A energia solar está em plena ascensão, revelando-se uma notícia positiva para a Glint Solar, uma startup norueguesa de software como serviço (SaaS). Esta inovadora empresa desenvolveu uma plataforma que auxilia grandes empresas de energia e desenvolvedores solares, como E.ON, Recurrent Energy e Statkraft, a reduzirem significativamente o tempo gasto no planejamento e pré-desenho de instalações solares. Essa iniciativa visa acelerar a transição para fontes de energia renovável e atender à crescente demanda por soluções sustentáveis em um contexto global que enfrenta inúmeras crises ambientais.

A plataforma da Glint Solar integra dados de diversas fontes para otimizar a avaliação de projetos solares. Com um design adaptável e estimativas de rendimento, a ferramenta proporciona informações geográficas específicas de cada país, além de análises topográficas que facilitam a avaliação de locais potenciais para a implementação de energia solar. As funcionalidades de colaboração em nuvem permitem que as equipes acessem dados essenciais dos projetos de forma rápida e prática. Adicionalmente, a plataforma também pode ser utilizada como um recurso para a apresentação de projetos, uma vez que permite gerar layouts em 3D em questão de segundos.

Desde a última conversa da TechCrunch com a startup climática em junho de 2022, quando a empresa obteve um financiamento inicial de $3 milhões, sua base de clientes cresceu quase dez vezes, conforme cita o CEO e cofundador Harald Olderheim. Agora, a Glint Solar anuncia um aporte de $8 milhões em sua rodada de investimento Série A, buscando impulsionar ainda mais seu crescimento e expandir sua atuação em novos mercados da Europa.

Atualmente, as principais regiões atendidas pela empresa incluem França, Alemanha, os países nórdicos e o Reino Unido, mas com a nova injeção de capital, a Glint Solar irá ampliar suas equipes de vendas, focando em consumidores “no resto da Europa”, incluindo na Itália e na Espanha. Vale destacar que, desde o seu lançamento, a Glint Solar ajustou sua proposta de serviço, concentrando-se no planejamento de instalações solares terrestres, abandonando o foco anterior que incluía também instalações solares flutuantes. Apesar disso, Olderheim afirmou que o software ainda pode ser utilizado para planejar esses sistemas flutuantes, observando que a demanda atual se concentra nas instalações terrestres. Ele explicou que esse mercado representa um volume maior, justificando assim o direcionamento das vendas.

Conforme Olderheim destacou, “se você olhar para o mercado, cerca de 60% dele é voltado para utilidades, em larga escala. Aproximadamente 20% refere-se a grandes telhados e 20% a residenciais. Portanto, estamos mirando no maior mercado disponível.” Ao analisar o impacto que uma planta solar de grande porte pode ter, com uma capacidade de, por exemplo, 10 megawatts e até 15.000 painéis solares, ele ressalta como essa estratégia se apresenta como uma forma eficiente de aumentar rapidamente a produção de energia.

Além disso, um dos grandes focos para o investimento da Série A é o desenvolvimento de produtos. Olderheim mencionou que a startup planeja expandir sua plataforma para ajudar os clientes a determinar onde posicionar baterias que otimizam investimentos em energias renováveis ao armazenar energia. O software levará em consideração aspectos como capacidade da rede, áreas protegidas e ruído, já que as baterias produzem som durante a operação, além de oferecer apoio para garantir que as baterias sejam compatíveis com as instalações solares propostas e auxiliar na comunicação com os proprietários de terras durante a obtenção das permissões necessárias.

Em resposta à questão dos custos, Olderheim enfatiza que o custo das instalações solares caiu aproximadamente 90% na última década. No entanto, ele observa que os projetos não estão avançando na rapidez necessária, considerando as ameaças existenciais que um planeta aquecido impõe, como desastres naturais devastadores — desde inundações e furacões, até ondas de calor, secas e incêndios florestais. “Demora um tempo para estabelecer todos os acordos — com o proprietário da terra, com a rede, e com o município — para a realização de um projeto solar; e todos esses processos levam tempo; essa é uma das razões pelas quais estamos fazendo a Glint Solar,” afirma.

A startup também prioriza o design do software para maximizar a acessibilidade como uma tática adicional para reduzir a fricção nos processos de aprovação de projetos solares. “Estamos tornando tudo muito amigável, para que todos em uma equipe possam utilizar um único software e trabalharem nesse problema juntos, facilitando as decisões com menor risco,” acrescenta. A plataforma conta com múltiplos “módulos” que permitem que a mesma pessoa “avalie o local, organize todos os projetos e projete um parque solar,” facilitando o trabalho dos times de projeto e aumentando a quantidade de solicitações nos processos de aprovação.

Olderheim também destaca as funcionalidades de colaboração em nuvem que permitem que todos trabalhem “na mesma ferramenta”, sugerindo que isso confere à Glint Solar uma vantagem competitiva em relação a outras ferramentas disponíveis no mercado. Os clientes relatam que a solução SaaS da empresa está ajudando a triplicar os pipelines de projetos e a avaliar locais potenciais dez vezes mais rápido do que os métodos tradicionais.

É claro que o software tem seus limites. Olderheim concorda que investimentos em infraestrutura e reformas regulatórias são essenciais para acelerar ainda mais a implementação de energia solar, apontando a capacidade da rede e a permissão solar como as principais áreas que os legisladores devem abordar. “Às vezes, leva cinco anos desde um projeto até o início da construção,” ele enfatiza, acrescentando que “sei que a UE está analisando isso para reduzir esse prazo para 12 ou 24 meses. Portanto, acho que isso é um bom começo.” O investimento da Série A da Glint Solar é liderado pela Smedvig Ventures, que também conta com o apoio da Antler Nordic e Antler Elevate, Futurum Ventures e Momentum. Jonathan Lerner, parceiro da Smedvig Ventures, comentou que “a indústria solar tem feito um trabalho excelente em desenvolver formas de aproveitar a energia verde, mas agora precisamos de processos melhores para colocar esses planos em movimento. Essa é a lacuna que a Glint Solar está preenchendo, facilitando para desenvolvedores solares, engenheiros e analistas encontrarem rapidamente as melhores áreas para instalação de projetos.”

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