Tony Todd, o ator que ficou famoso por interpretar o assassino sobrenatural da franquia de terror “Candyman”, faleceu aos 69 anos, conforme confirmado por sua agente de talentos, Dede Binder, da Defining Artist Agency. A notícia foi divulgada no último sábado e gerou consternação entre fãs do gênero e colegas de profissão em todo o mundo. Neste momento triste, nos lembramos não apenas de sua carreira marcante, mas também da impressão que deixou ao longo de sua trajetória no cinema e na televisão, onde seu talento inegável ajudou a definir a estética do horror contemporâneo.
Tony Todd, reconhecido por sua interpretação magistral de Daniel Robitaille, o Candyman, um espírito vingativo que pode ser invocado ao se dizer seu nome cinco vezes em frente a um espelho, tornou-se uma lenda do cinema de terror. A personagem, que apareceu pela primeira vez no filme de 1992, foi baseada na novela “The Forbidden”, de Clive Barker, e Todd não só deu vida a este personagem fascinante, mas também o reprisa em diversas sequências e em um reboot dirigido por Nia DaCosta em 2021. A construção de seu personagem, uma complexa mistura de terror e tragédia, ressoou profundamente com o público, levando muitos a considerar Todd como um símbolo de força no cinema de horror, especialmente entre os negros nesse gênero, que foi historicamente sub-representado.
O primeiro grande papel de Todd foi como Warren no aclamado filme “Platoon”, de Oliver Stone, que ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1987. Ao longo de sua carreira, ele participou também de outros filmes icônicos, como “Bird”, dirigido por Clint Eastwood, e “The Rock”, estrelado por Sean Connery, além de sua memorável aparição na franquia “Final Destination”, como Bludworth, que solidificou sua importância no universo dos filmes de terror. Sua capacidade de imergir em personagens sombrios e complexos permitiu que ele se destacasse em um gênero que, embora tenha muitos adeptos, costuma ser visto com desdém por uma parte da crítica cinematográfica.
Não se limitando apenas ao terror, Todd mostrou suas habilidades de atuação em uma variedade de papéis em séries de televisão, incluindo participações memoráveis em “Chuck”, “24” e no drama diurno “The Young and the Restless”. No universo de “Star Trek”, ele teve a oportunidade de interpretar Kurn, ampliando ainda mais seu legado no mundo da ficção científica. A versatilidade de Todd como ator era além de seus papéis de destaque: ele também foi a voz de personagens em produções animadas, como “Transformers Prime” e “The Flash”.
Reconhecido como um ícone do terror, Todd nunca se esquivou de sua posição como um dos principais atores negros nesse gênero. Em uma entrevista em 2020, ele afirmou que não se importava com o rótulo de “realeza do horror”, destacando que o importante era a identificação que tinha com seu trabalho. “Você pode me rotular como quiser. Sei quem sou”, declarou, enfatizando a autenticidade que sempre trouxe a seus papéis. Ele também mencionou o respeito e a paixão que os fãs de horror dedicam ao gênero, algo que, segundo ele, faz com que cada aparição pessoal e evento seja uma celebração do que muitas vezes é considerado um subgênero marginalizado.
A formação teatral de Todd foi um dos pilares de sua carreira. Ele possuía um mestrado da Trinity Repertory Company e estudou no Eugene O’Neill Theater Center, além de frequentemente retornar à cena teatral, reafirmando a importância do palco em sua formação como ator. Tony Todd deixará um legado que vai muito além de suas atuações no cinema de terror; sua paixão pela atuação e seu papel como um defensor da representação de vozes e histórias variadas na indústria cinematográfica continuarão a inspirar novas gerações de atores e criadores de conteúdo, ao mesmo tempo que lembremos de seu inigualável impacto na cultura pop.