A gigante de televisão local Nexstar manifestou sua intenção de expandir por meio de consolidações ou outros acordos, especialmente com o controle republicano da presidência e provável domínio em ambas as casas do Congresso.
Em uma chamada de resultados trimestrais da empresa, o CEO Perry Sook anunciou que pretende agir rapidamente para buscar acordos vantajosos. Sook observou que os grandes players da tecnologia são os verdadeiros concorrentes da televisão local. Além disso, a deregulação foi destacada como a “prioridade número um” tanto para a empresa quanto para o grupo comercial de radiodifusão, a NAB.
“É evidente que os limites de propriedade antiquados aplicados aos radiodifusores não refletem a realidade do competitivo ambiente de mídia de hoje”, comentou Sook, acrescentando que existem oportunidades significativas para a criação de valor para os acionistas por meio de mais consolidações, visando fornecer benefícios reais e novos ao público americano que deseja um jornalismo local baseado em fatos e imparcial.
O papel da tecnologia na mídia moderna é inegável, e Sook enfatizou que as empresas de tecnologia estão dominando a diversidade de plataformas que alcançam os consumidores. “A verdadeira concorrência em nossa indústria vem de grandes empresas de tecnologia que têm acesso irrestrito a cada tela na América, de celulares a desktops e a televisão da sala de estar. No entanto, nossa capacidade de competir com essas gigantes é obstruída por regulamentos que foram atualizados pela última vez em 2004”, destacou ele.
Sook sublinhou a necessidade de empresas robustas que possam competir em igualdade de condições pelo público e pelos anunciantes em todas as telas, não apenas em algumas delas. “E o momento é agora para buscar esta reforma, e a Nexstar está novamente preparada para liderar”, reafirmou.
Ainda no que diz respeito ao mercado publicitário, Sook observou um desempenho forte na publicidade política, que atingiu um novo recorde, com a Nexstar assegurando US$ 491 milhões até o momento, uma quantidade superior aos US$ 479 milhões de 2020. Contudo, a publicidade não política ainda está apresentando dificuldades.
“Mantivemos conversas com literalmente centenas de anunciantes, e havia um consenso sobre a percepção de um ambiente tóxico associado à publicidade de notícias, especialmente no que diz respeito às notícias nacionais e à TV a cabo. Temos trabalhado arduamente para dissipar essa noção em relação à NewsNation, e acreditamos que nossa pontuação em todas as pesquisas de opinião imparcial e conteúdo original continua a nos posicionar alinhados com o que o público procura”, observou Sook, ressaltando a busca pela neutralidade e a confiança no conteúdo apresentado pela emissora.
Sook também previu que a cobertura de uma possível segunda administração de Trump seria diferente da cobertura da primeira. “Observamos tanto redes de transmissão quanto de cabo nos últimos dias e semanas, e parece que pode estar emergindo um consenso mais gentil, que talvez o jornalismo baseado em fatos volte à moda, eliminando o nível de ativismo jornalístico que viu em muitos outros veículos”, disse ele.
Por fim, Sook traçou um comparativo de desempenho entre a Nexstar e a Fox Corp., que registrou ganhos impressionantes recentemente. O CEO destacou que “há uma razão pela qual empresas como a Nexstar e a Fox não estão enfrentando os mesmos desafios de muitas grandes empresas de mídia com ampla exposição a redes de entretenimento a cabo”, ressaltando o portfólio enxuto de ativos de televisão linear que ambas as empresas mantêm, o que evita a desvalorização com ativos subperformáticos.
Com essas afirmações, Sook retratou a Nexstar como uma empresa resiliente, posicionada para navegar nas complexidades do ambiente de mídia contemporâneo e ansiosa para liderar um novo capítulo de transformações em um mercado cada vez mais dinâmico e digital.
Contudo, Sook destacou que ainda há muito trabalho a ser feito na emissora The CW, de propriedade da Nexstar. Apesar de ter reduzido perdas em US$ 36 milhões de um ano para o outro no último trimestre, a empresa ainda precisa enfrentar o cenário desafiador e a necessidade de reajustar seus custos de programação, que devem cair de US$ 560 milhões em 2022 para aproximadamente US$ 270 milhões em 2024.