódio deixa claro que a luta contra as proibições de livros está longe de ser apenas uma discussão acadêmica. É uma conversa sobre o futuro e a formação das novas gerações, sobre a transmissão de valores e a preservação do espaço livre e seguro para as ideias florescerem.

À medida que o debate sobre o acesso à literatura continua, a relevância das conversas compartilhadas por Jenna Bush Hager e Ann Patchett se torna ainda mais significativa. A proibição de livros não apenas censura vozes diversas e inexploradas, mas também silencia as conversas necessárias que moldam o entendimento e a empatia entre diferentes gerações e culturas. No final, a literatura permanece como um alicerce, não apenas para a educação, mas para a própria humanidade.

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