Em 9 de novembro de 2024, comemoram-se quatro décadas desde a estreia de A noite do terror, um filme que se tornou um verdadeiro clássico do terror. Este marco não é apenas significativo por sua emoção arrebatadora e pela imagem assustadora do assassino Freddy Krueger, interpretado por Robert Englund, mas também marca a estreia na tela grande de um ator que viria a se tornar um dos mais célebres de Hollywood: Johnny Depp. Junto com Englund e Heather Langenkamp, Depp reflete sobre o impacto duradouro do filme e sobre a contribuição que cada um deles deu para a história do cinema de terror.
Desde que A noite do terror foi liberado, Freddy Krueger, o assassino cruel que aterroriza adolescentes enquanto dormem, tornou-se uma figura icônica da cultura pop. Robert Englund, conhecido por interpretar o assassino, conquistou a fama interpretando Krueger, o qual persegue principalmente a protagonista Nancy Thompson, interpretada por Heather Langenkamp. Contudo, o filme também indicou o primeiro passo de Depp, então com apenas 21 anos, em sua carreira de ator. Ele interpretou Glen Lantz, o namorado de Nancy, um personagem que enfrenta as consequências dos pesadelos aterrorizantes criados por Krueger.
No longa-metragem escrito e dirigido pelo falecido Wes Craven, a famosa cena em que Depp aparece usando uma camiseta de futebol marcada pela cintura, exibindo seu abdômen, passou a ser lembrada como um momento emblemático, refletindo as modas dos anos 80 que estão ressurgindo nas redes sociais. A história de Glen é trágica: mesmo testemunhando seus próprios pesadelos, ele se nega a acreditar que o espírito vingativo de Freddy Krueger, que foi morto por seus pais em resposta a uma série de assassinatos infantis, o está perseguindo. Infelizmente, ele acaba pagando com a vida após adormecer assistindo televisão.
Uma curiosidade que poucos sabem é que Charlie Sheen foi inicialmente escalado para o papel de Glen. Entretanto, a produção considerou Sheen caro demais, levando Wes Craven a buscar outro ator. À época, Depp era um músico e foi indicado por um membro da equipe de produção que entregou seu portfólio ao diretor. Após uma audição, a escolha final para o papel foi feita pela filha de Craven, que aos 14 anos, decidiu que Depp era o indicado, descrevendo-o como “lindo”.
No set, Depp mostrava-se nervoso e inexperiente, um fato que não passou desapercebido por Langenkamp, que recorda que ele frequentemente se sentia sobrecarregado com os efeitos sonoros e as diretrizes do set. Comparando suas experiências anteriores, Langenkamp considerou-se uma veterana ao lado de Depp, já que antes do filme ela havia trabalhado em diversos projetos menores e filmes para televisão. “Quando cheguei para filmar A noite do terror, eu já tinha alguma experiência em sets. Johnny, por outro lado, estava participando de seu primeiro trabalho,” revelou a atriz, brincando sobre sua posição como a profissional experiente no elenco.
Em entrevistas, Robert Englund também recordou momentos curiosos da filmagem. Ele descreveu uma situação cômica em que, após um almoço fora do set, ele e Depp provocaram o pânico em um funcionário de restaurante ao entrarem no local ainda caracterizados. Engrandecido por sua roupa de Freddy, Englund contou que o funcionário, após vê-lo, ficou tão apavorado que deixou cair uma bandeja cheia de pratos. “Era uma loucura, mas ao mesmo tempo muito divertido ver a reação das pessoas,” disse ele.
No âmbito das sequências, o confronto final de Glen coadjuvante com as forças de Freddy rapidamente se tornou uma das cenas mais icônicas do filme, onde uma engenhosa construção de palco fez com que o set girasse e criasse uma cascata de sangue sobre Depp em um efeito dramático e inesquecível. Comente sobre a indumentária que Depp usou na cena: uma camiseta cropped que, curiosamente, voltou à moda nos últimos anos. A Magazine NSS creditou à Geração Z o renascimento desta tendência, que remete aos estilos dos anos 80.
Por fim, Depp, que se tornou um ator renomado e foi indicado a três Oscars de Melhor Ator, reconhece frequentemente seu início graças a Wes Craven. Em uma entrevista após a morte do diretor em 2015, ele expressou gratidão. “Craven foi o homem que me deu uma chance sem razão aparente. Eu não era realmente um ator na época, mas, pela opinião de sua filha, ele decidiu me oferecer o papel,” refletiu Depp, descrevendo o diretor como um homem corajoso. O 40º aniversário de A noite do terror não é apenas uma lembrança de um filme perturbador, mas também um tributo ao legado de Craven e ao surgimento de um dos maiores talentos de Hollywood.