GAINESVILLE, Florida. Nos últimos dias, surgiram alegações alarmantes envolvendo o treinador de basquete da Universidade da Flórida, Todd Golden, que se vê agora sob a mira de uma investigação relacionada ao Título IX, que trata de discriminação sexual em instituições educacionais. A matéria, publicada na sexta-feira pelo jornal estudantil da universidade, relata que Golden é acusado de cometer atos de assédio sexual, exploração sexual, perseguição e ciberperseguição a várias mulheres, incluindo alunas, ao longo de um período de um ano. Essas transmissões de informações não só chocam a comunidade universitária, mas também levantam questões sérias sobre o comportamento e a ética no ambiente esportivo.
De acordo com informações reportadas pelo Independent Florida Alligator, as alegações contra Golden incluem avanços sexuais indesejados realizados através do Instagram, pedidos por favores sexuais e o envio de fotos e vídeos de suas partes íntimas. O veículo de comunicação obteve uma cópia de uma reclamação formal apresentada no dia 27 de setembro, referente a esta investigação do Título IX, que detalha as supostas condutas impróprias do treinador.
A equipe da Associated Press procurou a universidade para requisitar uma cópia do documento da reclamação, mas, conforme a legislação federal, a instituição é proibida de comentar ou confirmar qualquer investigação relacionada ao Título IX. Assim, os representantes da escola não se pronunciaram quando contatados pela AP. Até o momento, não há informações sobre a existência de uma representação legal por parte de Golden e ele não retornou uma mensagem solicitando comentários.
Extraordináriamente, mais de uma vez, o jornal reportou que Golden supostamente tirou fotos de mulheres enquanto elas caminhavam ou dirigiam, enviando essas imagens diretamente para as envolvidas. Os incidentes de perseguição relatados também incluem situações em que Golden, um pai casado de dois meninos pequenos, apareceu em locais onde sabia que as mulheres estariam presentes. A situação demonstra um padrão de comportamento que não apenas fere a moralidade, mas também compromete a confiança e a segurança no ambiente acadêmico.
Aos 39 anos, Todd Golden havia assinado uma extensão de contrato de dois anos em março, que incluía um aumento salarial de um milhão de dólares. Ahora, seu contrato se estende até 2030, totalizando mais de 4 milhões de dólares por ano, em um momento em que sua equipe, os Gators, apresenta um desempenho de 42 vitórias e 29 derrotas em pouco mais de duas temporadas sob sua direção. Neste início de temporada, os Gators, atualmente na 21ª posição do ranking, venceram os dois primeiros jogos com vantagem de dois dígitos, o que inicialmente apontava para um futuro promissor.
No entanto, esses problemas não são novos na Universidade da Flórida, onde já ocorreram outras alegações sérias contra treinadores durante o mandato do diretor atlético Scott Stricklin, que já dura oito anos. Em 2021, Stricklin forçou a saída do treinador de basquete feminino, Cam Newbauer, após denúncias de abuso verbal, físico e mental contra jogadoras e membros da equipe. Menos de um ano depois, o treinador de futebol feminino, Tony Amato, foi demitido em meio a uma investigação sobre comentários e comportamentos inapropriados em relação aos hábitos alimentares e à aparência das jogadoras. Amato foi demitido sem justa causa em um contrato de seis anos, deixando a universidade com uma compensação de aproximadamente 1,125 milhão de dólares.
Essas ocorrências danificam não apenas a reputação da universidade, mas também afetam a segurança e o bem-estar de seus alunos. É um momento de reflexão para a comunidade universitária, que agora deve se perguntar como garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os envolvidos. No contexto atual, será vital que a universidade implementem medidas rigorosas, assegurando que cada denúncia seja tratada com a seriedade que merece, para que casos como o relatado não se tornem uma constante em seu campus. Para além das estatísticas e das preocupações administrativas, estão as vidas de jovens que merecem um espaço onde possam estudar e se desenvolver sem medo ou assédio.