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O automobilismo mundial perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Bobby Allison, um dos fundadores da lendária “Alabama Gang” e membro do Hall da Fama da NASCAR, faleceu no último sábado em sua casa em Mooresville, Carolina do Norte, aos 86 anos. O falecimento foi comunicado pela família, que não divulgou a causa da morte. Vale destacar que, nos últimos anos, o ex-piloto havia enfrentado problemas de saúde significativos.
Em um ato que reverencia sua longa carreira e contribuição ao esporte, a NASCAR comemorou postumamente a trajetória de Allison ao reconhecer seus 85 triunfos na série Cup, após atualizações nos registros da categoria. Essa homenagem foi formalizada pelo presidente Jim France, que destacou sua vitória na Meyers Brothers Memorial de 1971, realizada no Bowman Gray Stadium, em Carolina do Norte. Essa atualização fez de Allison o quarto piloto com mais vitórias na história da NASCAR, superando Darrell Waltrip, que possui 84.
Na cerimônia que honrou este feito, os diretores da NASCAR, incluindo Jim France e Mike Helton, entregaram a Allison uma placa comemorativa. Atualmente, o ex-piloto ocupa a quarta posição no ranking dos maiores vencedores da NASCAR Cup Series, atrás apenas de lendas como Richard Petty, David Pearson e Jeff Gordon.
A trajetória de Bobby Allison é marcada por conquistas extraordinárias. Ele foi induzido ao Hall da Fama da NASCAR em 2011 e, ao longo de sua carreira, conquistou o campeonato da NASCAR em 1983, além de ter terminado em segundo lugar na disputa pelo título da série em cinco ocasiões. Também foi vencedor da Daytona 500 em três ocasiões, consolidando assim sua posição como um ícone do automobilismo.
A família de Allison expressou em um comunicado que ele “era o piloto definitivo para os fãs”, lembrando seu amor por interagir e passar tempo com aqueles que o admiravam. Não raro, ele parava para autografar itens e ter conversas com os fãs. A descrição carinhosa de sua família enfatiza ainda mais seu carácter como um homem de família dedicado e devoto católico.
Mas não foram apenas suas vitórias que marcaram sua trajetória esportiva. O famoso confronto com Cale Yarborough no Daytona 500 de 1979 se tornou um dos momentos mais emblemáticos da história do automobilismo, mostrando não apenas a competitividade feroz do esporte, mas também o caráter carismático de Allison. “Cale começou a Golpear minha mão com o nariz”, costumava dizer Allison, enfatizando a intensidade da rivalidade e como isso acabou beneficiando o interesse pelo esporte.
Nascido em Miami em 1937, Bobby Allison começou sua carreira em pistas de terra na Carolina do Norte, ao lado de seu irmão Donnie e do amigo Red Farmer. Juntos, formaram um domínio no automobilismo regional durante as décadas de 1960 e 1970, que mais tarde se expandiu com a inclusão de outros notáveis como Jimmy Mears e Neil Bonnett. Esse grupo tornou-se conhecido como “Alabama Gang”.
Após um grave acidente em 1987, que quase custou sua vida, Allison decidiu se afastar das pistas. Após esse incidente, em que foi considerado clinicamente morto por um período antes de ser reanimado, ele tentou um retorno ao esporte, mas as tragédias que afetaram sua vida pessoal, incluindo a perda de seus filhos, Clifford e Davey, em acidentes trágicos, o levaram a se aposentarem oficialmente em 1988.
Além das dores pessoais, Allison também enfrentou desafios em seu casamento, que acabou terminando em divórcio, embora o casal tenha se reencontrado e se casado novamente alguns anos depois. Seu legado, no entanto, permanece firme na memória de todos que acompanharam sua carreira. Induzido ao Hall da Fama do Automobilismo em 1992 e ao Hall da Fama da NASCAR, Allison deixa uma marca indelével não apenas pelas suas vitórias, mas também pelo impacto que teve na cultura automobilística.
Conforme declarado por Jim France, “Bobby Allison personificou o termo ‘piloto'”. Com seu currículo impressionante e sua capacidade de cativar os fãs além dos números de vitórias, Allison é considerado um dos grandes nomes do automobilismo, sendo um dos apenas dez pilotos a conquistar o “grand slam” da NASCAR, que inclui as corridas mais icônicas, como a Daytona 500, Winston 500, Coca-Cola 600 e Southern 500. Além disso, ele também fez seis participações na IndyCar para Roger Penske, incluindo a tradicional corrida de Indianapolis 500.
O legado de Bobby Allison vai muito além das pistas. Com um carinho e respeito imensuráveis, o mundo do automobilismo se despede de um verdadeiro ícone.
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