[A seguinte história contém spoilers da segunda temporada de Netflix‘s The Diplomat.]

Ao final da segunda temporada de The Diplomat, assistimos ao surgimento de um novo presidente, e os personagens principais, Kate (interpretada por Keri Russell) e Hal Wyler (Rufus Sewell), se deparam com um inimigo poderoso. A revelação ocorre nos momentos finais do episódio, quando Hal comunica a Kate que o presidente Rayburn (Michael McKean) ficou tão frustrado com uma confissão que acabou falecendo. O incidente em questão refere-se ao envolvimento da vice-presidente Grace Penn (Allison Janney) em um ataque que deu início aos eventos da série.

Com esta nova configuração, tanto Russell quanto Sewell indicam que seus personagens podem ainda estar em estado de choque e não têm uma compreensão clara sobre as implicações que a mudança na Casa Branca pode ter para suas ambições políticas futuras, especialmente no que diz respeito aos planos de Kate em relação à vice-presidência.

“Acho que esta é uma daquelas raras ocasiões em que Hal não está pensando em estratégias”, comenta Sewell, com Russell concordando. Ambos expressam que acreditavam estar sendo “super inteligentes” com seus planos, antes de serem atropelados pela tragédia da morte do presidente. Neste momento, ele se apresenta como uma criança desorientada, enquanto Kate precisa orientá-lo em meio ao caos que se instaurou.

A complicação entre os dois personagens chega ao auge quando, antes da notícia, Kate e Grace estavam em uma acalorada discussão sobre a vice-presidência, adicionando uma camada de tensão à já complexa relação entre as personagens. “A batalha imediata é Grace Penn. Acabamos de ter um embate. Fica muito complicado, mas também interessante e excitante”, destaca Keri Russell.

Vale ressaltar que a dinâmica entre Kate e Penn foi sempre de altos e baixos, com um embate inicial onde Penn criticou a aparência de Kate, sugerindo que ela deveria dedicar mais tempo à sua imagem se quisesse estar tão próxima da presidência.

A showrunner de The Diplomat, Debora Cahn, revela que o discurso de Penn, que critica a aparência de Kate, tem ligação com diálogos que ouviu de pessoas envolvidas nas campanhas políticas de figuras como Hillary Clinton. Este nível de escrutínio da vida pessoal de uma pessoa que busca a vida pública é uma realidade que Cahn desejava abordar.

Após o final impactante da segunda temporada, onde a revelação sobre o ataque à embarcação britânica e a implicação de Penn são expostas, Cahn reflete sobre como alguns conceitos surgem em meio à produção da série e que, muitas vezes, são influenciados pela presença de atores renomados. A chegada de Allison Janney, por exemplo, trouxe novas possibilidades à narrativa. “Uma vez que soubemos que ela se juntaria ao elenco, ficou claro que deveríamos fazer dela um centro forte na história”, revela Cahn. “O que mais me agrada nisso é que você tem uma ideia do que a história é, mas algo muda. Pode ser uma alteração no elenco, uma cena que ganha vida e você descobre uma nova direção a seguir.”

Eles revelam que a trama da segunda temporada também liga-se a críticas sociais mais amplas sobre como os EUA reagem a crises internacionais e as nuances da política. Cahn menciona que a série tem como objetivo desmistificar algumas das narrativas simplistas sobre “pessoas más” e “países ruins” em relação a eventos políticos e conflitos, propondo que nem sempre o que parece ser claro é realmente simples.

Com o reduto narrativo expandido, a terceira temporada de The Diplomat já foi confirmada e está em produção. Os fãs que ficaram decepcionados com a breve duração da segunda temporada serão bem-vindos por este novo desenvolvimento. E quanto a sequência, Sewell promete que as surpresas não param por aí. “O final da segunda temporada é apenas o começo, em breve acontecerão coisas ainda mais extraordinárias”, garante. “O que me cativou a aceitar o papel foi a relação que os personagens desenvolveram; isso agora se torna ainda mais interessante e complexo com a dinâmica entre eles.”

Graças a Penn, que começou a trama envolvendo o ataque ao navio britânico, a narrativa leva os espectadores a refletirem sobre a complexidade da política também em relação às amizades e alianças internacionais. Cahn reitera que há um objetivo em mostrar que, muitas vezes, as ações tomadas por pessoas que podem parecer “más” têm nuances e muitas vezes não são tão simples de avaliar à primeira vista.

Concluindo, a segunda temporada de The Diplomat inova ao apresentar personagens multifacetados e ambições em um cenário político repleto de nuances, o que irá continuar a ser o foco da próxima temporada. “Quero mostrar todos personagens dessa maneira”, explica Cahn, “a ideia era que falamos sobre uma pessoa que é absolutamente má e não confiável. E quando a conhecemos, percebemos que, em última análise, são apenas pessoas tentando fazer o melhor em situações difíceis”. Assim, a relação única entre Kate e Hal, além do envolvimento de novos personagens como Grace Penn, promete manter a trama envolvente numa narrativa rica e cheia de reviravoltas inesperadas.

O desafio para os criadores e o elenco agora é manter o equilíbrio entre os sentimentos de ambição e as consequências da ação política, mantendo a autenticidade de seus personagens e evoluindo essas histórias à medida que a série avança. Os seis episódios da segunda temporada do The Diplomat já estão disponíveis para streaming na plataforma Netflix e prometem aguçar a curiosidade dos fãs para o que está por vir.

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