A mais recente tragédia nas estradas da Índia teve um impacto devastador, deixando pelo menos 36 pessoas mortas e muitas outras feridas após um ônibus superlotado despencar em um desfiladeiro profundo no norte do país. O acidente, que ocorreu na segunda-feira na região montanhosa do distrito de Almora, no estado de Uttarakhand, expõe novamente os perigos da condução em veículos mal conservados e à falta de regulamentação de trânsito.
Sobrecarregado com cerca de 60 passageiros, o ônibus, que deveria ter apenas 42 pessoas a bordo, perdeu o controle e saiu da estrada, em um trágico deslize para baixo de um penhasco de 60 metros, conforme relatado por funcionários do governo estadual. A situação foi agravada pela má manutenção do veículo, o que levou os especialistas a suspeitar que problemas mecânicos possam ter contribuído para o acidente, deixando a população e as autoridades em estado de choque.
As equipes de resgate e socorro foram rapidamente enviadas ao local do acidente, onde encontraram partes do ônibus destruídas e viradas em um terreno rochoso, próximo a um riacho. Imagens veiculadas pela televisão mostraram o trabalho árduo dos socorristas que removiam os passageiros feridos e transportavam os corpos em macas. Até o momento, mais de 20 pessoas foram hospitalizadas, com sete delas em estado crítico, o que levanta as preocupações de que o número de fatalidades possa aumentar.
O Chefe de Ministério do estado, Pushkar Singh Dhami, assegurou à imprensa que as equipes de resgate estavam fazendo todos os esforços possíveis para levar rapidamente os feridos a hospitais nas proximidades e disse que os passageiros mais gravemente feridos poderiam ser transportados por via aérea para unidades de saúde adequadas. Contudo, enquanto os esforços de resgate aconteciam, a investigação do acidente tomou um rumo formal com a suspensão de dois oficiais do transporte que aprovaram a operação do ônibus em condições precárias.
De acordo com informações preliminares, o ônibus estava em um estado de conservação deplorável, uma realidade que infelizmente não é incomum nas estradas indianas, que apresentam uma das maiores taxas de mortalidade por acidentes de trânsito do mundo. Centenas de milhares de pessoas são mortas ou feridas todos os anos, muitas vezes devido a combinações de direção imprudente, estradas mal conservadas e veículos envelhecidos. Este acidente em particular, somado a outros incidentes tragicamente fatais, relembra a necessidade urgente de uma reforma nas diretrizes de segurança veicular e fiscalização das condições das estradas.
Estatísticas alarmantes mostram que, em março, um acidente raro também deixou muitos feridos quando um ônibus de transporte de peregrinos se acidentou, resultando em 21 mortes. E em julho, uma colisão com um caminhão no estado de Uttar Pradesh resultou em 18 mortes em um acidente semelhante, provocando debates públicos sobre a segurança da infraestrutura rodoviária na Índia. A repetição de tais tragédias exibe claramente o ciclo devastador que continua a afetar o transporte rodoviário e a segurança dos passageiros.
A sociedade indiana observa, com tristeza, esses recorrentes eventos de tragédia nas estradas, e espera que este último acidente sirva como um catalisador para mudanças significativas nas políticas de transporte e segurança viária. Somente por meio de uma campanha eficaz de conscientização e rigor na aplicação das normas de segurança os acidentes como este podem ser reduzidos no futuro. Assim, a pergunta ecoa entre os cidadãos: quantas vidas ainda devem ser perdidas antes que se façam mudanças fundamentais e permanentes?