Em um desfecho que promete trazer alívio não só para os trabalhadores, mas também para a indústria aeronáutica e a economia estadunidense, os trabalhadores que entraram em greve na Boeing decidiram aceitar, na última segunda-feira, a mais recente proposta da empresa, encerrando assim a greve mais longa e custosa nos últimos 25 anos nos Estados Unidos. A decisão foi aprovada por uma expressiva maioria de 59% dos membros da International Association of Machinists (IAM), que representa cerca de 33.000 trabalhadores.

A greve, que começou no dia 13 de setembro, foi marcada por uma série de rejeições às propostas anteriores da companhia. Inicialmente, os membros do IAM votaram quase de forma unânime contra a primeira oferta da Boeing, e menos de duas semanas depois, 64% dos votos também se opuseram à segunda proposta, um indicativo claro do descontentamento da categoria com as condições oferecidas. Contudo, essa nova proposta parece ter sido suficiente para reverter a maré de insatisfação.

O acordo celebrado não só prevê um aumento salarial imediato de 13%, como também garante aumentos de 9% nos dois anos subsequentes e um adicional de 7% no quarto e último ano do contrato. Ao considerar esses reajustes, os trabalhadores poderão desfrutar de um aumento total superior a 43% ao longo do período. Além dos aumentos salariais, os trabalhadores também receberão um bônus de ratificação de $12.000, parte do qual pode ser utilizado em contas de aposentadoria 401(k).

Entretanto, vale ressaltar que este acordo não reinstaura o tradicional plano de aposentadoria que havia sido perdido em 2014, o que ainda causa um descontentamento entre os trabalhadores. A frustração em relação a essa perda foi vista como um fator significativo nas rejeições das propostas anteriores e gerou incertezas sobre o resultado da votação mais recente. Os líderes do sindicato, apesar de reconhecerem que a nova proposta não apresentava diferenças substanciais em relação às ofertas anteriores, incentivaram os membros a aceitar o acordo atual, ressaltando a importância de garantir as conquistas e evitar o risco de uma proposta ainda menos vantajosa no futuro.

O impacto econômico da greve foi significativo não apenas para os trabalhadores, que perderam mais de $600 milhões em salários, mas também para a Boeing e a economia dos Estados Unidos como um todo. De acordo com a estimativa da Anderson Economic Group, a empresa já contabiliza perdas de aproximadamente $6.5 bilhões até o final da semana passada, resultando em um impacto econômico total superior a $11.5 bilhões. Esses números ressaltam a magnitude do desdobramento da greve, que afetou não apenas a produção da gigante da aviação, mas as cadeias de fornecimento e diversos setores da economia.

Com a votação favorável, os trabalhadores da Boeing deverão retornar ao trabalho na próxima quarta-feira, trazendo com eles não apenas a esperança de melhores condições salariais, mas também um lembrete sobre a força da unidade e do poder de negociação dos trabalhadores. O desfecho de mais essa batalha no cenário da indústria aeronáutica talvez inspire outros trabalhadores a se unirem em busca de espaços de diálogo mais construtivos com empresas de grande porte.

Essa é uma notícia em desenvolvimento e será atualizada à medida que novas informações surgirem.

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