Um caso chocante vem à tona na Inglaterra, onde um médico foi condenado a 31 anos de prisão por um ato tão vil quanto elaborado. Dr. Thomas Kwan, de 53 anos, escondeu sua verdadeira identidade sob o disfarce de um enfermeiro para injetar veneno em Patrick O’Hara, o parceiro de sua mãe. O crime ocorreu em janeiro de 2024 e o veneno foi apresentado como uma vacina contra a COVID-19, revelando uma trama que vai além da ganância e mergulha nas profundezas da traição familiar.
O’Hara, de 72 anos, foi levado a cuidados intensivos e sobreviveu, mas não sem consequências severas. O veneno injetado provocou uma grave infecção, conhecida como fasciíte necrosante, levando O’Hara a passar por um procedimento cirúrgico que resultou na remoção de parte de seu braço para impedir a propagação da doença. A gravidade do ato foi enfatizada pela juíza Christina Lambert, que descreveu a tentativa de homicídio como um plano audacioso realizado em plena luz do dia com a motivação baseada em uma obsessão por dinheiro.
O motive por trás do ataque de Kwan se relaciona a questões de herança. Em seu desespero por obter a herança de sua mãe, ele acreditava que O’Hara era um obstáculo para se apossar da casa dela, que teria potencialmente pertencido a Kwan se O’Hara não estivesse presente. Antes de realizar o ataque, Kwan desenvolveu uma estratégia meticulosa, enviando cartas fraudulentas e utilizando logos do Serviço Nacional de Saúde (NHS) para oferecer uma suposta visita domiciliar para a aplicação de uma vacina de reforço contra a COVID-19.
Disfarçado com um traje completo de proteção, óculos escurecidos e máscara cirúrgica, Kwan chegou ao local da injeção dirigindo um veículo com placas falsas. Para aumentar a credibilidade, passou mais de quarenta minutos realizando exames de sangue e avaliando a saúde de O’Hara, falando com um sotaque asiático falso, comportando-se como um verdadeiro profissional da saúde. O plano dele tinha tudo para ser bem-sucedido, mas o destino não estava ao seu lado.
Após a tentativa de homicídio, a polícia usou imagens de câmeras de segurança para rastrear Kwan e desmantelar sua farsa. Durante a busca em sua residência, as autoridades descobriram uma série impressionante de substâncias perigosas, incluindo arsênico, mercúrio líquido e grãos de rícino, que com poder de transformar-se em armas químicas. Kwan estava obcecado por venenos, conforme atestou pelas evidências encontradas em seu computador sobre como fabricar ricina, uma toxina letal. Esse histórico de comportamento indicava uma tendência doentia, que culminou em sua tentativa de assassinato.
A relação complexa entre Kwan, sua mãe e O’Hara se deteriorou nos últimos anos, exacerbada pela ingrata disputa por herança. Kwan, que tinha um relacionamento conturbado com sua mãe, ficou indignado ao saber que O’Hara poderia residir na casa dela mesmo após sua morte, o que intensificou suas frustrações e o levou a agir de forma irracional. O juiz não hesitou em apontar a natureza egoísta da motivação de Kwan, atribuindo suas ações a um ressentimento crescente e à dúvida de que não receberia a quantia que considerava merecedora.
Por fim, após semanas de tratamento, O’Hara conseguiu se recuperar, mas descreveu sobrevivência como se tornar uma sombra de si mesmo, um impacto psicológico que vai muito além das cicatrizes físicas que restaram. A justiça foi feita, e após a sentença, O’Hara disse que se sentia aliviado com o veredicto e que a justiça havia sido cumprida. O caso de Thomas Kwan não é somente uma lembrança da traição que pode emergir nas relações familiares, mas também um alerta sobre a sombria natureza da ambição e suas consequências devastadoras.