Courtesy of HBO
John Oliver, o renomado apresentador do programa ‘Last Week Tonight’, voltou suas atenções para os resultados da eleição presidencial de 2024 em seu mais recente episódio, onde analisou a surpreendente vitória de Donald Trump sobre Kamala Harris. Desde o início, Oliver compartilhou abertamente sua decepção, uma vez que havia incentivado seus espectadores a apoiarem Harris como a candidata democrata.
No início do programa, ele não hesitou em expressar seu descontentamento com a situação. “Na terça-feira, Trump venceu a reeleição”, disse, recebendo vaias da plateia. “Para dizer o mínimo, isso não é o que eu esperava pessoalmente. E, honestamente, ele também parecia não acreditar em seu próprio discurso de vitória.” A frustração e confusão eram palpáveis, especialmente ao ouvir Trump afirmar em seu discurso: “Superamos obstáculos que ninguém achou possível, e agora está claro que conseguimos o mais incrível acontecimento político.” Essa afirmação foi recebida com risadas e incredulidade por Oliver, que comentou: “Sim, é loucura. É realmente uma loucura. Ele está basicamente a uma frase de distância de dizer: ‘Quer saber, vocês viram o que eu fiz, certo? E vocês ainda votaram nisso. Isso não faz sentido.’”
Aliás, Oliver não se contentou em parar por aí. Ele também trouxe uma análise profunda sobre a maneira como Trump usou o humor e a retórica durante seu discurso, comparando-o a um padrinho bêbado que não sabia que teria que fazer um brinde. “‘Que dia lindo. O que, que beleza de dia hoje. Meu irmão e sua namorada — esposa, desculpe, — hoje… eles… eles fizeram o que todos viram. Eu pensei que meu papel havia terminado após a despedida de solteiro, mas aqui vamos nós. O casamento é louco, não é? É uma loucura.’” Essa analogia ilustra a perplexidade e o comportamento errático de Trump.
Em meio a essa montanha-russa emocional e política, Oliver também refletiu sobre como a vida continuava ao redor dele, mesmo quando seu mundo parecia desmoronar. Ele mencionou momentos triviais, como receber mensagens de familiares sobre o Dia de Ação de Graças, ou o New York Times enviando receitas. Esses pequenos gestos se tornavam irritantes em contraste com as notícias políticas pesadas e perturbadoras. “Ei, Hello Kitty — não agora”, Oliver exclamou, expressando a frustração que muitos americanos compartilharam. “Eu adoraria lhe dizer o que estou esperando, mas não consigo encontrar ‘beber até apagar e [comer] um macarrão de luto’ em seu estúpido quebra-cabeça.”
Além disso, Oliver abordou as reações desproporcionais dos usuários nas redes sociais, que se mostraram indignados com um teaser de vídeo em que uma cantora sul-africana dançava, ocorrendo logo após a eleição. Com um espírito crítico e humorístico, ele reconheceu que, mesmo que a vitória de Trump fosse alarmante, o mundo não parava. “As pessoas em outros países têm direito de viver suas vidas. Eles não nos colocaram nesta situação. Nós fizemos isso.” Essa observação provocativa estava no cerne da indignação que muitos sentem em relação à situação política atual e como as ações individuais podem ser impactantes em um cenário mais amplo.
Reconhecendo o sentimento de desânimo generalizado entre muitos de seus telespectadores, Oliver encorajou aqueles que se sentiam sobrecarregados a não assistirem ao restante do programa se isso não fosse saudável. Ele compartilhou que ele mesmo passara por momentos de raiva, desapontamento e tristeza durante a semana. “Todos nós passamos por diferentes estágios de luto em momentos como esse. E não há uma reação ‘certa’ no momento. Estamos todos processando tudo à nossa maneira.”
Por fim, Oliver concluiu com um apelo à aceitação e à ação. “No dia 20 de janeiro, Trump será empossado novamente, e isso é depressivo. Então, o que fazemos a seguir? Para os próximos dias, faça o que você quiser”, disse, ressaltando a importância da liberdade pessoal para encontrar maneiras de lidar com a dor e a frustração. O humor e a perspicácia de Oliver chamam a atenção para a necessidade urgente de reflexão e resposta em uma época de incertezas políticas e sociais. Se você está lutando para lidar com esses acontecimentos, saiba que não está sozinho.
