Em 2020, Chris Stirewalt tornou-se figura central em um incêndio político que abalaram as estruturas da TV. Durante a cobertura eleitoral da Fox News naquela noite histórica, ele e sua equipe tomaram decisões importantes sobre quando chamar estados para Donald Trump ou Joe Biden, impactando diretamente a percepção pública das eleições.
A polêmica surgiu particularmente a partir da previsão da vitória de Joe Biden no Arizona, feita de maneira surpreendentemente precoce pela Fox News, o que gerou uma onda de críticas e discussões sobre a integridade da cobertura e o papel da mídia em eventos eleitorais. Agora, Stirewalt, um veterano de eleições, está pronto para um novo começo.
Em 2024, a sala dos bastidores será substituída por uma repetição em frente às câmeras, já que Stirewalt se junta à NewsNation como analista ao vivo. Com um novo formato, ele pretende apresentar as informações de uma forma mais transparente e acessível para o público, distantes das táticas convencionais que muitas redes ainda utilizam.
A NewsNation, uma rede que busca se destacar em um ambiente midiático em constante mudança, está disposta a revolucionar a maneira como as eleições são cobertas. Stirewalt revela que não haverá previsão interna, como é comum em muitas outras redes. Em vez disso, a NewsNation irá utilizar o Decision Desk HQ, um grupo independente que fará as chamadas eleitorais. Isso representa uma tentativa ousada de garantir que o processo de previsão seja isento de influências comerciais e políticas.
A proposta de Stirewalt é atrair o público ao fornecer uma visão dos bastidores, permitindo que os telespectadores vejam como as decisões são tomadas em tempo real. Pela primeira vez, as câmeras estarão diretamente conectadas ao escritório do Decision Desk, localizado na Georgetown Law School, para que os apresentadores da NewsNation, entre eles Chris Cuomo e Elizabeth Vargas, possam interagir e relatar o que está acontecendo por trás das cenas.
O analista admite que essa nova abordagem pode ser desafiadora para ele, que está acostumado a estar no centro da ação. Ele reflete sobre a importância de manter a integridade do processo: “É um período em que as discussões e a retórica partidarizadas tornam-se ainda mais intensas, mas é fundamental que os telespectadores sintam que estão recebendo informações precisas e que não estão sendo manipulados”, diz ele.
A resistência à mudança pode vir de um histórico recente, onde membros do círculo íntimo de Trump tentaram pressionar a Fox News a reverter sua chamada para o Arizona. Cada vez que tais pressões acontecem, a independência das redes de notícias é posta em dúvida. Stirewalt está determinado a mudar essa narrativa, enquanto a NewsNation procura uma nova identidade como uma rede de notícias à disposição do público.
Ao se distanciar do formato tradicional de cobertura, Stirewalt traz uma nova filosofia ao jornalismo eleitoral. Ele acredita que, em vez de se concentrar em narrativas e opiniões, a missão deve ser desmistificar o processo de contagem e tornar a experiência de acompanhar uma eleição educativa e envolvente para os espectadores. “Quando as pessoas querem saber o que aconteceu, especialmente em um horário tão crítico, elas não precisam de mais argumentos ou narrativas; precisam de fatos precisos e concisos”, enfatiza Stirewalt.
O grande desafio para a NewsNation será se firmar em um mercado já saturado de informações não filtradas, e o impacto de Stirewalt nesta jornada pode significar uma reviravolta na forma como a cobertura eleitoral é abordada. Ele permanece otimista sobre a aceitação do público à sua nova abordagem, confiando que muitos buscam um espaço onde a notícia é desprovida de polarização e que respeita a capacidade do público de processar informações com responsabilidade.
No que pode ser considerado um ‘teste do fogo’ para a NewsNation e para Chris Stirewalt, 2024 é um ano de expectativas, onde a nova visão da cobertura eleitoral pode não apenas definir a rede, mas também revitalizar a confiança do público em uma legislação mais imparcial que prioriza os interesses da comunidade. No fundo, a esperança é que esse ‘método de transparência’ encontre ressonância com uma audiência ávida por uma alternativa saudável às notícias parroquiais e tendenciosas.