Em um dia aparentemente comum, no dia 11 de novembro de 2009, dois trabalhadores da construção civil, enquanto realizavam suas atividades em uma rodovia próxima à histórica represa Hoover, localizada na fronteira entre Nevada e Arizona, descobriram algo que mudaria suas vidas para sempre: um osso humano. Os trabalhadores, a princípio incrédulos, continuaram explorando a área e, em uma série de descobertas perturbadoras, encontraram mais ossos, confirmando a natureza sinistra de suas descobertas, conforme relatado pelo Gabinete do Xerife do Condado de Mohave.

À medida que as buscas avançavam, outros objetos chamaram a atenção dos respondentes: uma camiseta vermelha e um par de jeans azuis, desbotados pelo sol, uma toalha branca danificada, um tênis preto e um saco de dormir verde. As investigações iniciais levaram a uma expansão das buscas em dias subsequentes, onde mais restos humanos foram encontrados. Os itens recuperados foram enviados ao Escritório do Médico Legista do Condado de Mohave para análise mais aprofundada, mas, em um esforço frustrante, os detetives logo se depararam com um beco sem saída, demonstrando a complexidade desse caso.

Revivendo um caso não resolvido com genealogia genética forense

A busca por respostas ficou congelada por muitos anos até que, em fevereiro de 2022, um detetive do Condado de Mohave decidiu reavaliar o caso, obtendo uma amostra óssea da vítima. A amostra foi submetida a exames em laboratórios localizados no Arizona e no Texas na esperança de identificar o homem desconhecido, mas todas as tentativas resultaram em falhas. A situação se agravou quando o caso se tornou um verdadeiro mistério sem solução.

A reviravolta começou em abril, quando investigadores do Condado de Mohave foram contatados pela Othram Inc., um laboratório genético no Texas especializado em identificação de vítimas em casos não resolvidos. A Othram havia obtido financiamento para realizar uma genealogia genética forense sobre o caso, uma técnica que combina análise de DNA com pesquisa genealógica tradicional para elucidar identidades de indivíduos não identificados.

Em outubro, os investigadores do Condado de Mohave receberam um relatório surpreendente que indicava que o homem não identificado era um descendente de ancestrais que haviam nascido em Michigan no século XIX. Esse achado inicial desencadeou uma investigação robusta que levou à identificação de possíveis parentes do homem que até então estava perdido na história. Após uma série de entrevistas, a equipe de investigação descobriu que um homem chamado William Herman Hietamaki havia desaparecido sem deixar vestígios desde 1995. Sua família relatou que, antes de seu sumiço, ele havia viajado pelo sudoeste dos Estados Unidos.

A confirmação de que os restos mortais pertenciam a Hietamaki veio através de testes de referência realizados com seus irmãos, validando a identidade de um homem que era profundamente conhecido por sua vida nômade e por ter um espírito livre. Ele nasceu em 1950 na região de Trout Creek, Michigan, e ficou próximo de sua família até sua conclusão do ensino médio, ocasião em que decidiu explorar o país, frequentemente hitchhiking como meio de transporte.

O último avistamento de Hietamaki por sua família ocorreu em 1995, durante uma visita a sua irmã no Novo México. Informações adicionais revelaram que ele sofria de convulsões epilépticas, e, apesar das condições em que foram encontrados seus restos mortais impossibilitarem a determinação da causa exata de sua morte, foi estimado que ele faleceu entre 2006 e 2008. Desde a adoção da genealogia genética forense como uma Técnica investigativa em 2018, essa abordagem tem proporcionado resultados promissores na resolução de centenas de casos não resolvidos em todo o país, demonstrando a importância e a eficácia dessa tecnologia na restauração de histórias inacabadas e no fechamento de feridas para famílias em busca de respostas.

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