A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de dois anos, está se intensificando de forma alarmante. O mais recente sinal dessa escalada é a **intensificação maciça das ofensivas com drones** por parte das forças russas, com o objetivo de **sobrecarregar os sistemas de defesa da Ucrânia**. Cidades ucranianas estão sob um cerco praticamente constante, e o presidente Volodymyr Zelensky alertou que a quantidade de drones utilizados por Moscovo aumentou cerca de dez vezes em comparação ao ano anterior. Agora, o cenário é de uma verdadeira batalha aérea, onde a segurança dos civis ucranianos é colocada em risco cada vez mais.

Durante os últimos meses, o exército russo tem implementado uma estratégia predominante de utilização de drones, não apenas em quantidade, mas também diversificando as táticas de ataque. Assim, além do que já era comum, a Rússia passou a lançar **drones-mímicos** desprovidos de explosivos, com o objetivo de confundir as defesas aéreas ucranianas. Esses dispositivos, que carregam um “bola impressa em 3D envolta em papel alumínio” para imitar a ogiva de um drone Shahed-136, fabricado no Irã, compõem cerca de **50% de todos os drones lançados contra a Ucrânia**, como foi reportado por Yuriy Ihnat, porta-voz das forças de defesa do país. A estratégia, que mistura drones reais e falsos, tem como finalidade exacerbar a dificuldade da Ucrânia em interceptar principalmente aqueles que realmente carregam explosivos.

Embora a ofensiva russa represente uma mudança na tática militar em um contexto de ameaças políticas como a possível diminuição do apoio americano na luta ucraniana, ela não é uma novidade ao longo do conflito. O exército russo tem intensificado os ataques, especialmente na **frente leste**, onde o chefe do exército ucraniano alertou sobre uma das mais ferozes ofensivas desde o início da guerra. Relatos indicam que a vida em cidades como Kyiv se transformou em um verdadeiro pesadelo, com os cidadãos sendo acordados noite após noite pelos sons de explosões e pelo zumbido ininterrupto dos drones em busca de abrigo. É impressionante saber que, apenas em setembro, as sirenes de alerta tocaram em Kyiv por cerca de **50 horas**, e em outubro esse número subiu para **80 horas**.

No cenário urbano, a sensação de incessante ataque psicológico se torna cada vez mais palpável. Residentes de Kyiv, como Vadym Naustinov, revelam que desenvolveram sistemas para lidar com os ataques constantes. “Se eu ouço os drones voando ou percebo que as explosões estão se aproximando, corro rapidamente para o metrô”, relatou este morador, que se vê obrigado a adaptar sua rotina em função do conflito. “Se eu percebo que estou perto do alvo e não consigo chegar a um abrigo seguro, eu me escondo no corredor ou banheiro, esperando apenas que isso termine”, completou.

Recentemente, resultados desastrosos desses ataques também foram percebidos. Shrapnels de drones russos derrubados feriram ao menos duas pessoas e causaram danos significativos a diversas construções na capital ucraniana. O chefe da administração militar da cidade, Serhiy Popko, classificou o ocorrido como um ataque massivo, que ocorreu em ondas de diferentes direções. Após a abordagem em Kyiv, novos ataques foram a um alvo específico na região de Zaporizhzhia, resultando em **quatro mortes e 18 feridos**, incluindo uma menina de apenas quatro meses.

Moscovo não demonstra sinais de recuo e a **intensificação da ofensiva aérea** é acompanhada por comentários alarmantes de Zelensky, que destaca o aumento de ataques com drones iranianos, classificando essa situação como um terrorismo crescente que se intensifica a cada mês. O presidente ucraniano advertiu que a Rússia aumentou sua frequência de ataques com drones em uma proporção de **dez vezes em comparação aos meses anteriores**. Esse aumento é particularmente preocupante, considerando que o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia pode estar em risco devido à recente reeleição de Donald Trump. Durante sua campanha, Trump lançou dúvidas sobre o comprometimento contínuo dos EUA com a defesa ucraniana, o que gera ainda mais incertezas para os ucranianos lutando em sua defesa.

Após a vitória eleitoral de Trump, Zelensky reconheceu a importância da relação entre os EUA e a Ucrânia, destacando um encontro anterior onde discutiram questões chave do plano estratégico ucraniano. O cenário atual representa um divisor de águas tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia, já que ambos os lados estão buscando alternativas para reforçar seu poderio militar. Por exemplo, Putin estaria recrutando tropas da Coreia do Norte para aumentar sua capacidade de combate. Relatos indicam que cerca de 10 mil soldados norte-coreanos estão na região de Kursk e prontos para se envolver nas hostilidades contra a Ucrânia.

A guerra continua, e a tensão aumenta tanto no campo de batalha quanto nas decisões políticas que tomarão forma nas semanas e meses seguintes. Com a persistência das hostilidades e a possível mudança na postura americana, a questão de encontrar um caminho para a paz e segurança na região torna-se cada vez mais urgente.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *