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No universo do cinema, existe uma máxima que geralmente diz que “quanto maior, melhor”. No entanto, a nova produção cinematográfica do famoso diretor Rohit Shetty, Singham Again, nos convida a repensar essa crença. Lançado no dia 1º de novembro, o filme traz consigo um elenco estelar composto por renomados atores como Ajay Devgn, Akshay Kumar, Ranveer Singh, Tiger Shroff e Kareena Kapoor Khan, entre outros. Com uma duração de 2 horas e 24 minutos, a história cumpre o papel de sequela, sendo a quinta parte de uma série conhecida como ‘Cop Universe’, mas falha em proporcionar a tão esperada experiência cinematográfica.

Desde o início, é evidente que a grandiosidade é o foco central deste filme. Seria um subestimar da capacidade criativa de Shetty não reconhecer o quão impressionante é ter oito estrelas, seis roteiristas principais e outros três colaboradores dedicados apenas ao diálogo.**A película apresenta uma quantidade absurda de cenas elaboradas, com batalhas envolvendo navios de guerra, helicópteros e uma grande quantidade de veículos que explodem, sendo um banquete visual para os olhos. Entretanto, esse excesso de elementos parece mais uma tentativa de sobrecarga sensorial do que uma real construção narrativa.

A trama, cuja premissa se apoia em referências ao épico hindu, Ramayana, é estruturada como uma forma de homenagear as tradições culturais indianas através da ação desmedida. Em Singham Again, o protagonista, Singham, interpretado por Ajay Devgn, e seus aliados, Simmba (Ranveer Singh) e Sooryavanshi (Akshay Kumar), são elevados ao status de deuses entre os mortais, refletindo um papel quase místico da figura do policial. Ao longo da narrativa, encontramos uma referência explícita à figura de Rama no próprio Singham e sua relação com Avni (Kareena Kapoor), que é concebida como Sita, multiplicando a dimensão religiosa do filme. Por outro lado, a presença de Danger Lanka, um vilão interpretado por Arjun Kapoor, visivelmente intencionado a se assemelhar ao personagem de Raavan, também levanta debates sobre a representação das forças da justiça e da injustiça.

Este tipo de construção narrativa, apesar de ambiciosa, esbarra na falta de sutileza típica do estilo de Shetty, que, embora reconhecido por suas tramas de ação divertidas, frequentemente ignora a profundidade e a nuance. A narrativa se torna repetitiva e previsível, o que torna difícil acompanhar a jornada heroica e suas interações significativas entre os personagens. Enquanto a estética cinematográfica tenta impressionar com explosões e efeitos visuais, a falta de um desenvolvimento narrativo coeso acaba por deixar o espectador em um estado de confusão. Será que a ação em si pode sustentar a história quando tudo o que vemos são super-heróis e vilões sem alguma profundidade psicológica?

Por mais que Singham Again não consiga entregar a carga dramática vital que ajudaria a solidificar seu enredo, ela ainda tem seus pontos altos. Entre as sequências de ação, algumas são verdadeiramente memoráveis, trazendo um pouco de humor onde a tensão normalmente reinaria. A presença de Tiger Shroff, manuseando uma espada Urumi, é um momento estonteante, mas vale a pena notar que tal cena única mal resgata a falta de diversão nas partes mais sérias do filme. Eventualmente, o que pode ser observado é uma falta de carisma no antagonista que não se iguala ao nível de ameaça proposto.

A representação de Acionistas como verdadeiros deuses pode ser considerada uma alusão poderosa às dinâmicas sociais ou uma maneira de fazer cara para o patriotismo em tempos difíceis. No entanto, essa allegoria não tem conseguido efetivamente abordar questões mais profundas e importantes, mas sim se apega a uma fórmula que a cada novo filme se torna repetitiva. Para finalizar, o filme pode ser agraciado por sua grandiosidade, mas a verdadeira experiência cinematográfica – que ignora as limitações e catástrofes associadas a esse tipo de narrativa – parece estar profundamente enterrada sob a superfície dos efeitos e explosões durante todo o filme.

Em suma, Singham Again pode ter falhado em atingir o ápice emocional que se esperaria de uma produção com um elenco recheado de estrelas, mas sem dúvida, nos oferece uma reflexão sobre os caminhos que o cinema de ação indiano ainda pode explorar. Com um equilíbrio entre ambição e narrativa, talvez, no futuro, possamos ver filmes que não só monopolizam nossas telas com grandes explosões, mas que também tripudiam com profundidade e conhecimento cultural. Como espectadores, todos nós aguardamos ansiosamente por isso.

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