Com o final de 2024 se aproximando, a inflação continua a desacelerar, o mercado de trabalho ainda apresenta desafios e o Federal Reserve tenta equilibrar a situação com novos cortes nas taxas de juros. O corte das taxas realizado em setembro inicialmente levou a uma queda nas taxas de financiamento, embora tenha se seguido rapidamente de um aumento devido a uma combinação de fatores. Com um novo corte do Fed seriamente considerado para este mês, muitos compradores de imóveis se perguntam: “Devo travar uma taxa de financiamento após o corte de novembro?”
Os especialistas em financiamento imobiliário concordam que o momento adequado para travar uma taxa depende muito da situação de cada um. Realizar essa ação ainda em novembro pode trazer vantagens consideráveis. No entanto, seu cronograma, prontidão financeira e o mercado imobiliário local devem orientar sua decisão. A escolha não se resume apenas a obter a taxa mais baixa — é essencial encontrar o equilíbrio certo para suas necessidades.
Caso você esteja planejando comprar um imóvel em breve, sua decisão de travar uma taxa após o corte pode impactar seus pagamentos mensais nos próximos anos. Seguindo as orientações dos especialistas em hipotecas, aqui está o que você deve saber sobre o melhor momento para travar sua taxa.
Josh Green, agente de financiamento imobiliário no Barrett Financial Group, recomenda a ideia de travar uma taxa. Com a frase, “Na minha opinião, sim, eu iria em frente e travaria”, ele ressalta que garantir uma taxa agora pode proporcionar tranquilidade contra saltos inesperados no futuro.
No entanto, a resposta correta não é sempre tão clara. Os mercados não reagem de maneira previsível aos cortes do Fed, e fatores econômicos e dados sobre inflacão podem levar as taxas de juros a caminhos inesperados. Dean Rathbun, agente de financiamento na United American Mortgage Corporation, faz uma observação pertinente: “A cada vez que o FED altera a taxa, o mercado leva alguns dias para reagir e decidir como isso afetará a economia e os títulos do Tesouro”.
Por isso, sua decisão deve depender de suas circunstâncias pessoais. Existem momentos em que faz sentido travar uma taxa, e outros em que esperar pode ser a melhor estratégia.
Momentos em que travar a taxa de financiamento faz sentido após o corte
Robert Driscoll, diretor de empréstimos residenciais na Rockland Trust, aconselha: “[Você deve] travar sua taxa de financiamento assim que encontrar uma casa que considere perfeita e estiver em condições financeiras para comprá-la”. Em um mercado com estoque limitado de imóveis, esperar por muito tempo pode significar perder oportunidades valiosas.
Essa estratégia se torna ainda mais crucial quando se trabalha com orçamentos restritos. Green alerta que, se você possui uma relação dívida/renda apertada, até mesmo um pequeno aumento na taxa pode complicar sua aprovação de empréstimos. Um travamento de taxa protege contra aumentos inesperados que podem prejudicar seus pagamentos mensais ou até mesmo inviabilizar seu empréstimo.
Lembre-se, você pode refinanciar mais tarde caso as taxas caiam. Mas você não poderá voltar e comprar uma casa que perdeu enquanto esperava taxas melhores. No competitivo mercado atual, estar pronto para travar pode fazer a diferença entre garantir sua casa ou iniciar sua busca novamente.
Quando esperar pode ser a melhor estratégia
Green orienta seus clientes de que esperar pode ser uma boa opção quando há um cronograma flexível e indicações claras de que as taxas podem cair em breve. Contudo, ele adverte que a espera pode trazer riscos: “As taxas podem mudar rapidamente com qualquer notícia econômica inesperada, o que poderia significar perder as taxas disponíveis no momento”.
Driscoll ressalta que o fator decisivo mais importante não é a taxa em si, mas sim a condição financeira do comprador. Ele afirma: “Os mutuários devem [esperar] se não estiverem em condições financeiras para realizar a compra. Isso é verdade, independentemente das taxas de juros”.
O foco deve ser construir uma base financeira sólida antes de tudo. Caso você decida esperar, tenha em mente que cronometrar o mercado perfeitamente é quase impossível, já que vários fatores afetam as taxas de financiamento. Sempre existe a possibilidade de que as taxas subam em vez de cair. Na maioria das vezes, agir quando suas finanças estão alinhadas com seus objetivos de compra de imóvel é uma escolha acertada.
Conclusão: Avalie seu cenário antes de tomar a decisão
“Antes de travar, olhe para além da taxa”, sugere Green. “A inflação é um grande ponto a ser considerado — quando está alta, os financiamentos geralmente aumentam. Outro detalhe a ser observado são os dados de emprego, já que números fortes de emprego podem levar a taxas mais altas”.
Qual será seu próximo passo? Conecte-se com pelo menos três especialistas em financiamento e discuta sua situação. “Nem todo cliente precisa de uma taxa fixa de 30 anos”, observa Rathbun. Por exemplo, “[você] pode se beneficiar de um ARM de cinco ou sete anos [se você] mantiver o empréstimo por um curto período”. Um consultor experiente ajudará você a entender suas opções, incluindo taxas ajustáveis, termos de empréstimo mais curtos e empréstimos apenas com juros.
Por fim, não se esqueça de explorar programas de assistência disponíveis enquanto decide. “Muitos programas para compradores de imóveis a nível local e estadual [podem ajudar com o seu] pagamento inicial, especialmente se você for um comprador de primeira viagem”, diz Driscoll. Receber a pré-aprovação agora pode ajudar você a agir rapidamente quando estiver pronto — seja logo após a reunião do Federal Reserve em novembro ou em um momento seguinte.