A tão aguardada abordagem de Warren Buffett em relação ao seu capital acumulado e à operação de compra de ações da sua empresa Berkshire Hathaway tem gerado grande especulação no mercado. Com mais de 325 bilhões de dólares em caixa, seria esperado que o notável investidor estivesse pronto para aproveitar oportunidades de compra. No entanto, sua atitude cautelosa em não desembolsar esse capital nas compras de ações de sua própria companhia provocou diversas análises e reflexões sobre a verdadeira saúde do mercado e a avaliação da empresa. Conforme os documentos divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários, durante o terceiro trimestre, a Berkshire Hathaway não realizou nenhuma recompra de suas próprias ações, encerrando uma sequência impressionante de seis anos consecutivos de recompra. Esta decisão não só levantou questionamentos sobre a avaliação relativa das ações da empresa, mas também trouxe à tona um alerta de cautela acerca da percepção do mercado. De acordo com a analista Cathy Seifert, da CFRA Research, a postura da empresa sugere que suas ações podem estar supervalorizadas, o que é uma informação valiosa para os investidores que acompanham atentamente esse gigante do setor. A determinação de Buffett em realizar recompras apenas quando o preço estiver “abaixo do valor intrínseco da Berkshire, conservadoramente determinado” indica que o investidor busca garantir a aquisição de suas ações pelo valor que acredita ser justo. Essa estratégia comunica uma mensagem clara: Buffett só está disposto a gastar seu capital em um “bom negócio”. E quando sua própria empresa não compra ações, muitos investidores podem se perguntar: por que deveriam fazê-lo? Atualmente, as ações da Classe A da Berkshire Hathaway estão cotadas a aproximadamente 664.750 dólares, representando um aumento de cerca de 21% no ano até o momento, superando ligeiramente o ganho do S&P 500, que é de cerca de 20% nesse mesmo período. Apesar desse desempenho positivo, a avaliação das ações ainda se encontra cerca de 1,6 vezes seu valor contábil, o que levanta uma série de dúvidas. No passado, a Berkshire Hathaway havia estabelecido uma política de não recompra de ações quando estas estavam cotadas a mais de 1,2 vezes o valor contábil, mas essa política foi abandonada em 2018. Profissionais do mercado financeiro, como Robert Korajczyk, professor de finanças da Kellogg School of Management da Northwestern, ressalta que Buffett tem sido claro em suas declarações, afirmando que a Berkshrie não adquiriu ações se acredita que elas estão sobrevalorizadas. Além disso, a decisão da empresa pode também mostrar sua avaliação sobre o ambiente do mercado como um todo. Aswath Damodaran, professor de finanças na NYU Stern School of Business, aponta que essa posição reflete uma visão cautelosa do que está por vir. “Eles se tornaram cautelosos porque acham que o mercado está ricamente precificado”, afirma Damodaran. Sem fornecer feedback sobre as questões levantadas, a Berkshire Hathaway deixa os analistas e investidores com mais perguntas do que respostas. Para o analista Russ Mould, da AJ Bell, a ausência de recompra de ações combinada com a grande quantidade de caixa ressalta as preocupações de Buffett com a economia. Em suas observações, Mould afirma que isso “sugere que Buffett tem preocupações sérias com o cenário econômico e o estado atual do mercado de ações”, caracterizando uma mentalidade defensiva, típica de um investidor que prefere esperar por um momento mais propício para entrar no mercado. O crescimento significativo nas reservas de caixa da Berkshire Hathaway, que aumentaram de 276,9 bilhões de dólares em junho para 325,2 bilhões de dólares, é um indicativo claro de que Buffett pode estar com dificuldades para encontrar investimentos que julgue adequados neste momento. Korajczyk conclui que “se não houver alternativas que sejam boas compras neste momento, faz sentido manter-se em caixa e esperar até que o mercado se corrija para realizar novas aquisições”. Portanto, a abordagem de Buffett em relação à Berkshire Hathaway é uma advertência que ressoa entre os investidores: o timing certos é tudo.
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