Investigação sobre o sucesso e fracasso de países é reconhecida em cerimônia em Estocolmo
No dia 14 de outubro de 2024, os professores Daron Acemoglu e Simon Johnson, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e James A. Robinson, da Universidade de Chicago, foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia, em uma cerimônia realizada em Estocolmo, Suécia. O prêmio foi concedido em reconhecimento às significativas contribuições desses economistas na compreensão dos fatores que influenciam o êxito ou o insucesso de nações em suas trajetórias de desenvolvimento econômico. A análise meticulosa dos laureados destacou a importância das instituições sociais e da eficácia do governo como pilares essenciais para a prosperidade dos países, substanciando a ideia de que a melhoria das condições de vida e a redução das desigualdades econômicas são intrinsecamente ligadas à qualidade das instituições que regem a sociedade.
Na declaração emitida pela Academia Real das Ciências da Suécia, o comitê do Nobel elogiou o trabalho dos três economistas, afirmando que “sociedades com normas fracas de governança e instituições que exploram a população não geram crescimento ou transformações positivas”. A pesquisa deles oferece uma compreensão mais profunda sobre as questões estruturais que levam algumas nações ao sucesso econômico enquanto outras permanecem estagnadas. O presidente do comitê, Jakob Svensson, enfatizou que a busca por reduzir as amplas disparidades de renda entre os países é um dos maiores desafios da atualidade, ressaltando que o trabalho dos laureados evidenciou como instituições sociais robustas podem ser determinantes para alcançar uma economia mais equitativa.
Acemoglu expressou sua surpresa ao receber a notícia do prêmio durante uma conferência em Atenas, Grécia. Ele declarou: “Nunca se espera algo assim”, demonstrando a admiração que sentiu ao ser reconhecido por suas contribuições acadêmicas. Embora o prêmio Nobel de Economia seja formalmente denominado Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, frequentemente é referido como um Nobel. Desde a sua criação em 1968, essa honra é tradicionalmente entregue junto com os outros prêmios Nobel no dia 10 de dezembro, data que marca a morte de Alfred Nobel em 1896. Em um contexto mais amplo, as honrarias deste ano também englobaram premiações em áreas como medicina, física, química, literatura e, claro, paz, sendo que, no ano anterior, a professora do Harvard University, Claudia Goldin, também foi laureada com o Nobel de Economia.
A significativa pesquisa dos vencedores desta edição dos prêmios Nobel não apenas expande a nossa compreensão sobre comércio internacional e níveis de desenvolvimento econômico, mas também gera um debate sobre a necessidade de reformas nas políticas pubáticas de diferentes países. Ao analisar como instituições falhas contribuem para o fracasso econômico, Acemoglu, Johnson e Robinson fornecem uma perspectiva crítica sobre como as decisões políticas moldam o cenário econômico, especialmente em países em desenvolvimento. Este reconhecimento não apenas valida os esforços acadêmicos desses economistas, mas também lança luz sobre assuntos que devem estar na pauta dos líderes mundiais ao enfrentarem questões de desigualdade e desenvolvimento.
Este prêmio serve como um forte lembrete de que a academia tem um papel vital no fornecimento de análises e soluções para problemas globais, evidenciando a interconectividade entre economia e políticas sociais. Além disso, conecta a teoria econômica à prática, estabelecendo um fundamento teórico que poderá guiar iniciativas voltadas à melhoria das condições sociais e econômicas em diversas regiões do mundo. O impacto do trabalho desses pesquisadores é, portanto, de grande relevância, não só para o campo das Ciências Econômicas, mas para a sociedade como um todo, ao apontar novos caminhos para a construção de um futuro mais justo e próspero.