O renomado diretor britânico Ridley Scott, aos 86 anos, compartilha uma experiência marcante que moldou sua perspectiva sobre críticas cinematográficas, especialmente em relação ao seu icônico filme de ficção científica de 1982, Blade Runner. Em uma conversa reveladora com The Hollywood Reporter, Scott se recordou de uma resenha negativa que recebeu na época do lançamento do filme, a qual ainda ecoa em sua vida quase quatro décadas depois. Ao falar sobre isso, o diretor não hesita em expressar a profundidade do impacto que uma crítica negativa pode ter na vida e na carreira de um cineasta.
uma crítica severa que deixou marcas profundas
Scott menciona como a crítica feita por Pauline Kael, publicada na revista The New Yorker, foi especialmente devastadora. Ele figurou essa análise como um momento que “o matou de forma devastadora”, referindo-se à forma como as palavras dela foram tão contundentes que ele se sentiu profundamente ofendido. “Era uma destruição em quatro páginas. Nunca a conheci, mas fiquei tão ofendido”, lembra Scott. Tal foi a gravidade da crítica que ele optou por emoldurar as páginas e mantê-las em seu escritório por mais de trinta anos, como um lembrete de que a única crítica que realmente importa é a de si mesmo. Com essa experiência, ele tomou a decisão de nunca mais ler críticas, afirmando que este episódio se tornou um marco em sua trajetória profissional.
reflexões sobre críticas e a indústria cinematográfica
O impacto das críticas, sejam elas positivas ou negativas, é algo que Scott considera ter implicações significativas para os cineastas. Ele comenta que críticas positivas podem inflar o ego de um diretor, fazendo-o perder a conexão com a sua verdadeira essência. Por outro lado, críticas negativas podem levar a um estado de depressão que pode se tornar debilitante. Esse aspecto psicológico pode ser questionado na indústria cinematográfica, onde a pressão por aceitação e reconhecimento é avassaladora. Scott, que recebeu várias indicações ao Oscar mas nunca venceu na categoria de melhor diretor, reflete: “Não realmente. Sempre há uma razão para isso. Não sei como o sistema de prêmios funciona, além do fato de sermos votados por nossos pares.” Essa percepção da própria trajetória no cinema demonstra uma autoconsciência que é rara em Hollywood.
a evolução de “blade runner” e sua relevância
No contexto atual, Scott revisita o legado que Blade Runner deixou e sua evolução desde o seu lançamento. Em uma declaração recente, ele afirma que, a partir de sua visão atual, percebe que o filme não é lento, mas, sim, repleto de informações originais e intrigantes sobre criações biológicas e exploração espacial, temas que, na época, eram considerados absurdos. Ele desafiou as críticas que o caracterizavam como um thriller sem suspense e proferiu um forte desdém aos detratores: “Eu digo, ‘Vá se danar.'” Assim, o diretor reafirma sua convicção de que estava fazendo algo inovador e significativo, que agora é considerado um dos pilares do cinema de ficção científica.
um olhar sobre o futuro e o próximo projeto
Atualmente, Ridley Scott se prepara para o lançamento de Gladiator II, uma sequência do aclamado Gladiador, que estrela Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington. Em uma entrevista exclusiva, ele comentou que a nova produção é “tão boa quanto a primeira”. Scott ainda declarou: “Não disse melhor. É tão boa.” Com uma carreira que já atravessa mais de quatro décadas, Scott continua a ser uma figura influente e inovadora no mundo do cinema, provando que mesmo as críticas mais duras podem se transformar em combustíveis para o crescimento e a reflexão. O lançamento parece promissor e, para muitos, será uma oportunidade de ver como ele arquitetou mais uma narrativa que promete ser memorável.
Ao encerrarmos esta reflexão sobre Ridley Scott e suas experiências com críticas, fica evidente que a resiliência é um aspecto fundamental na carreira de qualquer artista. Independentemente do que os críticos digam, a verdadeira luta é com a própria percepção e a busca por um legado que ressoe na arte e na alma do público.