A eleição presidencial de 2024 nos Estados Unidos não se trata de uma disputa pelo cargo de presidente do conselho estudantil, e a razão para isso é evidente: a essência deste processo é a busca pelos votos do colégio eleitoral. Nessa corrida, vão além das pessoas que ostentam experiência – um candidato chegando aos 80 anos e outro com pouco mais de 60 anos – o que realmente define a vitória é a capacidade de garantir o apoio nos estados que podem mudar o jogo. Ao contrário da crença popular, o voto popular nacional não decide quem se tornará o próximo presidente. É um jogo de estratégia, onde apenas 270 votos do colégio eleitoral são suficientes para conquistar a cadeira na Casa Branca.
Os estados que devem ser observados com mais atenção nesta corrida são Geórgia, Michigan, Carolina do Norte, Pennsylvania e Wisconsin, com uma possível inclusão da Arizona. Por que são esses os estados tão relevantes? Simplesmente porque, segundo as últimas pesquisas, todos estão marcando resultados apertados, e cada um deles conta com um valor de pelo menos 10 votos eleitorais. Em um cenário onde cada voto se torna crucial, a atenção específica para esses estados é não apenas recomendável, mas essencial.
Em termos práticos, o colégio eleitoral reserva 226 votos em estados onde a candidata Kamala Harris apresentou uma vantagem clara em relação ao ex-presidente Donald Trump. Em contrapartida, 219 votos estão inclinados favoravelmente para o lado do republicano. Esses números representam uma dinâmica que não pode ser ignorada por aqueles que têm olhos na disputa eleitoral. A análise dos resultados das enquetes indica que Harris está à frente em estados onde a diferença está na casa dos cinco pontos ou mais.
É inegável que podemos nos deparar com surpresas, como, por exemplo, a pesquisa realizada pelo Des Moines Register/Mediacom sobre Iowa, onde os números mostram Harris com 47% a 44% de Trump, uma diferença que se enquadra na margem de erro, especialmente em um estado que, em eleições anteriores, teve resultados mais favoráveis para o republicano. Se a pesquisa se mostrar fiel, há uma boa chance de que a vice-presidente se saia bem o suficiente nos estados mais disputados para acumular os preciosos 270 votos eleitorais.
caminhando para fechar o ‘muro azul’
Ao nos debruçarmos sobre esses estados, fica evidente que a candidata Harris tem um percurso mais fácil à vista do que Trump, principalmente ao tentar consolidar vitórias em Michigan (15 votos eleitorais), Pennsylvania (19 votos eleitorais) e Wisconsin (10 votos eleitorais). Ganhar esses três estados, frequentemente referidos como o ‘muro azul’, poderia elevar Harris ao número mágico de 270 votos eleitorais.
Recentemente, as enquetes nestes três estados têm revelado uma disputa acirrada. Uma média das pesquisas recentes aponta que ela possui uma ligeira vantagem em Michigan e Wisconsin, com ambos os lados disputando a quantidade em Pennsylvania. No entanto, o cenário é volátil, e, como se sabe, as enquetes não são infalíveis – Trump pode facilmente vencer um ou mais desses estados, o que exigiria que Harris buscasse outra vitória adicional para alcançar os 270 votos.
a batalha no sul do país
Ao nos voltarmos para o Sul, notamos que a Carolina do Norte é um estado com um histórico de disputas apertadas, tendo decidido as últimas quatro eleições presidenciais por menos de cinco pontos. No momento, as pesquisas apontam uma ligeira vantagem para Trump. A vantagem desse estado é que oferece 16 votos eleitorais, permitindo que Harris compense uma possível perda em Michigan ou Wisconsin. De forma semelhante, Georgia também oferece 16 votos eleitorais. Contudo, isso gera uma questão pertinente: por que priorizar a Carolina do Norte sobre a Geórgia?
A razão é simples: a Carolina do Norte apresenta uma disputa mais acirrada. Enquanto Biden conquistou a Geórgia em 2020, Trump venceu a Carolina do Norte por uma diferença mínima. Observando as tendências atuais, as pesquisas estão mais próximas na Carolina do Norte do que na Geórgia. A base democrática em ambos estados depende fortemente de eleitores negros e educados, o que sugere que um erro nas pesquisas em um estado pode se refletir no outro, conferindo a Harris melhores chances de vitória na Carolina do Norte.
um teste no oeste do país
Finalmente, não podemos ignorar o potencial impacto de estados como Arizona e Nevada. Arizona foi destacado como o possível sexto estado a observar. Enquanto a vice-presidente busca novas possibilidades, é importante notar que Trump tem liderado em Arizona, com uma média de 2 pontos acima de Harris – mas isso se encontra dentro da margem de erro. Contudo, com apenas 11 votos eleitorais, perder Michigan ou Pennsylvania tornaria necessária uma vitória em mais de um estado, tornando a Arizona mais um ponto de interesse, mas não o ponto definitivo.
Nevada, que possui apenas seis votos eleitorais, se mostra menos provável de ser o estado decisivo na competição, embora as pesquisas indiquem uma disputa acirrada. Dada a complexidade do mapa eleitoral dos Estados Unidos, a noite da eleição poderá muito bem se resumir à luta acirrada em cinco ou talvez seis estados, com a tensão crescendo à medida que o resultado se aproxima.