O atleta Nick Bosa, estrela do San Francisco 49ers, foi multado em 11.255 dólares pela NFL após interromper a entrevista pós-jogo de seus companheiros de equipe para demonstrar seu apoio ao ex-presidente Donald Trump, que se recandidata nas próximas eleições presidenciais de 2024. O incidente ocorreu após a partida em que os 49ers venceram os Dallas Cowboys por 30 a 24. Durante a entrevista, Bosa surgiu com um boné que estampava a famosa frase de Trump, ‘Make America Great Again’.
O jogador de 27 anos aproveitou a oportunidade para interromper a entrevista coletiva, que contava com o quarterback Brock Purdy, o tight end George Kittle e o running back Isaac Guerendo. Ele correu entre Purdy e a repórter da NBC, Melissa Stark, destacando a mensagem visível em seu boné antes de se afastar rapidamente.
Conforme estipulado no código de conduta da NFL, é proibido aos jogadores, em qualquer momento do dia do jogo, usar ou exibir mensagens pessoais sem a aprovação prévia da liga. O regulamento é claro: “Durante o período em que um jogador é visível para a audiência do estádio e para a televisão (incluindo aquecimentos, áreas do banco e entrevistas pós-jogo), os jogadores não podem usar, exibir ou transmitir mensagens pessoais, exceto aquelas que tenham sido previamente aprovadas pelo escritório da liga.”
Em conversa com jornalistas na quarta-feira, Bosa afirmou que não tinha recebido nenhuma multa até o momento, mas reconheceu que sabia que isso era uma possibilidade. “Ainda não recebi, mas se vier, que venha. Valeu a pena”, declarou ele, mostrando-se otimista quanto ao impacto de sua ação.
Além disso, Bosa acrescentou: “Não acho que minha posição sobre isso vai mudar. Claramente, a nação falou e temos o que temos.” O apoio do jogador, que se manifestou publicamente ao longo de sua carreira, parece ter ecoado também em sua família; sua mãe, Cheryl, compartilhou uma mensagem de apoio à sua ação nas redes sociais, reforçando a ligação entre o jogador e os ideais de Trump.
A conexão entre Bosa e Trump remonta ao período em que o jogador era apenas uma promessa do futebol universitário, antes de ser selecionado como a segunda escolha do draft da NFL em 2019. Naquela época, Trump publicou uma mensagem de congratulações a Bosa, elogiando-o por seu talento e potencial, afirmando que ele “seria um grande jogador por muitos anos”. Essa relação tem sido um ponto de retorno e uma área de controvérsia para Bosa, especialmente considerando seu histórico de postagens políticas nas redes sociais, que levantaram questões sobre sua posição em relação a questões de igualdade e justiça social.
Embora Bosa tenha enfrentado críticas em relação a antigas postagens no Twitter, que incluíam mensagens de apoio a Trump e comentários desfavoráveis sobre Colin Kaepernick – um ex-jogador do 49ers que se destacou pelo ativismo social – o atleta já se desculpou por tais comentários. Após ser escolhido no draft, ele reconheceu o impacto que Kaepernick teve e comentou: “Respeito o que ele fez…se isso empodera alguém, então ele está fazendo algo bom.”
O movimento liderado por Kaepernick, que consistia em se ajoelhar durante o hino nacional para protestar contra a brutalidade policial e o racismo, gerou polarização entre os membros da liga e a audiência, especialmente com Trump se posicionando contra tais ações e exigindo punições aos atletas envolvidos. Kaepernick, por sua vez, processou a NFL, alegando que as equipes conspiraram para boicotá-lo e, apesar de sua exclusão da liga, acabou recebendo um acordo com a NFL neste ano.
A saga de Bosa continua a ser monitorada de perto por fãs e críticos, à medida que ele navega por uma carreira marcada por proezas em campo e escolhas que refletem suas convicções pessoais. Desde o momento em que foi draftado, o jogador se viu envolvido em um cenário não só esportivo, mas também político, provando que o futebol americano e a política podem, sim, caminhar lado a lado de maneira controversa e impactante.
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