Na mais recente edição do popular podcast The Joe Rogan Experience, o ator Tim Dillon, conhecido por seu papel como guarda do Asilo Arkham no filme Joker: Folie à Deux, não poupou críticas à produção, chamando-a de “o pior filme já feito”. A polêmica declaração ganharia ainda mais significado diante da trajetória que o primeiro filme da série enfrentou, recebendo aclamação crítica e se tornando um fenômeno cultural.

Dillon expressou sua opinião polêmica ao comentar sobre a mudança de tom da sequência. “Acho que o que aconteceu, depois do primeiro Joker, houve muita conversa como ‘Oh, isso foi amado por incels. Isso foi amado pelos tipos errados de pessoas. Isso passou a mensagem errada. Raiva masculina! Niilismo!’ Todas essas reflexões. E então pensei: ‘E se fôssemos pelo outro caminho?’. Agora temos Joaquin Phoenix e Lady Gaga dançando em um ponto que é insano.” Sua crítica reside na insatisfação com a transformação do filme em uma produção melódica contrastando seu predecessor sombrio.

O filme, apesar de não ser promovido como um musical pela Warner Bros., foi enviado em categorias de comédia ou musical para a próxima cerimônia do Globo de Ouro, destacando uma tentativa de rebranding em sua recepção crítica. Contudo, a realidade do seu desempenho nas bilheteiras foi bem diferente, arrecadando menos de $38 milhões durante o fim de semana de estreia e sofrendo uma queda de 81% em sua segunda semana, resultando em uma receita total global de apenas $205 milhões, com uma significativa parte dessa quantia vinda de mercados internacionais.

Joker: Folie à Deux, até o momento, tem uma pontuação de 32% de aprovação no Rotten Tomatoes e recebeu um CinemaScore D do público, que sugere um descontentamento generalizado. Dillon descreveu momentos de insegurança entre os colegas de elenco sobre a qualidade do filme durante as filmagens. “Não tem enredo. Estávamos sentados lá, todos vestidos com essas roupas de segurança, porque estávamos trabalhando no Asilo Arkham, e eu viraria para um deles e diria: ‘Que diabos é isso?’. E eles responderiam: ‘Isso vai ser um fracasso, cara.’ Eu dizia: ‘Isso é a pior coisa que já…’. Conversávamos sobre isso no almoço, e nos perguntávamos: ‘Qual é o enredo? Não sei, acho que ele se apaixona por ela na prisão?’ … Não é nem assistível num nível de ‘ódio-assistir’. É tão terrível assim.” A insatisfação do ator com o resultado final é um reflexo de suas apreensões durante o processo de produção.

Por outro lado, em um contraste intrigante ao pensamento de Dillon, o renomado diretor Quentin Tarantino expressou na mesma época que adorou o filme durante sua aparição no Bret Easton Ellis Podcast. Tarantino descreveu a obra como uma experiência envolvente que superou suas expectativas e ressaltou o impacto das sequências musicais. “Realmente gostei, muito. Esperei me impressionar pela filmagem, mas não achava que funcionaria como um filme. No entanto, fui envolvido. As músicas mais banais eram as melhores”, comentou Tarantino, mostrando que enquanto alguns veem um fracasso, outros enxergam um potencial valor artístico.

Diante de tudo isso, o público se vê em uma encruzilhada: apoiar um filme que, para muitos, significa a continuação da narrativa do icônico vilão ou persistir na crítica à sua execução. A divisão de opiniões gera não só debates acalorados, mas também sugere a complexidade do cinema contemporâneo, onde o gosto e a recepção do público fluctuam conforme as expectativas e as narrativas sociais. Assim, a saga do Coringa continua a transcender limites e provocações, refletindo aspectos mais profundos da sociedade.

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