Um dos rostos mais icônicos do cinema de ação, liam neeson, já foi considerado um sinônimo de heroísmo nas telonas, porém sua mais recente produção vem recebendo avaliações divididas por críticos e um público que não parece tão impressionado quanto antes. Com uma carreira que teve início em 1976 e um meteórico ascensão após o elogiado papel em Schindler’s List (1993), o ator, agora aos 76 anos, está se preparando para uma nova fase de sua carreira que pode ser sua salvação artística.
O filme Absolution, lançado no dia 1 de novembro de 2024, é o mais recente esforço de neeson nas telas, memorando suas raízes no gênero de ação. Contudo, ao contrário de títulos como Taken, que lhe concedeu um lugar fixo no coração do público e uma franquia pessoal, este último projeto foi recebido com uma frieza de fazer tremer qualquer um. Com uma pontuação de apenas 44% no Tomatômetro do Rotten Tomatoes, Absolution não conseguiu conquistar os críticos, apenas 12 das 27 avaliações foram classificadas como ‘frescas’ enquanto 15 foram rotuladas como ‘podres’, deixando muitas interrogações sobre o que virá a seguir na jornada de neeson.
Embora o filme tenha potencial, sua narrativa gira em torno de um gangster em busca de redenção e reconexão com filhos distantes, mas talvez o que realmente não convenceu foi a falta de tensão e ritmo que caracterizavam seus sucessos anteriores. A crítica também observa que o longa com 112 minutos de duração, poderia ter oferecido uma experiência mais dinâmica, mais alinhada com a agitação vivida nas superproduções da carreira de neeson. Nela, ele utiliza da labilidade emocional que o caracteriza, mas a história acaba se perdendo na repetição e na previsibilidade, resultando em um filme que se assemelha mais aos dramas clichês de redenção do que aos thrillers eletrizantes que o tornaram famoso.
Os altos e baixos de uma carreira repleta de premiações
A carreira de neeson, marcada por um impressionante currículo que inclui indicações ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Tony Awards, não é apenas construída em cima das produções de ação que dele se tornaram destaque. O ator já se mostrou versátil em diversas categorias, mas nos últimos anos, seus filmes têm lutado para encontrar o reconhecimento que uma vez receberam. Desde 2019, após Ordinary Love, sua obra mais aclamada foi o filme In the Land of Saints and Sinners, que alcançou uma respeitável pontuação de 83%, mas que logo foi seguido de materiais que foram amplamente rechaçados, como Retribution (30%) e Marlowe (26%).
Os desafios na carreira de neeson nos lembram que até os gigantes do cinema são vulneráveis. Ser nomeado Oficial do Império Britânico em reconhecimento às suas contribuições convincentes e emocionantes à atuação pode não ser suficiente para eliminar as críticas que vêm após uma série de escolhas questionáveis de papéis. A expectativa de que ele abandone os papéis de ação até o final de 2025 e se dedique a um caminho mais dramático pode ser a estratégia ideal para revitalizar sua carreira. Porém, se não forem bem escolhidos, novos papéis apenas prolongarão a transição sem fornecer a ‘redenção’ que neeson desesperadamente busca.
Uma nova era ou o ocaso de um astro?
O novo filme Absolution poderá ser visto não só como uma oportunidade, mas também como um teste de fogo para o ator. A crítica sugere que, ao se afastar da ação, a possibilidade de lidar com personagens mais complexos e dramáticos pode resgatar a chama de um ator que tem uma habilidade inegável. A combinação do seu talento inato e a escolha de roteiros mais instigantes podem resultar em um retorno à forma para um ator que anseia por reconhecimento, mas ainda assim enfrenta a dura realidade das mudanças e expectativas do setor cinematográfico.
Se neeson conseguir reunificar essas qualidades e se reinventar, talvez possamos testemunhar o renascimento de um dos maiores nomes das telas no novo milênio. Ou, caso contrário, ficaremos apenas com as memórias de um herói adormecido em uma franquia esquecida. A balança está pendendo e todos esperam ver se ele terá a habilidade de reposicionar sua carreira de forma que possa abrir novos horizontes antes que o público se esqueça do que ele pode fazer.